sexta-feira, 29 de março de 2013

SIGNIFICADO DA SEMANA SANTA

 
A Semana Santa é uma tradição religiosa cristã que celebra a Paixão, a Morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Ela se inicia no Domingo de Ramos, que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina com a ressurreição de Jesus, que ocorre no domingo de Páscoa.

 

 Os dias da Semana Santa

 Domingo de Ramos

O Domingo de Ramos abre solenemente a Semana Santa, com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
Jesus é recebido em Jerusalém como um rei, mas os mesmos que o receberam com festa o condenaram à morte. Jesus é recebido com ramos de palmeiras. Nesse dia, são comuns procissões em que os fiéis levam consigo ramos de oliveira ou palmeira, o que originou o nome da celebração. Segundo os evangelhos, Jesus foi para Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica com os seus dicípulos e entrou na cidade como um rei, mas sentado num jumentinho - o simbolo da humildade - e foi aclamado pela população como o Messias, o rei de Israel. A multidão o aclamava: "Hosana ao Filho de Davi!" Isto aconteceu alguns dias antes da sua Paixão, Morte e Ressurreição. A Páscoa Cristã celebra então a Ressurreição de Jesus Cristo.
 
A Segunda-Feira Santa é o segundo dia da Semana Santa, cujo começo tem lugar no Domingo de Ramos, e durante a qual os cristãos comemoram a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. Em alguns lugares é conhecida como segunda - feira de trevas. Nesse dia realiza-se o ofício de trevas.
 
É o terceiro dia da Semana Santa, onde são celebradas as Sete dores de Nossa Senhora Virgem Maria. E muito comum também por ser o dia de penitência no qual os cristãos cumprem promessas de vários tipos ou o dia da memória do encontro de Jesus e Maria no caminho do Calvário.
É o quarto dia da Semana Santa. Em algumas igrejas celebra-se neste dia a piedosa procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Ainda há igrejas que neste dia celebram o Ofício de Trevas, lembrando que o mundo já está em trevas devido à proximidade da morte de Jesus.
É o quinto dia da Semana Santa e, na manhã deste dia, nas catedrais das dioceses, o bispo se reúne com o seu clero para celebrar a Celebração do Crisma, na qual são abençoados os óleos que serão usados na administração dos sacramentos do Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos. Com essa celebração se encerra a Quaresma.
Neste mesmo dia, à noite, são relembrados os três gestos de Jesus durante a Última Ceia: a Instituição da Eucaristia, o exemplo do Lava-pés, com a instituição de um novo mandamento (ou "ordenança") segundo algumas denominações cristãs, e a instituição do sacerdócio. É neste momento que Judas Iscariotes sai para entregar Jesus por trinta moedas de prata. E é nesta noite em que Jesus é preso, interrogado e, no amanhecer da sexta-feira, açoitado e condenado.
A igreja fica em vigília ao Santíssimo, relembrando os sofrimentos de Jesus, que tiveram início nesta noite. A igreja já se reveste de luto e tristeza, desnudando os altares (quando são retirados todos os enfeites, toalhas, flores e velas), tudo para simbolizar que Jesus já está preso e consciente do que vai acontecer. Também cobrem-se todas as imagens existentes no templo.
 
É quando a Igreja recorda a morte de Jesus. É celebrada a Solene Ação Litúrgica, Paixão e a Adoração da Cruz. A recordação da morte de Jesus consiste em quatro momentos: A Liturgia da Palavra, Oração Universal, Adoração da Cruz e Rito da Comunhão. Presidida por presbítero ou bispo, os paramentos para a celebração são de cor vermelha.
É o dia da espera. Os cristãos junto ao sepulcro de Jesus aguardam sua ressurreição. No final deste dia é celebrada a Solene Vigília Pascal, a mãe de todas as vigílias, como disse Santo Agostinho, que se inicia com a Bênção do Fogo Novo e também do Círio Pascal; proclama-se a Páscoa através do canto do Exultet e faz-se a leitura de 8 passagens da Bíblia (4 leituras e 4 salmos) percorrendo-se toda história da salvação, desde Adão até o relato dos primeiros cristãos. Entoa-se o Glória e o Aleluia, que foram omitidos durante todo o período quaresmal. Há também o batismo daqueles adultos que se prepararam durante toda a quaresma. A celebração se encerra com a Liturgia Eucarística, o ápice de todas as missas.
 
É o dia mais importante para a fé cristã, pois Jesus anda sobre a água para mostrar o valor da vida. Esse dia é estendido por mais cinquenta dias até o Domingo de Pentecostes.]


POR MARCIO FILOSOFO

quarta-feira, 27 de março de 2013

APRENDIZAGEM

 Tudo é aprendizagem. Viemos para aprender e esse processo se inicia já no ventre da mãe. Logo, é preciso que pais e educadores propiciem terrenos férteis para que a autoria e a criatividade do sujeito sejam expandidas.                           
 
 
                                                ANGELINI, Rossana, 2011

terça-feira, 26 de março de 2013

LUTA DE CLASSES

 
Pretendendo caracterizar não apenas uma visão econômica da história, mas também uma visão histórica da economia, a teoria marxista também procura explicar a evolução das relações econômicas nas sociedades humanas ao longo do processo histórico. Haveria, segundo a concepção marxista, uma permanente dialética das forças entre poderosos e fracos, opressores e oprimidos, a história da humanidade seria constituída por uma permanente luta de classes, como deixa bem claro a primeira frase do primeiro capítulo d’O Manifesto Comunista:
A história de toda sociedade passado é a história da luta de classes.
Classes essas que, para Engels são "os produtos das relações econômicas de sua época". Assim apesar das diversidades aparentes, escravidão, servidão e capitalismo seriam essencialmente etapas sucessivas de um processo único. A base da sociedade é a produção econômica. Sobre esta base econômica se ergue uma superestrutura, um estado e as idéias econômicas, sociais, políticas, morais, filosóficas e artísticas. Marx queria a inversão da pirâmide social, ou seja, pondo no poder a maioria, os proletários, que seria a única força capaz de destruir a sociedade capitalista e construir uma nova sociedade, socialista.
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as idéias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas idéias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedica-se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homens e povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo.
Não basta existir uma crise econômica para que haja uma revolução. O que é decisivo são as ações das classes sociais que, para Marx e Engels, em todas as sociedades em que a propriedade é privada existem lutas de classes (senhores x escravos, nobres feudais x servos, burgueses x proletariados). A luta do proletariado do capitalismo não deveria se limitar à luta dos sindicatos por melhores salários e condições de vida. Ela deveria também ser a luta ideológica para que o socialismo fosse conhecido pelos trabalhadores e assumido como luta política pela tomada do poder. Neste campo, o proletariado deveria contar com uma arma fundamental, o partido político, o partido político revolucionário que tivesse uma estrutura democrática e que buscasse educar os trabalhadores e levá-los a se organizar para tomar o poder por meio de uma revolução socialista.
Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
A força vendida pelo operário ao patrão vai ser utilizada não durante 6 horas, mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado (10 horas por exemplo). Desse modo, quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial. No capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em oposição à primeira forma, chamada mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assim não deixa de ser o sistema semi-escravista, pois "o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas", o que faz com que ele "se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas". Assim, quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. O raciocínio de Marx é muito simples: ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado. É o processo de objetificação. Por isso, o trabalho que é alienado (porque cria algo alheio ao sujeito criador) permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Em outras palavras, a produção representa uma negação, já que o objeto se opõe ao sujeito e o nega na medida em que o pressupõe e até o define. A apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove a negação da negação. Ora, se a negação é alienação, a negação da negação é a desalienação. Ou seja, a partir do momento que o sujeito-produtor dá valor ao que produziu, ele já não está mais alienado.
Autoria: João Paulo Ribeiro

quarta-feira, 20 de março de 2013

EDUCAÇÃO NO CAMPO



Se a realidade das escolas públicas já é difícil, a das escolas rurais é ainda mais complicada. Longe dos grandes centros urbanos, as instituições sofrem com a precariedade da estrutura física e com a ausência de políticas públicas que atendam às especificidades da vida rural.
Por fora, o prédio de uma das 10 escolas rurais do município de Atibaia, no interior paulista, aparenta ser novo, mas, segundo a diretora da instituição, Rosângela Cremashi, as dificuldades são muitas. 
– Não temos água encanada em nenhuma das escolas rurais, só água de poço e, em algumas, nem isso. Outras sequer têm telefone, biblioteca, sala de professores – conta.
Rosângela assumiu a direção da escola e de outras quatro na zona rural do município há dois anos. Além da preocupação com o conteúdo pedagógico, ela também é responsável pela administração das despesas. Os estabelecimentos de ensino rurais de Atibaia atendem 470 alunos. No ensino fundamental, as turmas são multisseriadas, e o 2º e 3º anos, por exemplo, são realizados ao mesmo tempo, com uma única professora.

No Brasil, mais de 70% das escolas rurais funcionam dentro deste modelo, mas, segundo Priscila Cruz, uma das diretoras do movimento Todos Pela Educação, que desde 2006 trabalha para garantir e melhorar a educação básica no Brasil, este não é o único problema.

– A educação no campo tem uma situação que é pior do que a média brasileira, que já não é boa. Nós temos uma taxa de evasão muito alta e níveis de aprendizagem muito baixos, o que é especialmente pior no campo – afirma.

O movimento Todos Pela Educação é financiado pela iniciativa privada, que congrega sociedade civil, educadores e gestores públicos. A cada ano, o movimento divulga o Anuário Brasileiro da Educação Básica, documento que serve de referência para discussões sobre o tema. As análises e os números mostram que no campo os desafios são maiores do que nas áreas urbanas. A gestão pública tem um custo ainda maior porque precisa construir e manter escolas de pequeno porte e investir em transporte para os alunos.

Na opinião de Priscila, há um contrassenso quando se compara o desenvolvimento econômico no campo com a educação.

– O campo é hoje responsável por grande parte da nossa economia e é exatamente no campo que a gente não tem oferecido ou garantido educação de qualidade para todos.
O campo já é uma região que tem uma desigualdade social muito grande, que acaba refletindo na própria educação. Temos que combater isso – enfatiza.

A dura realidade da educação no campo é evidenciada nas estatísticas e no empenho de quem ainda acredita nas mudanças. Segundo Priscila, o problema deve ser pensado na sua especificidade, o que precisa ser incorporado na elaboração de política e considerado na implementação.

CANAL RURAL

                                                                  


FILOSOFIA DE VIDA

A cada etapa da vida do homem corresponde uma certa Filosofia. A criança apresenta-se como um realista, já que está tão convicta da existência da peras e das maçãs como da sua. O adolescente, perturbado por paixões interiores, tem que dar maior atenção a si mesmo, tem que se experimentar antes de experimentar as coisas, e transforma-se protanto num idealista. O homem adulto, pelo contrário, tem todos os motivos para ser um céptico, já que é sempre útil pôr em dúvida os meios que se escolhem para atingir os objectivos. Dito de outro modo, o adulto tem toda a vantagem em manter a flexibilidade do entendimento, antes da acção e no decurso da acção, para não ter que se arrepender posteriormente dos erros de escolha. Quanto ao ancião, converter-se-á necessariamente ao misticismo, porque olha à sua volta e as mais das coisas lhe parecem depender apenas do acaso: o irracional triunfa, o racional fracassa, a felicidade e a infelicidade andam a par sem se perceber porquê. É assim e assim foi sempre, dirá ele, e esta última etapa da vida encontra a acalmia na contemplação do que existe, do que existiu e do que virá a existir.

Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões"


terça-feira, 19 de março de 2013

Educação no Brasil

 
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados (PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola (IBGE). O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2009 (IBOPE); 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler (Todos pela Educação); 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita (Todos pela Educação). Professores recebem menos que o piso salarial (et. al., na mídia).
Frente aos dados, muitos podem se tornar críticos e até se indagar com questões a respeito dos avanços, concluindo que “se a sociedade muda, a escola só poderia evoluir com ela!”. Talvez o bom senso sugerisse pensarmos dessa forma. Entretanto, podemos notar que a evolução da sociedade, de certo modo, faz com que a escola se adapte para uma vida moderna, mas de maneira defensiva, tardia, sem garantir a elevação do nível da educação.
Logo, agora não mais pelo bom senso e sim pelo costume, a “culpa” tenderia a cair sobre o profissional docente. Dessa forma, os professores se tornam alvos ou ficam no fogo cruzado de muitas esperanças sociais e políticas em crise nos dias atuais. As críticas externas ao sistema educacional cobram dos professores cada vez mais trabalho, como se a educação, sozinha, tivesse que resolver todos os problemas sociais.

Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um baixo desempenho no IDEB. Com o índice de aprovação na média de 0 a 10, os estudantes brasileiros tiveram a pontuação de 4,6 em 2009. A meta do país é de chegar a 6 em 2022.

Eliane da Costa Bruini
Colaboradora Brasil Escola
Graduada em Pedagogia
Pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo - UNISAL

Identidade Educacional


Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola ou a universidade tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor.
Pesquisas na área educacional apontam que um terço dos brasileiros freqüentam diariamente a escola (professores e alunos). São mais de 2,5 milhões de professores e 57 milhões de estudantes matriculados em todos os níveis de ensino. Estes números apontam um crescimento no nível de escolaridade do povo brasileiro, fator considerado importante para a melhoria do nível de desenvolvimento de nosso país.
Uma outra notícia importante na área educacional diz respeito ao índice de analfabetismo. Recente pesquisa do PNAD - IBGE mostra um queda no índice de analfabetismo em nosso país nos últimos dez anos (1992 a 2002). Em 1992, o número de analfabetos correspondia a 16,4% da população. Esse índice caiu para 10,9% em 2002. Ou seja, um grande avanço, embora ainda haja muito a ser feito para a erradicação do analfabetismo no Brasil. Outro dado importante mostra que, em 2006, 97% das crianças de sete a quatorze anos frequentavam a escola.
Esta queda no índice de analfabetismo deve-se, principalmente, aos maiores investimentos feitos em educação no Brasil nos últimos anos. Governos municipais, estaduais e federais tem dedicado uma atenção especial a esta área. Programas de bolsa educação tem tirado milhares de crianças do trabalho infantil para ingressarem nos bancos escolares. Programas de Educação de Jovens e Adultos também tem favorecido este avanço educacional. Tudo isto, aliado a políticas de valorização dos professores, principalmente em regiões carentes, tem resultado nos dados positivos.
Outro dado importante é a queda no índice de repetência escolar, que tem diminuído nos últimos anos. A repetência acaba tirando muitos jovens da escola, pois estes desistem. Este quadro tem mudado com reformas no sistema de ensino, que está valorizando cada vez mais o aluno e dando oportunidades de recuperação. As classes de aceleração também estão dando resultados positivos neste sentido.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), aprovada em 1996, trouxe um grande avanço no sistema de educação de nosso país. Esta lei visa tornar a escola um espaço de participação social, valorizando a democracia, o respeito, a pluralidade cultural e a formação do cidadão. A escola ganhou vida e mais significado para os estudantes.

Autor: Osmir A. Cruz

A Razão


A razão é a suprema união da consciência e da consciência de si, ou seja, do conhecimento de um objeto e do conhecimento de si. É a certeza de que as suas determinações não são menos objetais, não são menos determinações da essência das coisas do que são os nossos próprios pensamentos. É, num único e mesmo pensamento, ao mesmo tempo e ao mesmo título, certeza de si, isto é, subjetividade, e ser, isto é, objetividade.
(...) A razão é tão poderosa quanto ardilosa. O seu ardil consiste em geral nessa atividade mediadora que, deixando os objetos agirem uns sobre os outros conforme à sua própria natureza, sem se imiscuir diretamente na sua ação recíproca, consegue, contudo, atingir unicamente o objetivo a que se propõe.
(...) A Razão governa o mundo e, consequentemente, governa e governou a história universal. Em relação a essa razão universal e substancial, todo o resto é subordinado e serve-lhe de instrumento e de meio. Ademais, essa Razão é imanente na realidade histórica, realiza-se nela e por ela. É a união do Universal existente em si e por si e do individual e do subjetivo que constitui a única verdade.
Georg Hegel, in 'Propedêutica Filosófica', 'Enciclopédia das Ciências Filosóficas' e 'Curso de 1830'

Conhecimento

Todo conhecimento começa com o sonho.
O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa. Contem-me os seus sonhos para que sonhemos juntos.

segunda-feira, 18 de março de 2013

A Sabedoria é a Nossa Salvação

 
A nossa cultura é hoje muito superficial, e os nossos conhecimentos são muito perigosos, já que a nossa riqueza em mecânica contrasta com a pobreza de propósitos. O equilíbrio de espírito que hauríamos outrora na fé ardente, já se foi: depois que a ciência destruiu as bases sobrenaturais da moralidade o mundo inteiro parece consumir-se num desordenado individualismo, refletor da caótica fragmentação do nosso carácter.
Novamente somos defrontados pelo problema atormentador de Sócrates: como encontrar uma ética natural que substitua as sanções sobrenaturais já sem influência sobre a conduta do homem? Sem filosofia, sem esta visão de conjunto que unifica os propósitos e estabelece a hierarquia dos desejos, malbaratamos a nossa herança social em corrupção cínica de um lado e em loucuras revolucionárias de outro; abandonamos num momento o nosso idealismo pacífico para mergulharmos nos suicídos em massa da guerra; vemos surgir cem mil políticos e nem um só estadista; movemo-nos sobre a terra com velocidades nunca antes alcançadas mas não sabemos  onde vamos, nem se no fim da viagem alcançaremos qualquer espécie de felicidade.
Os nossos conhecimentos destroem-nos. Embebedem-nos com o poder que nos dão. A única salvação está na sabedoria.

Will Durant, in "Filosofia da Vida"

Avaliações Precipitadas


Uma característica inata do homem e muito intimamente entrelaçada com a sua natureza reside no fato de a proximidade das coisas não lhe chegar para o conhecimento. E isso apesar de cada fenômeno de que nós próprios temos consciência ser nesse momento o que nos está mais próximo, podendo nós, portanto, se formos capazes de o penetrar com vigor, exigir-lhe que se explique a si mesmo.

Trata-se, contudo, de qualquer coisa que os homens não aprendem porque vai contra a sua natureza. É assim que mesmo as pessoas de cultura não podem deixar de relacionar uma dada verdade que acabam de constatar numa dada situação e lugar, não apenas com um fenômeno próximo, mas também com fenômenos muito mais amplos e extremamente distantes, do que resultam erros após erros. O fenômeno próximo só se relaciona com um fenômeno distante no sentido em que todas as coisas se regem por um conjunto muito restrito de grandes leis que se manifestam por toda a parte.

Johann Wolfgang von Goethe, in "Máximas e Reflexões"

Se você não tem, você não vê

O filósofo alemão  dizia que “A inteligência é invisível para quem não tem nenhuma”.
De uns dias pra cá tenho deduzido que esse raciocínio vale para toda e qualquer virtude ou sentimento humano. Somos capazes de reconhecer somente o que tivermos dentro de nós. Dito assim até parece óbvio, porém não é assim que esperamos que os outros ajam. Ao contrário, costumamos esperar que o outro SEMPRE aja conforme nossas expectativas e pontos de vista.
Quem não tem amor dentro de si, isto é, quem não olha a vida e as pessoas com um mínimo de compreensão e aceitação, simplesmente não sabe reconhecer quando o amor vem em sua direção e sabe tampouco expressar seu amor. Muito antes, julga tais expressões alheias como sentimentais, piegas, bregas… O mesmo vale para o ódio, como vemos nesta afirmação atribuída a Osho:
Se você se ama, você ama as outras pessoas; se você se odeia, odeia as outras pessoas.
Quem não tem sabedoria dentro de si, costuma debochar das reflexões mais profundas de algum amigo, dizendo: “Ih, lá vem fulano filosofando”. Não enxerga o quanto seu nível de compreensão e atenção estão aquém da mensagem do amigo. Rir do outro é sempre mais fácil do que tentar entendê-lo.
Quem não tem o sentimento de  dentro de si, não compreende as manifestações de fé alheias. Não entendem que o crente assim se porta por intuição. E como vou julgar a intuição alheia se eu mesmo nunca manifestei qualquer traço dela?
Quando faltarem conosco, seja no aspecto da vida que for, vejamos se assim o fizeram por não terem dentro de si o mesmo conteúdo e vivências que nós. E ainda, por outro lado, quando estivermos tentados a julgar ou enfrentar outra pessoa, vejamos se não nos falta o mesmo conteúdo e vivências que ela demonstra.
Compreender o outro é estarmos abertos ao desconhecido, e certos de que não é porque não conhecemos algo, que esse algo não existe, ou ainda, que ele vale menos.

DESEJO X LIBERDADE


Todos almejamos viceralmente a mais ilimitada liberdade. Para podermos desejar o que quisermos. Mal sabendo que é justamente o desejo nosso maior aprisionador.
Se as portas parecem fechadas é porque seus desejos são muitos. Se não tivesse nenhum desejo, não notaria as portas fechadas. 
Já reparou que você é escravo de seus desejos? E que consequentemente quanto menos você desejar, mais livre será? Quero dizer que quanto menos você desejar, seja o que for, dinheiro, viagens, objetos de toda ordem, mais livre será porque se sentirá menos compelido(a) a mobilizar seus recursos de energia e tempo para a obtenção do seu objeto de desejo.
Esse é o único argumento consistente que encontro contra qualquer conversa apoiando a corrida atrás do dinheiro.
Dizem que o dinheiro é divino, que o dinheiro é abençoado, que ele permite um nível de vida prazeroso que não é possível de outra forma. Sim, eu concordo e quem acompanha meus textos sabe que falo bastante sobre o dinheiro aqui, e positivamente. E discorro sobre o dinheiro sob o viés de que você é o único responsável por sua obtenção.
Sim, pois bem… Desde que – citando um texto meu mesmo – seja natural para você correr atrás do tal dinheiro exercendo uma atividade de seu gosto. Por outro lado, se não for, você estará sendo meramente um escravo de seu desejo pelo dinheiro. Ou pelas coisas que ele puder te trazer.
Sim é um assunto complicado cuja resolução, como dito no início, me parece quase impossível. Porque sempre queremos os dois: A liberdade de desejar e o objeto de desejo. Se há alguma solução para esse nosso dilema diário é o equilíbrio aliado ao auto-conhecimento. Vale a pena refletir e ver se seus objetivos de vida não contemplam metas que estão além de suas possibilidades – e mais – além de sua natureza íntima.
Se sua ocupação (e as responsabilidades que fazem parte dela) for natural para você, se condizer com sua vocação, e com isso você conseguir rendimentos razoáveis, então você não se sentirá oprimido. Caso contrário, se tiver que “aguentar” circunstâncias que no fundo te desagradam em nome de status, prestígio, posses, poder aquisitivo, etc, talvez esteja no caminho errado. Reflexão e auto-conhecimento a respeito do que é riqueza, para você, de verdade, são sempre convenientes. A maior riqueza que você pode adquirir é ser você mesmo, no sentido de poder manifestar o melhor de si mesmo, e de viver à sua própria maneira. Mas como todo tesouro, não é tão fácil assim encontrar. Requer experiência e auto-conhecimento, e a gente só adquire experiência e se conhece vivendo, tentando, aprendendo…


Os Grandes Homens


Daqueles que comandaram batalhões e esquadrões só resta o nome. O gênero humano nada tem para mostrar duma centena de batalhas travadas. Mas os grandes homens de que vos falo prepararam puros e perenes prazeres para os homens que ainda ão-de nascer. Uma eclusa a ligar dois mares, um quadro de Poussin, uma bela tragédia, uma nova verdade - são coisas mil vezes mais preciosas do que todos os anais da corte ou todos os relatos de campanhas militares. Sabeis que, comigo, os grandes homens são os primeiros e os heróis os últimos.
Chamo «grandes homens» a todos aqueles que se distinguiram na criação daquilo que é útil ou agradável. Os saqueadores de províncias são meros heróis.

Voltaire, in 'A Era de Luís XIV'


domingo, 17 de março de 2013

O Caminho da Vida


O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)

sábado, 16 de março de 2013

Por que ler dá sono?


Não é ler um livro que dá sono, claro, mas substâncias químicas que agem no corpo. Uma delas é a adenosina, que se acumula ao longo do dia. Quanto mais adenosina, maior o sono, explica Fábio Haggstram, diretor do Centro de Distúrbios do Sono do Hospital São Lucas, de Porto Alegre. Ou seja, o problema, na verdade, é a hora da leitura. Experimente ler em outro horário. Você pode até sentir preguiça, não conseguir nem virar a página e se entediar. Mas não terá sono.
Já a segunda substância envolvida é a melatonina. Ela regula o sono, pois é liberada quando o ambiente escurece. Por isso dormimos, normalmente, à noite. E, como a luz inibe a produção de melatonina, quem lê no tablet, por exemplo, tende a sentir menos sono do que quem lê no papel. É por esse mesmo motivo que é mais fácil passar horas na internet ou vendo televisão do que ler um bom livro de madrugada. Não se sinta culpado se a TV estiver mais agradável às 4h.

Três dicas para não dormir
Ponha a leitura em dia antes de cair no sono

1. Começou a bocejar? Levante e dê uns pulinhos. Estar acordado é reagir a estímulos, e esse pequeno exercício nada mais é do que um estímulo motor. De quebra, vai ajudar a quebrar a monotonia.

2. Ler em voz alta exercita outras partes do cérebro, como o lobo temporal (relacionado à audição) e o lobo frontal (relacionado à produção da fala), e vai acabar com aquela preguiça momentânea.

3. Leia sentado. É lógico: a não ser que você tenha problema na coluna, é mais difícil dormir sentado do que deitado, já que, para dormir, é preciso relaxar toda a musculatura, o que não ocorre sentado.