sexta-feira, 26 de abril de 2013

Orientar Filosoficamente a Vida


 A ânsia de uma orientação filosófica da vida nasce da obscuridade em que cada um se encontra, do desamparo que sente quando, em carência de amor, fica o vazio, do esquecimento de si quando, devorado pelo afadigamento, súbito acorda assustado e pergunta: que sou eu, que estou descurando, que deverei fazer?
O auto-esquecimento é fomentado pelo mundo da técnica. Pautado pelo cronômetro, dividido em trabalhos absorventes ou esgotantes que cada vez menos satisfazem o homem enquanto homem, leva-o ao extremo de se sentir peça imóvel e insubstituivel de um maquinismo de tal modo que, liberto da engrenagem, nada é e não sabe o que há-de fazer de si. E, mal começa a tomar consciência, logo esse colosso o arrasta novamente para a voragem do trabalho inane e da inane distração das horas de ócio.Porém, o pendor para o auto-esquecimento é inerente à condição humana. O homem precisa de se arrancar a si próprio para não se perder no mundo e em hábitos, em irrefletidas trivialidades e rotinas fixas.
Filosofar é decidirmo-nos a despertar em nós a origem, é reencontrarmo-nos e agir, ajudando-nos a nós próprios com todas as forças.
Na verdade a existência é o que palpavelmente está em primeiro lugar: as tarefas materiais que nos submetem às exigências do dia-a-dia. Não se satisfazer com elas, porém, e entender essa diluição nos fins como via para o auto-esquecimento, e, portanto, como negligência e culpa, eis o anelo de uma vida filosoficamente orientada. E, além disso, tomar a sério a experiência do convívio com os homens: a alegria e a ofensa, o êxito e o revés, a obscuridade e a confusão. Orientar filosoficamente a vida não é esquecer, é assimilar, não é desviar-se, é recriar intimamente, não é julgar tudo resolvido, é clarificar.
São dois os seus caminhos: a meditação solitária por todos os meios de consciencialização e a comunicação com o semelhante por todos os meios da recíproca compreensão, no convívio da ação, do colóquio ou do silêncio.

Karl Jaspers, in 'Iniciação Filosófica'

Rouseau: o pai da pedagogia contemporânea



Jean-Jacques Rousseau, um filósofo de língua francesa( nascido em Genebra, em 1712), transformou a história da pedagogia em pleno século XVII, operando uma “Revolução Copernicana”, na qual a criança passara a ser o centro da reflexão pedagógica, com uma nova imagem: de boa e pura, e sendo articulada em etapas sucessivas, desde a primeira infância até a adolescência.
Rousseau teorizou alguns modelos educativos, onde dois prevaleceram: um destinado ao cidadão e o outro ao homem. Esses modelos eram ao mesmo tempo antagônicos e complementares. Contudo, o que era voltado mais ao cidadão, que possuía uma educação de caráter político, descrito na obra “ Contrato Social”, não predominou tanto quanto o modelo proposto em “Emílio”, o qual se voltava mais ao homem no sentido natural e equilibrado,e possuía uma visão de sentido pedagógico.
Na obra “Emílio” é teorizada uma noção de educação do homem em seu estado natural, sem que haja influências do ambiente social que possam corromper seu caráter, e que essa educação se dê a partir da orientação de um pedagogo.
As ideias contidas nesse romance pedagógico rousseauniano são inovações originais e foram de grande importância para a evolução do pensamento pedagógico moderno, onde se destacam três que constituem pontos fundamentais da contribuição de Rousseau à pedagogia: o primeiro é a descoberta da infância como fase independente que possui características próprias (puericentrismo); a segunda é a ligação entre motivação e aprendizagem(aprendizagem motivada); e a terceira é a atenção dedicada à antinomia e à contraditoriedade da relação educativa ( dialética autoridade-liberdade).
“Emílio” apresenta em sua base uma polêmica crítica ao modelo pedagógico de sua época: era contra os colégios jesuíticos( eram estes 'artificiais e livrescos') e contra a educação aristocrática (onde os filhos eram mera imitação dos adultos).
Rousseau exemplifica em “Emílio” a formação do homem natural a partir de cinco etapas reveladas em cinco livros:
- a primeira etapa é a infância(0 à 3 anos) e é caracterizada por uma educação higiênica e de liberdade;
- a segunda etapa é a 'Puerícia'(dos 4 aos 12 anos), onde o objetivo educativo é quanto ao fortalecimento do corpo e uso dos sentidos;
- a terceira etapa é a 'idade do útil'(pré-adolescência) caracterizada por uma aprendizagem empírica;
- a quarta etapa é a da adolescência, onde prepara para uma concepção religiosa de mundo, e onde há o despertar das paixões e manifestação de amizade;
-a quinta etapa encerra-se com o final feliz do amor de Emílio e Sofia, e com o empenho de como preceptor, educar seu filho. Nessa etapa é proposta uma educação para a mulher.
No texto pedagógico de Rousseau é apontada a importância de outros dois conceitos, que são o da 'educação negativa' e da 'educação indireta'. A educação negativa ocorre quando não há a intervenção do educador, que deve somente acompanhar o crescimento e proteger de influências viciosas da sociedade, o indivíduo. A educação indireta ocorre em contato com as coisas, onde há a valorização da natureza e das coisas, e a eliminação da influência dos homens.
Porém, apesar dessas ideias de educação, existe um paradoxo entre as propostas 'libertárias' defendidas por Rousseau e o papel da autoridade do educador, pois em alguns momentos em seus livros aparece a capacidade de esconder a intervenção coercitiva por parte do professor e torná-la tolerada pela criança. Essa visão se contradiz com a liberdade e o naturalismo comuns da pedagogia de Rousseau, pois parecem negar seus postulados fundamentais.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

O poder do beijo

Beijar é sempre bom. Levanta o astral. Rejuvenesce. Embriaga. Faz sonhar, faz suar, levando-nos ao delírio. Dá taquicardia. A boca sente os desejos da alma, os mais secretos. Quando dois lábios se unem, a intimidade é revelada. Segredos são compartilhados. É o início de um incêndio que, posteriormente, percorre o corpo todo. Não há nada mais sublime que o beijo. Beijar é apenas o começo. E também, a despedida. É a cumplicidade de todos os momentos. É a entrega. Entrega plena e mágica, com o poder de acordar a bela adormecida. Com o poder de acalmar os ânimos em uma briga. Sente-se, no ato de beijar, o calor dos lábios, o sabor do outro, o desejo pelo outro. Se não há vontade de beijar, não há tesão. Se o beijo for ruim, então, pode esquecer, não dá vontade de continuar, não dá vontade de beijar de novo. É engraçado, o beijo é um ato extremamente simples e, ao mesmo tempo, bastante complexo. É como uma assinatura. Beijo bom fica na memória. Beijo muito bom marca a pessoa por uma vida. E não se engane, beijo ruim também. Portanto, minha amiga, beije, beije muito e vá treinando. Na verdade, não sei se realmente é válido o treinamento, há coisas que já nascem com a gente. Claro que tudo nessa vida dá para ser aprimorado. Portanto, o treino ainda não está descartado. Beijo envolve contato, olhares, uma relação corpo-a-corpo. Com todo o respeito, mas Bill Gates ainda não inventou beijo “internético”. Ainda bem, pois algumas coisas precisam manter a tradição. Além do mais, já foi comprovado: beijos, abraços e carinhos são ótimas atividades para a saúde do coração. Beijo virtual é só pra ficar na vontade. Beijo de verdade tem que ser macio, molhado, demorado, aí sim, faz aquele estrago.O beijo tem o poder de seduzir, amolecer as pernas, causando desde arrepios a devaneios psíquicos. Ao beijar, perde-se a noção de tempo, espaço e lugar. O ato de beijar é o causador de distúrbios e alterações comportamentais. Não há nada mais lindo que a união de dois lábios, transportando física e mentalmente duas pessoas em uma só. Mas, cuidado, beijo também vicia. (Ah… bom se todos os vícios do ser humano fossem igual a esse). No final das contas, não importa se o beijo for fraterno, com más intenções, somente por provocação ou insinuação, por amor, pra toda vida, ou ainda se for só por sacanagem, só por uma noite. Não importa se o beijo for no nariz, na boca, na bochecha, no pescoço, na mão, no tornozelo, na orelha ou em qualquer outro lugar que sua imaginação e criatividade conduzirem. Não importa se for beijo de língua, selinho ou mordidinhas de prazer. O importante é beijar e desfrutar, desfrutar intensamente. Quanto poder tem o beijo. Que delícia é beijar.

Por Fabiana Langaro Loos



 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

AS CRUZADAS



De 1096 a 1270, expedições foram formadas sob o comando da Igreja, a fim de recuperar Jerusalém (que se encontrava sob domínio dos turcos seldjúcidas) e reunificar o mundo cristão, dividido com a “Cisma do Oriente”. Essas expedições ficaram conhecidas como Cruzadas.
A Europa do século XI prosperava. Com o fim das invasões bárbaras, teve início um período de estabilidade e um crescimento do comércio. Consequentemente, a população também cresceu. No mundo feudal, apenas o primogênito herdava os feudos, o que resultou em muitos homens para pouca terra. Os homens, sem terra para tirar seu sustento, se lançaram na criminalidade, roubando, saqueando e sequestrando. Algo precisava ser feito.

Como foi dito anteriormente, o mundo cristão se encontrava dividido. Por não concordarem com alguns dogmas da Igreja Romana (adoração a santos, cobrança de indulgências, etc.), os católicos do Oriente fundaram a Igreja Ortodoxa. Jerusalém, a Terra Santa, pertencia ao domínio árabe e até o século XI eles permitiram as peregrinações cristãs à Terra Santa. Mas no final do século XI, povos da Ásia Central, os turcos seldjúcidas, tomaram Jerusalém. Convertidos ao islamismo, os seldjúcidas eram bastante intolerantes e proibiram o acesso dos cristãos a Jerusalém.

Em 1095, o papa Urbano II convocou expedições com o intuito de retomar a Terra Sagrada. Os cruzados (como ficaram conhecidos os expedidores) receberam esse nome por carregarem uma grande cruz, principal símbolo do cristianismo, estampada nas vestimentas. Em troca da participação, ganhariam o perdão de seus pecados.

A Igreja não era a única interessada no êxito dessas expedições: a nobreza feudal tinha interesse na conquista de novas terras; cidades mercantilistas como Veneza e Gênova deslumbravam com a possibilidade de ampliar seus negócios até o Oriente e todos estavam interessados nas especiarias orientais, pelo seu alto valor, como: pimenta-do-reino, cravo, noz-moscada, canela e outros. Movidas pela fé e pela ambição, entre os séculos XI e XIII, partiram para o Oriente oito Cruzadas.

A primeira (1096 – 1099) não tinha participação de nenhum rei. Formada por cavaleiros da nobreza, em julho de 1099, tomaram Jerusalém. A segunda (1147 – 1149) fracassou em razão das discordâncias entre seus líderes Luís VII, da França, e Conrado III, do Sacro Império. Em 1189, Jerusalém foi retomada pelo sultão muçulmano Saladino. A terceira cruzada (1189 – 1192), conhecida como ‘”Cruzada dos Reis”, contou com a participação do rei inglês Ricardo Coração de Leão, do rei francês Filipe Augusto e do rei Frederico Barbarruiva, do Sacro Império. Nessa cruzada foi firmado um acordo de paz entre Ricardo e Saladino, autorizando os cristãos a fazerem peregrinações a Jerusalém. A quarta cruzada (1202 – 1204) foi financiada pelos venezianos, interessados nas relações comerciais. A quinta (1217 – 1221), liderada por João de Brienne, fracassou ao ficar isolada pelas enchentes do Rio Nilo, no Egito. A sexta (1228 – 1229) ficou marcada por ter retomado Jerusalém, Belém e Nazaré, cidades invadidas pelos turcos. A sétima (1248 – 1250) foi comandada pelo rei francês Luís IX e pretendia, novamente, tomar Jerusalém, mais uma vez retomada pelos turcos. A oitava (1270) e última cruzada foi um fracasso total. Os cristãos não criaram raízes entre a população local e sucumbiram.

As Cruzadas não conseguiram seus principais objetivos, mas tiveram outras consequências como o enfraquecimento da aristocracia feudal, o fortalecimento do poder real, a expansão do mercado e o enriquecimento do Oriente.
 
Por Demercino Júnior

O JUDAÍSMO


O judaísmo é a religião monoteísta mais antiga do mundo. Originou-se por volta do século XVIII a.C., quando Deus mandou Abraão procurar a terra prometida. Seu desenvolvimento ocorreu de forma conjunta ao da civilização hebraica, através de Moisés, Davi, Salomão etc., sendo que foram esses dois últimos os reis que construíram o primeiro templo em Jerusalém.
Os judeus acreditam que YHWH (Javé ou Jeová, em português) seja o criador do universo, um ser onipresente, onipotente e onisciente, que influencia todo o universo e tem uma relação especial com seu povo. O livro sagrado dos judeus é o Torá ou Pentateuco, revelado diretamente por Deus. Para o judaísmo, o pecado mais mortal de todos é o da idolatria, ou seja, a prática de adoração a ídolos e imagens.
Os cultos são realizados em templos denominados sinagogas. Os homens usam uma pequena touca, denominada kippa, como forma de respeito para com Deus. Os principais rituais são a circuncisão, realizada em meninos com 8 dias de vida, representando a marca da aliança entre Deus e Abraão e seus descendentes; e o Bar Mitzvah (meninos) e a Bat Mitzvah (meninas), que representam o início da vida adulta.
Os livros sagrados dentro do judaísmo não fazem referência à vida após a morte, no entanto, após o exílio na Babilônia, os judeus assimilaram essa ideia. Na verdade, essas crenças variam conforme as várias seitas judaicas. A base da religião judaica está na obediência aos mandamentos divinos estabelecidos nos livros sagrados, uma vez que, para eles, isso é fazer a vontade de Deus e demonstrar respeito e amor pelo criador.
O judaísmo é a religião monoteísta que possui o menor número de adeptos no mundo, cerca de 12 a 15 milhões.
 
Por Tiago Dantas

Os sonhos

Os sonhos são atividades mentais ativadas pelo inconsciente quando as pessoas estão dormindo. A principal teoria a respeito dos sonhos partiu de Sigmund Freud que caracterizou os sonhos como a liberação de desejos reprimidos, ou seja, para Freud as coisas que desejamos e que não nos encorajamos a fazer são liberadas pelo inconsciente quando dormimos.

Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, decidiu seguir seu próprio caminho e defender suas idéias que eram diferentes das propostas por Freud. Carl concordava que os sonhos eram manifestações do inconsciente, só que de forma a buscar o equilíbrio do “eu” e refletir sobre si mesmo.

Para alguns cientistas, o sonho é apenas uma forma de condução de informações que são ativadas durante o sono que contribuem com o controle do cérebro, mantendo sua saúde.

Normalmente os sonhos ocorrem nos estágios do sono REM (cerca de cinco estágios). Nesse período, há intensa atividade cerebral concentrada que paralisa todos os músculos esqueléticos através da liberação do aminoácido glicina pelo tronco cerebral. Nesse período o organismo reflete os acontecimentos do dia de forma a colocar os fatos comuns separados dos fatos importantes. Nesse estágio podem ocorrer sonhos ligados a fortes emoções. Os sonhos podem durar até vinte minutos, durante a noite é possível ter vários sonhos que podem ser lembrados posteriormente ou não. Freud explica que o esquecimento dos sonhos ocorre porque o cérebro não busca lembrar das coisas que são reprimidas e liberadas durante o sonho.
Por Gabriela Cabral

Biografia de Friedrich Nietzsche


Friedrich Nietzsche nasceu em 1844 na Alemanha numa cidade conhecida por Röcken. A sua família era luterana e o seu destino era ser pastor como seu pai. Nietzsche perde a fé durante a adolescência, e os estudos de filologia combatem com o que aprendeu sobre teologia: Durante os seus estudos na universidade de Leipzig, a sua vocação filosófica cresce. Foi um aluno brilhante, dotado de sólida formação clássica, e aos 25 anos é nomeado professor de Filologia na universidade de Basiléia.

Durante dez anos desenvolveu a sua filosofia em contacto com pensamento grego antigo. Em 1879 seu estado de saúde obriga-o a deixar de ser professor. Sua voz ficou inaudível. Começou uma vida errante em busca de um clima favorável tanto para sua saúde como para seu pensamento (Veneza, Gênova, Turim, Nice, Sils-Maria...) :

Em 1882, começa a escrever o Assim Falou Zaratustra. Nietzsche não cessa de escrever com um ritmo crescente. Este período termina brutalmente em 3 de Janeiro de 1889 com uma "crise de loucura" que, durou até à sua morte, coloca-o sob a tutela da sua mãe e sua irmã.

Estudos recentes atribuem a sua morte um cancro do cérebro, que eventualmente pode ter origem sifilítica. Sua irmã falseou seus escritos após a sua morte para apoiar uma causa anti-semita. Falácia, tendo em vista a repulsa de Nietzsche ao anti-semitismo em seus escritos.

O sucesso de Nietzsche, entretanto, sobreveio quando um professor dinamarquês leu a sua obra Assim Falou Zaratustra e, por conseguinte, tratou de difundi-la, em 1888. Muitos estudiosos da época tentaram localizar os momentos que Nietzsche escrevia sob crises nervosas ou sob efeito de drogas (Nietzsche estudou biologia e tentava descobrir sua própria maneira de minimizar os efeitos da sua doença).
Pensador.INFO

As escrituras de Nicolau Maquiavel


Maquiavel escreveu diversos livros. Sua obra mais famosa foi “O Príncipe” (1513). Também escreveu “A Arte da Guerra” e “História de Florença”. Mas seu mais brilhante e conhecido trabalho é, sem dúvida, “O Príncipe”. Imagino que o livro que lhe interessa é "O príncipe", porque ele trata da questão do poder.
“O Príncipe”
A obra-prima de Maquiavel pode ser considerada um guia de conselhos para governantes. O tema central do livro é o de que para permanecer no poder, o líder deve estar disposto a desrespeitar qualquer consideração moral, e recorrer inteiramente à força e ao poder da decepção. Maquiavel escreveu que um país deve ser militarmente forte e que um exército pode confiar somente nos cidadãos de seu país – um exército que dependia de mercenários estrangeiros era fraco e vulnerável.
Maquiavel afirma ainda que um líder deve buscar o apoio de seu povo. Para a surpresa de muitos, o autor explicou que ao assumir o poder “deve-se cometer todas as crueldades de uma só vez, para não ter que voltar a elas todos os dias...Os benefícios devem ser oferecidos gradualmente, para que possam ser melhor apreciados.”
Maquiavel também ensinou que para obter sucesso, um líder deve estar cercado por ministros leais, competentes e confiáveis.
Um dos temas mais importantes de “O Príncipe” é o debate sobre a seguinte questão: “é preferível que um líder seja amado ou temido?” Maquiavel responde que é importante ser amado e temido, porém, é melhor ser temido que amado. Ele explica que o amor é um sentimento volúvel e inconstante, já que as pessoas são naturalmente egoístas e podem freqüentemente mudar sua lealdade. Porém, o medo de ser punido é um sentimento que não pode ser modificado ou ignorado tão facilmente.
Maquiavel também afirma que, se necessário, um governante deve mentir e trapacear. O autor declara que é melhor para um líder caluniar do que agir de acordo com suas promessas, se estas forem resultar em consequências adversas para sua administração e seus interesses. Da mesma forma que Maquiavel acreditava que os líderes deveriam ser falsos quando preciso, ele os aconselhava a ficarem atentos em relação às promessas de outros: eles também podem estar mentindo caso seja de interesse deles.
O Legado de Maquiavel
Maquiavel foi muito criticado pelas idéias que ele defendeu em “O Príncipe”. Contudo, é importante ressaltar que ele preferia uma república à ditadura. Tinha uma preocupação com a fraqueza militar e política da Itália, e desejava ver um governante forte que unificasse o país e expulsasse os invasores estrangeiros que estavam devastando a Itália. Por um lado, Maquiavel era defensor de táticas severas e cínicas, por outro, ele era um patriota idealista.
Poucos filósofos políticos foram tão condenados quanto Maquiavel. Seu nome virou sinônimo, inclusive na língua portuguesa, de duplicidade e manipulação: “maquiavélico”. As idéias de Nicolau Maquiavel podem não ter sido morais, mas foram certamente influentes. O próprio Maquiavel declarou que elas não eram originais: seus conselhos já haviam sido adotados na prática por diversos governantes bem-sucedidos. “O Príncipe” tornou-se notório após ter sido lido por diversos vilões da história. Benito Mussolini, o líder fascista italiano durante a Segunda Guerra Mundial, um homem que trouxe muita destruição para seu país, elogiou publicamente o livro. Dizem que Napoleão Bonaparte dormia com um exemplar do livro sob seu travesseiro. No entanto, deve-se lembrar que Maquiavel apenas apresentou, e não criou, a realidade amoral da política.
Maquiavel acreditava na capacidade humana de determinar seu próprio destino. Para ele, os fins justificavam os meios: um governante deveria fazer qualquer coisa para atingir seus objetivos. Ao escrever “O Príncipe”, Maquiavel desejava guiar os governantes, alertando-os sobre as armadilhas da selva política. Seu livro é um manual de auto-preservação para líderes mundiais.
Nicolau Maquiavel faleceu em 1527, aos 58 anos de idade. Independente de admiradores e críticos, não se pode negar a influência de Maquiavel. Seu trabalho e suas idéias continuam sendo amplamente lidas e discutidas e ele é considerado um dos principais filósofos políticos de todos os tempos. Se a teoria política moderna é discutida hoje com tamanho realismo, grande parte disso deve-se ao autor de “O Príncipe”.

Por Marcio Filósofo

Um Ser Revoltante e Falso

         
Quanta felicidade dá a grata suavidade das coisas! Como a vida é cintilante e de bela aparência! São as grandes falsificações, as grandes interpretações que sempre nos têm elevado acima da satisfação animal, até chegarmos ao humano. Inversamente: que nos trouxe a chiadeira do mecanismo lógico, a ruminação do espírito que se contempla ao espelho, a dissecação dos instintos?
Suponde vós que tudo era reduzido a fórmulas e que a vossa crença era confinada à apreciação de graus de verosimilhança, e que vos era insuportável viver com tais premissas... que fazíeis vós? Ser-vos-ia possível viver com tão má consciência?
No dia em que o homem sentir como falsidade revoltante a crença na bondade, na justiça e na verdade escondida das coisas, como se ajuizará ele a si mesmo, sendo como é parte fragmentária deste mundo? Como um ser revoltante e falso?

Friedrich Nietzsche, in 'A Vontade de Poder'

Vantagens e desvantagens da Copa do Mundo no Brasil em 2014.


Vantagens:  
  Em 2014, o Brasil sediará a Copa do Mundo e em 2016 as olimpíadas. Os principais benefícios que eventos como esses podem trazer para um país, em especial para as cidades-sede , são: os investimentos em transporte, educação, habitação, viadutos, obras de sinalização e promoção de acessibilidade, investimentos esses que mesmo depois de terminado o evento continuarão no país beneficiando sua população. De acordo com Domingues (2000, p. 6).
  A promoção de grandes eventos esportivos tem sido a estratégia de diversos países para atração e de atenção internacional. Os benefícios econômicos desse evento retratam um argumento utilizado para justificar o esforço e o gasto público para sediar tais eventos [...] os mega-eventos esportivos podem representar como um catalisador de aceleração do processo de investimento em áreas cruciais que já deveriam ter ocorrido.

Desvantagens:
  Apesar dos grandes investimentos nas cidades-sedes e no planejamento da copa, se não há uma previsão de uso da infra-estrutura montada para o evento, após o término do mesmo, podem ocorrer perdas aos cofres públicos. Os governantes precisam assumir grandes gastos após os eventos para manutenção das estruturas, que apesar de passarem a ser pouco usadas necessitam desses investimentos. Por exemplo, “a Grécia que gasta cerca de R$ 202 milhões por ano para manter suas construções depois das olimpíadas e a cidade de Montreal que somente em 2006, após 30 anos da realização dos Jogos Olímpicos, conseguiu sanar uma dívida, cerca de R$ 2,8 bilhões” (Golden Goal, 2010).
  Para evitar e amenizar tais situações é preciso prévio planejamento e investimento em incentivos ao esporte e cultura para que as estruturas não caiam em desuso, é recomendável também avaliação da demanda de mão de obra e serviços em longo prazo de residentes locais, por exemplo: investimentos na especialização de mão de obra, para outros fins que gerem lucro as comunidades locais estimulando o crescimento da renda e trabalho, o que possibilitará maior arrecadação de impostos que poderão ser usados para financiar as despesas adicionais e novos projetos.
  Eventos como a copa e olimpíadas podem ocasionar redução de verbas públicas destinadas a fins específicos como saúde e educação, que são utilizadas para construção da infra-estrutura necessária para realização dos eventos esportivos, ou seja, se não houver fiscalização e auditorias por partes dos órgãos responsáveis, como Ministério Público e Tribunais de Contas, a população mais carente pagará um alto preço pela realização de tais eventos. Por isso é preciso especial atenção a essas despesas que não podem usar verbas destinadas a outros fins (básicos e essenciais para a população em geral).

  Opinião:
  O Brasil está passando hoje por um bom momento na sua econômica (poderia ser melhor), e um evento como este certamente trará, obras de urbanização e melhoras para a população, porém haverá sempre os céticos que dirão que não é uma boa ideia, e que este dinheiro poderia estar sendo usado em algo de maior importância, como saúde e educação. Mas digo, estes não estão totalmente errados, com certeza o investimento que será aplicado nos interesses da copa e também das olimpíadas, daria para fazer um boa melhora em vários setores do estado, porém se em mais de 500 anos de história este país continua beirando o ridículo quanto a estes dois aspectos citados. Então tem haver sim a passagem deste evento pelo solo brasileiro, porém a população não pode se esquecer que ainda estamos no Brasil e deve cobrar transparência absoluta na execução das obras.
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terça-feira, 23 de abril de 2013

Novos Valores para a Sociedade

        

Se pensarmos na nossa vida e na nossa atuação, em breve notaremos que quase todas as nossas aspirações e ações estão ligadas à existência de outros homens. Reparamos que, em toda a nossa maneira de ser, somos semelhantes aos animais que vivem em comum. Comemos os alimentos produzidos por outros homens, usamos vestuário que outros homens fabricaram e habitamos casas que outros construíram. A maior parte das coisas que sabemos e em que acreditamos foi-nos transmitida por outros homens, por meio duma linguagem que outros criaram. A nossa faculdade mental seria muito pobre e muito semelhante à dos animais superiores se não existisse a linguagem, de modo que teremos de concordar que, aquilo que nos distingue em primeiro lugar dos animais, o devemos à nossa vida na comunidade humana. O homem isolado — entregue a si desde o nascimento — manter-se-ia, na sua maneira de pensar e de sentir, primitivo como um animal, dum modo que dificilmente podemos imaginar. O que cada um é e significa, não o é tão-somente como ser isolado, mas como membro duma grande comunidade humana, que determina a sua existência material e espiritual desde o nascimento à morte.
Aquilo que um homem leva para a sua comunidade depende, em primeiro lugar, da medida em que o seu sentir, o seu pensar e o seu agir são aplicados à melhoria da existência dos outros homens. Conforme a atitude de cada um neste campo, assim costumamos designá-lo por bom ou por mau. Pareceria, à primeira vista, que as qualidades sociais de cada homem são as únicas a entrar em linha de conta para a apreciação que dele fazemos.
E, no entanto, tal concepção não seria exata. Facilmente se reconhecerá que todos os bens materiais, espirituais e morais que recebemos da sociedade provêm de isoladas personalidades criadoras, no decurso de inúmeras gerações. Houve um que descobriu o uso do fogo, outro a maneira de cultivar plantas alimentares, outro ainda a máquina a vapor.
Só o indivíduo isolado é capaz de pensar e assim criar novos valores para a sociedade, e até mesmo estabelecer normas morais, segundo as quais se desenrola a vida da comunidade. Sem personalidades criadoras, pensando e julgando individualmente, não se pode imaginar o progresso da sociedade, como também não se pode imaginar o desenvolvimento da personalidade, sem o terreno favorável da comunidade.
Uma sociedade sã depende portanto igualmente da independência dos indivíduos e da sua íntima ligação social.

Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'

O Bem e o Mal

Em princípio, é justo que se mostre maior afeto por aqueles que mais contribuíram para o enobrecimento dos homens e da vida humana. Se porém indagarmos quais são esses homens vemo-nos perante dificuldades. Nos chefes políticos, e até mesmo nos chefes religiosos, é por vezes bastante duvidoso sabermos se o que fizeram serviu mais para o bem do que para o mal.
Creio pois, muito seriamente, que a melhor maneira de servir os homens é ocupá-los numa tarefa nobre, mediante a qual eles se enobrecem indiretamente. Isto aplica-se em primeiro lugar aos artistas notáveis, em segundo lugar aos investigadores. É certo que os resultados da investigação não enobrecem nem enriquecem o homem; o que o enobrece são os esforços que faz pela compreensão, o trabalho intelectual produtivo e receptivo.
Seria decerto descabido querer-se ajuizar do valor do Talmude pelos seus resultados intelectuais.

Albert Einstein, in 'Como Vejo o Mundo'






O Conflito entre o Conhecimento e a Fé

        

Durante o último século, e parte do século anterior, era largamente aceite a existência de um conflito irreconciliável entre o conhecimento e a fé. Entre as mentes mais avançadas prevaleceu a opinião de que estava na altura de a fé ser substituída gradualmente pelo conhecimento; a fé que não assentasse no conhecimento era superstição e como tal deveria ser reprimida (...)
O ponto fraco desta concepção é, contudo, o de que aquelas convicções que são necessárias e determinantes para a nossa conduta e julgamentos não se encontram unicamente ao longo deste sólido percurso científico. Porque o método científico apenas pode ensinar-nos como os factos se relacionam, e são condicionados, uns com os outros. A aspiração a semelhante conhecimento objectivo pertence ao que de mais elevado o homem é capaz, e ninguém suspeitará certamente de que desejo minimizar os resultados e os esforços heróicos do homem nesta esfera. Porém, é igualmente claro que o conhecimento do que é não abre directamente a porta para o que deveria ser. Podemos ter o mais claro e mais completo conhecimento do que é e, contudo, não ser capazes de deduzir daí qual deveria ser o objectivo das nossas aspirações humanas. O conhecimento objectivo fornece-nos instrumentos poderosos para a realização de determinados fins, mas o objectivo último propriamente e o desejo de o alcançar têm de provir de outra fonte (...) Aqui enfrentamos, portanto, os limites de uma concepção puramente racional da nossa existência (...)
Se nos perguntarmos donde deriva a autoridade de semelhantes fins fundamentais, na medida em que não podem ser enunciados e justificados meramente através da razão, apenas podemos responder: existem numa sociedade saudável como tradições poderosas, que influenciam a conduta e as aspirações e os julgamentos dos indivíduos; existem, isto é, como algo com vida, sem ser necessário procurar uma justificação para a sua existência. Nascem, não através da demonstração, mas através da revelação, através da mediação de personalidades poderosas. Não devemos tentar justificá-los, mas apenas apreender a sua natureza de uma forma simples e clara.

Albert Einstein, in 'Conferência (1939)'

 
 
 

Conselhos para o Ensino



Vou falar de questões que, independentemente do espaço e do tempo, sempre estiveram e sempre estarão relacionadas com a educação. Nesta tentativa não posso dizer que sou uma autoridade, particularmente tão inteligente e bem-intencionado como os homens que ao longo do tempo trataram dos problemas da educação e que certamente exprimiram repetidas vezes os seus pontos de vista acerca destas matérias. Com que base posso eu, um leigo no âmbito da pedagogia, arranjar coragem para exprimir opiniões sem qualquer fundamento, excepto a minha experiência pessoal e a minha convicção pessoal? Quando se trata de uma matéria científica, é fácil uma pessoa sentir-se tentada a ficar calada com base nestas considerações.
Contudo, tratando-se de assuntos respeitantes ao ser humano, é diferente. Neste caso, o conhecimento apenas da verdade não é suficiente; pelo contrário, este conhecimento deve ser continuamente renovado à custa de um esforço contínuo, sob pena de se perder. Lembra uma estátua de mármore no deserto que está continuamente em perigo de ser enterrada pela areia em movimento. As mãos de serviço têm de estar continuamente a trabalhar para que o mármore continue indefinidamente a brilhar ao sol. A este grupo de mãos também pertencem as minhas.
A escola sempre foi o mais importante meio de transferência da riqueza da tradição de uma geração para a seguinte. Hoje isto aplica-se ainda mais do que antigamente, porque, através do desenvolvimento moderno da vida econômica, o papel da família como entidade portadora da tradição e da educação tem enfraquecido. A continuidade e a saúde da sociedade humana estão, portanto, ainda mais dependentes da escola do que anteriormente.
A influência educacional que é exercida sobre o aluno pela realização de um certo trabalho pode ser muito diferente, dependendo de o sentimento subjacente a este trabalho ser dor, paixão egoísta ou desejo de prazer e satisfação. E ninguém pode afirmar que a administração da escola e a atitude dos professores não têm influência no modo como moldam as bases psicológicas dos alunos.
Quanto a mim, a pior coisa parece ser uma escola que trabalhe principalmente com métodos baseados no medo, na força e na autoridade artificial. Esse tratamento destrói os bons sentimentos, a sinceridade e a autoconfiança do aluno. Produz o sujeito submisso.
O segundo motivo referido, a ambição, ou, em termos mais suaves, o desejo de reconhecimento e consideração, está firmemente associado à natureza humana. Na ausência de estímulo mental deste tipo, a cooperação humana seria completamente impossível; o desejo de aprovação por um colega é certamente uma das forças de coesão mais poderosas da sociedade. Neste complexo de sentimentos, as forças construtivas e destrutivas estão muito próximas. O desejo de aprovação e reconhecimento é um motivo saudável, mas o desejo de ser reconhecido como melhor, mais forte ou mais inteligente do que outra pessoa ou mais estudioso conduz facilmente a um estado psicológico excessivamente egoísta, que pode tornar-se prejudicial para o indivíduo e para a comunidade. Consequentemente, a escola e o professor devem abster-se de utilizarem o método fácil de incentivar a ambição individual por forma a levarem os seus alunos a trabalhar. Devemos abster-nos de incentivar nos jovens a luta pelo sucesso na forma usual como o principal objectivo de vida. O motivo mais importante para trabalhar na escola e na vida é o prazer no trabalho, o prazer nos seus resultados e o reconhecimento do valor do resultado para a comunidade. O importante é desenvolver a inclinação para a brincadeira própria das crianças e o desejo de reconhecimento também próprio das crianças e guiar a criança ao longo dos aspectos importantes para a sociedade. Tal escola exige que o professor seja uma espécie de artista na sua própria área.
Ainda não disse nada até agora sobre a escolha dos assuntos a ensinar nem sobre o método de ensino. Deve predominar o ensino das línguas ou a educação técnica em ciência?
A isto respondo: na minha opinião, tudo isso é de importância secundária. Se um jovem desenvolver os músculos e a preparação física fazendo ginástica e caminhando, estará mais tarde preparado para qualquer trabalho físico. Isto é igualmente verdade no caso do treino da mente e do exercício das habilidades mentais e manuais. Assim, o dito não está muito errado quando define a educação da seguinte forma: «Educação é o que fica quando esquecemos tudo o que aprendemos na escola!»

Albert Einstein, in 'Discurso (1936)'

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Verdade



A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

Trabalho em equipe - Juntos somos melhores

    
 Um conceito cada vez mais valorizado no ambiente profissional é o trabalho em equipe. Ter agilidade para desenvolver trabalhos em conjunto tem sido um das qualidades mais exigidas nos processos de contratação. Trabalhar em equipe significa criar um esforço coletivo para resolver um problema, são pessoas que se dedicam a realizar uma tarefa visando concluir determinado trabalho, cada um desempenhando uma função específica, mas todos unidos por um só objetivo, alcançar o tão almejado sucesso.
      A atividade em equipe deve ser entendida como resultado de um esforço conjunto e, portanto as vitórias e fracassos são responsabilidades de todos os membros envolvidos. Muitas pessoas, que atuam em diversas organizações, estão trabalhando em grupo e não em equipe , como se estivessem em uma linha de produção, onde o trabalho é individual e cada um se preocupa em realizar apenas sua tarefa e pronto.
       No trabalho em equipe, cada membro sabe o que os outros estão fazendo e reconhecem sua importância para o sucesso da tarefa. Os objetivos são comuns e as metas coletivas são desenvolvidas para ir além daquilo que foi pré-determinado. O trabalho em equipe possibilita trocar conhecimentos e agilidade no cumprimento de metas e objetivos compartilhados. Na sociedade em que vivemos, o trabalho em equipe é muito importante, pois cada um precisa da ajuda do outro.
       Pense numa vela acesa, ela é bonita, envolvente, ilumina tudo ao seu redor. Uma vela acesa simboliza esperança, harmonia, fé. Por si só é bonita, porque ela mesma tem a sua luz. Mas a vela por outro lado é muito frágil, e qualquer vento ou sopro pode apagá-la.
       Transferindo isso para o trabalho em equipe podemos concluir, que por mais que tenhamos luz própria, que brilhemos e tenhamos talento, é preciso lembrar que sozinhos nós somos muito frágeis e é exatamente por isso que qualquer problema do dia-a-dia pode ofuscar o nosso brilho. Daí a importância de entendermos o poder da ajuda mútua, sempre lembrando de que líderes e equipes superam crises quando se unem.
       Saiba que quando pegamos os nossos sonhos e juntamos com os sonhos de outras pessoas, tudo se torna mais forte, iluminado e por mais escuro que o mundo pareça ser, quando o ser humano se junta consegue milagres extraordinários. O ser humano trabalhando em equipe, colaborando uns com os outros, cooperando. Consegue com certeza, afastar a escuridão e todos os problemas que possam afligir a organização.
       Na vida temos que enfrentar muitas adversidades, mas quando nos juntamos um ao outro a coragem aumenta, o nosso potencial se duplica e os nossos objetivos se tornam mais passíveis de realização.

Jenifer Soares Romualdo

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Maquiavel e seu pensamento político


Maquiavel, com base em seu pensamento político, percebeu que as formas de governo se dão de forma cíclica .
O Renascimento trouxe uma série de inovações no campo cultural. Uma delas foi desenvolvida por um autor italiano, Maquiavel, que procurava fundamentar uma filosofia política tendo em vista a dominação dos homens. Essa pretensão tinha como modelo as ciências naturais que estavam em plena descoberta (física, medicina, etc.), estabelecidas por Galileu e com o próprio ideal renascentista de domínio da natureza.
Maquiavel pretendia que essa forma de conhecimento fosse aplicada também à política enquanto ciência do domínio dos homens e que tinha como pressuposto uma natureza humana imutável. Para ele, se há uniformidade nas leis gerais das ciências naturais, também deveria haver para as ciências humanas. Isso foi necessário para manter a ordem dentro do Estado burguês então nascente, que precisava desenvolver suas atividades e prosperar.
O problema para Maquiavel, entretanto, é saber a quem serve a ciência política e o que fazer para se manter no poder. Apesar de, obviamente, ser um defensor da burguesia, não se sabe ao certo qual a sua preferência de forma de governo. Mesmo assim, ele tende ora para a República, ora para a Monarquia. Para ele, essa questão é secundária, pois a sua concepção de história era cíclica e os governos sempre se degeneravam: da monarquia à tirania, desta à oligarquia e à aristocracia, que, por sua vez, recaíam na democracia que, enfim, só terá solução com um ditador. Isso acontece (e se repete) porque os seres humanos têm uma essência universal: é o desejo de poder e os vícios a que são acometidos os homens (governantes e seus sucessores) que fazem com que o governo se degenere.
Por isso, Maquiavel lança mão de dois conceitos chaves: virtu e fortuna. Este diz respeito à grande maioria dos homens, é a sorte, o destino a que estão determinados; e aquele é a excelência que poucos homens têm de previsão, capazes de fazê-los manter o poder máximo possível e para isso podem matar, roubar, mentir, sem nenhum escrúpulo.
A diferença entre Maquiavel e os outros cientistas naturais é que estes, ao publicarem suas obras, não constrangem a sociedade de modo geral, enquanto a obra de Maquiavel causa tal constrangimento, ainda que seja usada por todos os políticos de todos os tempos. Por causa disso, o adjetivo “maquiavélico” significa que “os fins justificam os meios”, ou seja, para se alcançar um objetivo (no caso de Maquiavel, o poder e sua manutenção) vale utilizar-se de qualquer método.

Por João Francisco P. Cabral
Colaborador Brasil Escola
Graduado em Filosofia pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU
Mestrando em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

O Verdadeiro Ócio

        

A verdadeira riqueza é apenas a riqueza interior da alma, tudo o resto traz mais problemas do que vantagens (Luciano). Alguém assim rico interiormente de nada precisa do mundo exterior a não ser um presente negativo, a saber, o ócio, para poder cultivar e desenvolver as suas capacidades espirituais e fruir a sua riqueza interior. Portanto, requer propriamente apenas a permissão para ser ele mesmo durante toda a sua vida, a cada dia e a cada hora. Se alguém estiver destinado a imprimir, em toda a raça humana, o traço do seu espírito, haverá para ele apenas uma felicidade e infelicidade, ou seja, a de poder aperfeiçoar as suas disposições e completar as suas obras - ou disso ser impedido. O resto é-lhe insignificante. Sendo assim, vemos os grandes espíritos de todos os tempos atribuírem o valor supremo ao ócio. Pois este vale tanto quanto o homem. A felicidade parece residir no ócio, diz Aristóteles, e Diógenes Laércio relata que Sócrates louva o ócio como a mais bela posse.

Também corresponde a isso o facto de Aristóteles declarar a vida filosófica como a mais feliz. De modo semelhante, diz na Política: "Poder exercer livremente as próprias aptidões, sejam elas quais forem, é a verdadeira felicidade", o que coincide com a sentença de Goethe em Wilhelm Meister Quem nasceu com um talento, para um talento, encontra no mesmo a sua mais bela existência. Todavia, possuir ócio é estranho não só à sorte comum, mas também à natureza comum do homem, pois o seu destino natural é o de empregar o seu tempo com a aquisição do necessário para a sua existência e a da sua família. Ele é um filho da necessidade, não uma inteligência livre. Em conformidade com isso, o ócio logo se torna um fardo para o homem comum, por fim um tormento, se ele não conseguir preenchê-lo com os fins artificiais e fictícios de toda a espécie, mediante o jogo, a distração e passatempos de todo o tipo. Pelos mesmos motivos, o ócio também lhe traz perigo, pois com acerto se diz difícil é a quietude no ócio. Por outro lado, um intelecto que exceda em muito a medida normal também é uma anomalia, portanto, inatural. No entanto, uma vez que existe, o homem que dele dispõe, para poder encontrar a sua felicidade, precisa justamente daquele ócio que, para os outros, ou é inoportuno, ou é pernicioso. Quanto a ele, sem o ócio, será um Pégasus sob o jugo e, portanto, infeliz. Mas se as duas anomalias se encontram, a exterior e a interior, então é um caso de grande felicidade. Pois aquele assim favorecido levará uma vida de tipo superior, a saber, a de quem está eximido das duas fontes opostas do sofrimento humano, a necessidade e o tédio, ou do laborar preocupado pela existência e a incapacidade de suportar o ócio (isto é, a própria existência livre), que são males dos quais o homem escapará apenas quando eles se neutralizarem e se suprimirem reciprocamente.

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'


O Orgulho Nacional

        

O tipo mais barato de orgulho é o orgulho nacional. Ele trai naquele que por ele é possuído a ausência de qualidades individuais, das quais ele se poderia orgulhar; caso contrário, não recorreria àquelas que compartilha com tantos milhões. Quem possui méritos pessoais distintos reconhecerá, antes, de modo mais claro, os defeitos da sua própria nação, pois sempre os tem diante dos olhos. Mas todo o pobre-diabo, que não tem nada no mundo de que se possa orgulhar, agarra-se ao último recurso, o de se orgulhar com a nação à qual pertence; isso faz com que se sinta recuperado e, na sua gratidão, pronto para defender com unhas e dentes todos os defeitos e desvarios próprios à tal nação. Desse modo, de cinquenta ingleses, por exemplo, haverá no máximo um que concordará connosco quando falarmos, com justo desprezo, da beatice estúpida e degradante da sua nação; mas esta única excepção será com certeza um homem de cabeça.

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

quinta-feira, 18 de abril de 2013

DROGAS NA JUVENTUDE; prazer momentâneo, frustração para sempre.


Nos dias atuais o uso das drogas tem tido um aumento significativo, atraindo facilmente a juventude do nosso país. Sendo um assunto bastante polêmico, nos leva a várias discussões. Porém esse problema não terá uma fácil resolução como muitos pensam. Uma ação que não resolveria o problema seria a prisão daqueles chamados “profissionais do tráfico”, uma vez que os mesmos estão cada vez mais organizados, como a estrutura de uma empresa.
Outra medida não muito eficaz seria a internação desses jovens usuários de drogas em clínicas especializadas em reabilitação; o motivo da ineficácia é que a quantidade de jovens dependentes supera o número de vagas que as clínicas dispõem.
Com isso, pode-se perceber que não se pode tentar acabar com o mundo das drogas de uma hora para outra, ainda mais depois que esta se expandiu. O que deve ser feito é prevenir, por meio de políticas públicas que incentivem a formação de famílias mais estruturadas, onde desde criança, a pessoa possa começar a se conscientizar dos valores necessários para ser um bom cidadão, saber sobre seus direitos, mas, principalmente aprender que deve exercer deveres. Ao crescer, esses ensinamentos serão evidenciados na personalidade do jovem, tornando-o uma pessoa com uma visão mais otimista e mais ampla do mundo, tendo menos chances de deixar-se levar para esse mundo de obscuridades.
 

Jakciane Simões dos Santos

quarta-feira, 17 de abril de 2013

SER OU TER?

 
O nosso corre-corre não nos deixa parar para perceber se o que já temos já não é o suficiente para nossa vida. Nos preocupamos tanto em TER . Ter isso , ter aquilo , comprar isso ,comprar aquilo ... Ser ou Ter Os anos passam , e quando nos damos conta , esquecemos do mais importante : VIVER E SER FELIZ . Às vezes , para ser feliz , não precisamos de tanto TER. Podemos nos dar conta que o mais importante na vida é SER . Esse ser, tão esquecido , muitas vezes não é difícil de se realizar. As pessoas precisam parar de correr atrás do TER e começar a correr atrás do SER : SER AMADO , SER GENTE ... Tenho certeza de que , quando SOMOS , somos muito mais felizes do que quando TEMOS . O SER leva uma vida toda para se conseguir , e o TER , muitas vezes conseguimos logo . Só que o SER não acaba e nem se perde , mas o TER pode terminar logo. O SER , uma vez conseguido , é eterno e o TER é passageiro e , mesmo que dure muito tempo , pode não trazer a FELICIDADE . AÍ VEM O VAZIO DA VIDA DAS PESSOAS Tente SER e não TER e você sentirá uma felicidade sem preço . Que você , deixe de cobrar o que fez e o que não fez nesses anos .Tente o mais importante : SER FELIZ !

terça-feira, 16 de abril de 2013

A Zona Rural de Itaquara - Bahia


Zona rural de Itaquara é uma região que não integra o perímetro urbano, ou seja, é uma área do município não classificada como zona urbana ou zona de expansão urbana.

A zona rural é de fundamental importância para nossas vidas, pois nela são desenvolvidas as atividades agropecuárias, como o cultivo de vários alimentos (tomate, pimentão repolho, pepino, feijão, frutas, legumes, etc.)e a criação de animais (bois, vacas, porcos,  entre outros).

Outra característica econômica da zona rural do nosso município é o ecoturismo, também chamado de turismo rural. Essa é uma atividade realizada de forma consciente e ecologicamente correta, que segue os princípios elementares de desenvolvimento sustentável.

Muitas pessoas buscam sair da rotina estressante da zona urbana, e encontram na zona rural uma forma de descanso. Entre as atividades realizadas no campo estão: trilhas, cavalgadas, banhos em cachoeiras, futebol corridas de cavalos, etc.

A zona rural também tem as importantes funções de preservar a biodiversidade de um determinado local, garantir a qualidade da água e manter as terras podutivas. Nesse sentido, as Unidades de Conservação foram criadas com o intuito de preservar o patrimônio ambiental e cultural do país.


Texto ADAPTADO de Wagner de Cerqueira e Francisco


 

O Poder do Discurso

        

Por mais que aparentemente o discurso seja pouco importante, as interdições que o atingem logo e depressa revelam a sua ligação com o desejo e com o poder. E o que há de surpreendente nisso, já que o discurso - como a psicanálise nos demostrou - não é simplesmente o que manifesta (ou oculta) o desejo; é também o que é o objecto do desejo; e já que - a história não cessa de nos indicar - o discurso não é simplesmente o que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo por que, aquilo pelo que se luta, o poder do qual procuramos apoderar-nos.

Michel Foucault, in 'A Ordem do Discurso'

Não há Liberdade sem Direção

É fácil estabelecer a ordem de uma sociedade na submissão de cada um dos seus componentes a regras fixas. É fácil moldar um homem cego que tolere, sem protestar, um mestre ou um Corão. Mas é muito diferente, para libertar o homem, fazê-lo reinar sobre si próprio.
Mas o que é libertar? Se eu libertar, no deserto, um homem que não sente nada, que significa a sua liberdade? Não há liberdade a não ser a de «alguém» que vai para algum sítio. Libertar este homem seria mostrar-lhe que tem sede e traçar o caminho para um poço. Só então se lhe ofereceriam possibilidades que teriam significado. Libertar uma pedra nada significa se não existir gravidade. Porque a pedra, depois de liberta, não iria a parte nenhuma.

Antoine de Saint-Exupéry, in 'Piloto de Guerra'





Educação

 

Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo, torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.

Paulo Freire

Para onde caminhamos na educação?

As tecnologias começam separadas - computador, celular, internet, mp3, câmera digital - e caminham na direção da convergência, da integração, dos equipamentos multifuncionais que agregam valor. O computador continua importante, mas ligado à internet, à câmera digital, ao celular, ao mp3, principalmente aos pockets ou computadores de mão.
O telefone celular é a tecnologia que mais surpreende atualmente: é móvel e rapidamente incorporou o acesso à Internet, a foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), o entretenimento (jogos, música-mp3) e outros serviços.
 
Estas tecnologias convergentes e combinadas modificam profundamente todas as dimensões da nossa vida. A internet, principalmente, está trazendo fundamentalmente nestes últimos vinte uma mobilidade muito maior, a possibilidade de realizar atividades ou tarefas sem necessariamente ir a um lugar determinado.
As redes estão começando a provocar mudanças profundas na educação presencial e à distância. Na presencial, desenraizam o conceito de ensino-aprendizagem localizado e temporário. Podemos aprender desde vários lugares, ao mesmo tempo, on e off line, juntos e separados. Como nos bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de referência; só que agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.
As redes também estão provocando mudanças profundas na educação à distância. Antes a EAD era uma atividade muito solitária e exigia muita auto-disciplina. Agora, com as redes, a EAD continua como uma atividade individual, combinada com a possibilidade de comunicação instantânea, de criar grupos de aprendizagem, integrando a aprendizagem pessoal com a grupal.
A educação presencial está incorporando tecnologias, funções, atividades que eram típicas da educação à distância, e a EAD está descobrindo que pode ensinar de forma menos individualista, mantendo um equilíbrio entre a flexibilidade e a interação.
 Algumas tendências de mudanças na educação a curto e médio prazo parecem mais claras:
Transição gradual do presencial para o semipresencial, como nos serviços (bancários, telefônicos...). Progressiva virtualização dos processos pedagógicos e gerenciais.
O "blended learning" como guia e horizonte. O ensino, mesmo fundamental, terá momentos e atividades não presenciais, acentuando-se o virtual na medida em que os alunos vão se tornando adolescentes e principalmente, adultos.
Da previsibilidade à experimentação. Para romper com o modelo tradicional de organizar o ensino-aprendizagem, estamos passando por etapas longas de experimentar caminhos parciais, soluções experimentais locais até termos certeza do que vale a pena fazer em cada momento para cada situação. Isso demandará anos, provavelmente uma ou duas décadas.
Com a prática aprenderemos a dar o valor adequado a estarmos juntos, conectados, a conciliar a flexibilidade individual com a grupal, a saber trabalhar sozinhos e juntos, aproveitando as inúmeras tecnologias de comunicação multimídia que estão convergindo velozmente por vários caminhos, de várias formas e que terão profunda influência em todos os níveis e formas de educação.
 
Educação cada vez mais complexa
A educação será cada vez mais complexa, porque a sociedade vai tornando todos os campos mais complexa, exigente e necessitada de aprendizagem contínua. A educação acontecerá cada vez mais ao longo da vida, de forma seguida, mais inclusiva, em todos os níveis e modalidades e em todas as atividades profissionais e sociais.
A educação será mais complexa porque vai incorporando dimensões antes menos integradas ou visíveis como as competências intelectuais, afetivas e éticas.
A educação será mais complexa porque cada vez sai mais do espaço físico da sala de aula para ocupar muitos espaços presenciais, virtuais e profissionais; porque sai da figura do professor como centro da informação para incorporar novos papéis como os de mediador, de facilitador, de gestor, de mobilizador. Sai do aluno individual para incorporar o conceito de aprendizagem colaborativa, de que aprendemos também juntos, de que participamos de e contribuímos para uma inteligência cada vez mais coletiva.
As tecnologias na educação do futuro também se multiplicam e se integram; tornam-se mais e mais audiovisuais, instantâneas e abrangentes. Caminhamos para formas fáceis de vermo-nos, ouvirmo-nos, falarmo-nos, escrevermo-nos a qualquer momento, de qualquer lugar, a custos progressivamente menores (embora altos para a maior parte da população).
As modalidades de cursos serão extremamente variadas, flexíveis e "customizadas", isto é, adaptadas ao perfil e ao momento de cada aluno. Não se falará daqui a dez ou quinze anos em cursos presenciais e cursos à distância. Os cursos serão extremamente flexíveis no tempo, no espaço, na metodologia, na gestão de tecnologias, na avaliação. Também não se falará de "e-learning", mas de "learning" simplesmente, de aprendizagem.
Acredito que prevalecerá o sistema modular: os alunos completarão créditos à medida que forem concluindo os seus cursos e suas escolhas, completando determinado número de horas, de atividades, de requisitos, obtendo diferentes níveis de reconhecimento ou certificação com organizações acadêmicas e corporativas nacionais e internacionais.
Apesar de que caminharmos nesta direção, não podemos esquecer que a escola é uma instituição mais tradicional que inovadora. A cultura escolar tem resistido bravamente às mudanças. Os modelos de ensino centrados no professor continuam predominando, apesar das tecnologias e dos avanços teóricos na aprendizagem.
Tudo isto nos mostra que não será fácil mudar esta cultura escolar tradicional, que as inovações serão mais lentas do que desejamos, que muitas instituições continuarão reproduzindo no virtual o modelo centralizador no conteúdo e no professor do ensino presencial.

José Manuel Moran, integrante do Fórum de Líderes Educacionais da Microsoft. Também é professor aposentado de Novas Tecnologias da Universidade de São Paulo (USP), avaliador de cursos à distância pelo Ministério da Educação (MEC) e coordenador acadêmico da Faculdade Sumaré de São Paulo. Mais textos sobre comunicação, tecnologias e educação podem ser lidos em www.eca.usp.br/prof/moran.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Crítica e Auto-Crítica


 Assim como o homem carrega o peso do próprio corpo sem o sentir, mas sente o de qualquer outro corpo que quer mover, também não nota os próprios defeitos e vícios, mas só os dos outros. Entretanto, cada um tem no seu próximo um espelho, no qual vê claramente os próprios vícios, defeitos, maus hábitos e repugnâncias de todo o tipo. Porém, na maioria da vezes, faz como o cão, que ladra diante do espelho por não saber que se vê a si mesmo, crendo ver outro cão.Quem critica os outros trabalha em prol da sua própria melhoria. Portanto, quem tem a inclinação e o hábito de submeter secretamente a conduta dos outros, e em geral também as suas ações e omissões, a uma atenta e severa crítica, trabalha na verdade em prol da própria melhoria e do próprio aperfeiçoamento, pois possui o suficiente de justiça, ou de orgulho e vaidade, para evitar o que amiúde censura com tanto rigor.

Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

domingo, 14 de abril de 2013

A vida

 
A vida é para nós o que concebemos dela. Para o rústico cujo campo lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
Fernando Pessoa

13 de abril Dia do Beijo - Curiosidades

                  

O beijo

Beijos amigáveis, beijos familiares, beijos apaixonados. Não importa se no rosto, na boca, ou na testa, beijos sempre foram a forma mais carinhosa de demonstrar carinho, respeito e amor. Por esse motivo, no dia 13 de abril é comemorado o Dia do Beijo. Mas de onde surgiu o beijo? Quem foi a primeira pessoa no mundo a beijar?

Romanos

Os romanos tinham 3 tipos de beijos: o basium, trocado entre conhecidos; o osculum, dado apenas em amigos íntimos; e o suavium, que era o beijo dos amantes. Os imperadores romanos permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, enquanto os menos importantes tinham de beijar suas mãos. Os súditos podiam beijar apenas seus pés.

Esquimós

Na linguagem dos esquimós, a palavra que designa beijar é a mesma que serve para dizer cheirar. Por isso, no chamado "beijo de esquimó", eles esfregam os narizes. No Nordeste brasileiro, também se usa a palavra "cheiro" no lugar de "beijo". Em nenhuma língua celta existe a palavra "beijo".

Bactérias

A cada beijo, são transmitidas em torno de 250 mil bactérias.

Nobreza

No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a casar imediatamente.

Beijo polêmico

O filme Adivinhe Quem Vem Para Jantar causou furor por mostrar o relacionamento de um bem-sucedido médico afro-americano (Sidney Poitier) e uma garota branca da classe média alta (Katharine Houghton). Em uma das primeiras cenas do filme, os dois personagens beijam-se num táxi que pegam ao sairem do aeroporto.

Propaganda polêmica

Em 2007, a propaganda de trinta segundos da linha de relógios Time da companhia italiana Dolce & Gabbana mostra dois rapazes se beijando e causa furor no mundo inteiro.

Beijo histórico

Em 1942, o filme Casablanca emocionou audiências do mundo inteiro com a cena do beijo de despedida que o personagem de Rick (Humphrey Bogart) dá em Ilsa (Ingrid Bergman).

Proibição de beijos

Em 1439, o rei Henrique VI proibiu os beijos na Inglaterra para evitar a proliferação de doenças. Oliver Cromwell, no século XVII, proibiu que fossem dados beijos aos domingos na Inglaterra. Os infratores eram condenados à prisão. Em 1909, um grupo de americanos que consideravam o contato dos lábios prejudicial à saúde criou a Liga Anti beijo.

Índia

A verdade é que não se sabe ao certo exatamente quando ou como ocorreu o primeiro beijo da história, mas as evidências mais antigas na literatura são atribuídas à textos indianos, que datam de 2500 antes de Cristo. As referências mais antigas de beijos foram esculpidas por volta de 2.500 a.C. nas paredes dos templos de Khajuraho, também na Índia.

Persas

Entre os persas, na Antiguidade, os homens trocavam beijos na boca. Mas só valia para pessoas do mesmo nível. Se um dos homens fosse considerado hierarquicamente inferior, o beijo deveria ser dado no rosto. Na Grécia Antiga, só era permitidos beijos na boca entre pais e filhos, irmãos ou amigos muito próximos.

Estátua

Boatos no final do século XIX atribuíam à estátua do soldado italiano Guidarello Guidarelli, obra do século XVI assinada por Tullio Lombardo, o poder de arranjar casamentos fabulosos a todas as mulheres que a beijassem. Desde então, mais de 7 milhões de bocas já tocaram a escultura em Veneza.


Inglaterra

No período da Renascença, o beijo na boca era uma forma de saudação muito comum. Na Inglaterra, ao chegar na casa de alguém, o visitante beijava o anfitrião, sua mulher, todos os filhos e até mesmo o cachorro e o gato.

Escócia

Antigamente, na Escócia, o padre beijava os lábios da noiva no final da cerimônia de casamento. Dizia-se que a felicidade conjugal dependia dessa bênção. Depois, na festa, a noiva deveria circular entre os convidados e beijar todos os homens na boca, que em troca lhe davam algum dinheiro.

França

Beijo francês é aquele em que as línguas se entrelaçam. Também é conhecido como beijo de língua. A expressão foi criada por volta de 1920. Na França, o beijo francês é conhecido por beijo inglês.

Recorde de beijos

O americano Alfred A. E. Wol estabeleceu o recorde mundial de beijos. Ele beijou 8.001 pessoas em oito horas.

Calorias

No beijo são movimentados 29 músculos da face. Estima-se que em toda vida as pessoas dão cerca de 24 mil beijos. Um beijo de língua tem o poder de queimar até 12 calorias em 10 segundos.

O beijo no filme

O primeiro filme vencedor do Oscar de melhor filme, Wings (Asas), também foi o primeiro filme a mostrar dois homens beijando-se. Trata-se de um beijo na face, entre dois grandes amigos, os personagens Jack Powell e David Armstrong, no momento em que esse último estava à morte, ferido em batalha aérea. O beijo foi apresentado de forma fraternal, absolutamente não-sexual e não-erótica.

Beijo proibido

No último episódio da telenovela brasileira América causou muito furor quando um prometido beijo homossexual masculino - que seria o primeiro em telenovela brasileira - dos personagens Júnior (Bruno Gagliasso) e Zeca (Erom Cordeiro) não ocorreu. A cena foi escrita pela autora e gravada, mas a Rede Globo optou por não exibi-la, frustrando os telespectadores.

Brokeback Mountain

Em 2005, o filme Brokeback Mountain causa furor em praticamente todos os lugares do mundo em que foi lançado. A cena em que Ennis (Heath Ledger) reencontra Jack (Jake Gyllenhaal) pela primeira vez em anos, e se beijam logo imediatamente, é uma das mais lembradas. Acabou por levar um MTV Movie Award de melhor sequência de beijo.

Por Marcio Filósofo