quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Qual lago?

Em Israel, há dois lagos alimentados pelo mesmo rio: o Rio Jordão. 
Ficam situados a uns quilómetros de distância um do outro.
Mas ambos possuem características bem distintas entre si.
Um é o Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galileia ou Lago de Tiberíades.
O outro é o chamado “Mar Morto”.
O primeiro é azul, cheio de vida e de contrastes, de calma e de ondas.
O Mar Morto é uma lagoa densa e de água salgada, em que não há vida.
A água que vem do rio, ali fica estagnada.
Que é que faz destes dois lagos, alimentados pelo mesmo rio, lagos tão diferentes?
Simplesmente isto: O Lago de Genesaré transmite generosamente o que recebe.
A sua água, quando chega ali, parte de imediato para remediar a seca dos campos. Sacia a sede dos homens e dos animais.
Com as pessoas, passa-se o mesmo.
As que vivem com generosidade, a dar-se e a oferecer-se aos outros, essas vivem e fazem viver.
As pessoas que, com egoísmo, recebem, guardam e não dão, são como água estagnada, que morre e causa a morte à sua volta.
Muitas pessoas parecem-se com o Mar Morto: só recebem, acumulam, não se dão e assim constroem uma vida amarga, desgraçada e infeliz.
Há outros, porém, que dão e se oferecem a si mesmos com generosidade e sem esperar recompensa…
Estes são as pessoas mais felizes do nosso mundo.
Quanto mais nos damos, mais recebemos.
Quanto menos partilhamos do que é nosso, mais pobres mais nos tornamos pobres. O que acumula apenas para si, chama desesperadamente pela infelicidade e esta vem ter com ele.
O que partilha, esse abre a porta à felicidade.
 
Autor: P. Mariano 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Como surgiu o Dia da Consciência Negra


Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, foi instituído oficialmente pela lei nº 12.519, de 10 de novembro de 2011. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder doQuilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na região Nordeste do Brasil. Zumbi foi morto em 1695, na referida data, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. Maiores informações podem ser consultadas no texto História do Quilombo de Palmares.
A data de sua morte, descoberta por historiadores no início da década de 1970, motivou membros doMovimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em 1978, no contexto da Ditadura Militar Brasileira, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que seus descendentes reivindicam.
Com a redemocratização do Brasil e a promulgação da Constituição de 1988, vários segmentos da sociedade, inclusive os movimentos sociais, como o Movimento Negro, obtiveram maior espaço no âmbito das discussões e decisões políticas. A lei de preconceito de raça ou cor (nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989) e leis como a de cotas raciais, no âmbito da educação superior, e, especificamente na área da educação básica, a lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira, são exemplos de legislações que preveem certa reparação aos danos sofridos pela população negra na história do Brasil.
A figura de Zumbi dos Palmares é especialmente reivindicada pelo movimento negro como símbolo de todas essas conquistas, tanto que a lei que instituiu o dia da Consciência Negra foi também fruto dessa reivindicação. O nome de Zumbi, inclusive, é sugerido nas Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana como personalidade a ser abordada nas aulas de ensino básico como exemplo da luta dos negros no Brasil. Essa sugestão orienta-se por uma das determinações da lei Nº 10.639, que diz no Art. 26-A, parágrafo 1º: “O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.”
A despeito da comemoração do Dia da Consciência Negra ser no dia da morte de Zumbi e do que essa figura histórica representa enquanto símbolo para movimentos sociais, como o Movimento Negro, há muita polêmica no âmbito acadêmico em torno da imagem de Zumbi e da própria história do Quilombo dos Palmares. As primeiras obras que abordaram esse acontecimento histórico, como as de Edison Carneiro (O Quilombo dos Palmares, Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 3a ed., 1966), de Eduardo Fonseca Jr. (Zumbi dos PalmaresA História do Brasil que não foi Contada. Rio de Janeiro: Soc. Yorubana Teológica de Cultura Afro-Brasileira, 1988) e de Décio Freitas (Palmares, a guerra dos escravos. Porto Alegre: Movimento, 1973), abriram caminho para a compreensão da história da fundação, apogeu e queda do Quilombo dos Palmares, mas, em certa medida, deram espaço para o uso político da figura de Zumbi, o que, segundo outros historiadores que revisaram esse acontecimento, pode ter sido prejudicial para a veracidade dos fatos.
Um dos principais historiadores que estudam e revisam a história do Quilombo dos Palmares atualmente é Flávio dos Santos Gomes, cuja principal obra é De olho em Zumbi dos Palmares: História, símbolos e memória social (São Paulo: Claro Enigma, 2011). Flávio Gomes procurou, nessa obra, realizar não apenas uma revisão dos fatos a partir do contato direto com as fontes do século XVI e XVII, mas também analisar o uso político da imagem de Zumbi. Segundo esse autor, o tio de Zumbi, Ganga Zumba, que chefiou o quilombo e, inclusive, firmou tratados de paz com as autoridades locais, acabou tendo sua imagem diminuída e pouco conhecida em razão da escolha ideológica de Zumbi como símbolo de luta dos negros.
Além dessa polêmica, há também o problema referente à própria estrutura e proposta de resistência dos quilombos no período colonial. Historiadores como José Murilo de Carvalho acentuam que grandes quilombos, como o de Palmares, não tinham o objetivo estrito de apartar-se completamente da sociedade escravocrata, tendo o próprio Quilombo dos Palmares participado do tráfico e do uso de escravos. Diz ele, na obra Cidadania no Brasil: “Os quilombos que sobreviviam mais tempo acabavam mantendo relações com a sociedade que os cercava, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos”. (CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 48).
As polêmicas partem de indagações como: “Se Zumbi, que foi líder do Quilombo de Palmares, possuía escravos negros, a noção de luta por liberdade nesse contexto era bem específica e não pode colocá-lo como símbolo de resistência contra a escravidão”. A própria história da África e do tráfico negreiro transatlântico revela que grande parte dos escravos que a coroa portuguesa trazia para o Brasil Colônia era comprada dos próprios reinos africanos que capturavam membros de reinos ou tribos rivais e vendiam-nos aos europeus. Essa prática também ressoou, como atestam alguns historiadores, em dada medida, nos quilombos brasileiros.
Nesse sentido, a complexidade dos fatos históricos nem sempre pode adequar-se a anseios políticos. Os estudos históricos precisam dar conta dessa complexidade e fornecer elementos para compreender o passado e sua relação com o presente. Entretanto, esse processo precisa ser cuidadoso. O uso de datas comemorativas como marcos de memória suscita esse tipo de polêmica, que deve ser pensada e discutida criteriosamente, sem prejuízo nem das reivindicações sociais e, tampouco, da veracidade dos fatos.


Cláudio Fernandes

terça-feira, 4 de novembro de 2014

ENEM 2014 Possíveis Temas da redação



Antes de tudo, vale recordar que o texto do ENEM é o dissertativo-argumentativo. Ou seja, o avaliador espera que você defenda um ponto de vista com argumentos que comprovem a sua tese central. Ficar em cima do muro... Jamais!
 
Geralmente, a proposta da redação do Exame Nacional do Ensino Médio é bem direta: eles apresentam um problema e esperam que você dê uma solução para o mesmo. O primeiro passo, então, é entender qual é o problema explorado e identificar possíveis soluções para ele. 
 
Os temas propostos fazem ou fizeram parte do cotidiano dos estudantes e, na maioria dos casos, têm foco em problemas nacionais. Veja dez possíveis temas que podem ser pedidos na redação do ENEM 2014, selecionados pela professora Catarina Schumann, da escola Mopi.  
 
1. Ocupações habitacionais urbanas
Essa questão vai muito além do MST! Cada vez mais essas ocupações têm relação com o atual déficit habitacional. Um exemplo recente ocorreu no início deste ano, na comunidade Telerj, no Rio de Janeiro. Prédios e galpões desativados foram ocupados, mas rapidamente desocupados, por pertencerem à empresa de telefonia OI. 
 
2. Manifestações 
Elas estão ocorrendo desde o ano passado e, apesar de não terem aparecido com tanta força durante a Copa do Mundo, deram as caras. Vale a pena, nessa questão, ressaltar os aspectos positivos (jovens mais conscientes e críticos de seus direitos perante o Estado, por exemplo) e negativos (as atitudes agressivas de alguns grupos) das manifestações urbanas.
 
3. Escassez hídrica
Esse é outro assunto que está bastante em alta, principalmente em São Paulo, já que o Sistema Cantareira está ameaçado. É preciso estar atento às medidas preventivas e educativas para o racionamento de água. Pense nisso! ;)
 
4. Consciência cívica
Como 2014 é um ano de eleições presidenciais, é possível que o ENEM aborde esse tema e teste a consciência cívica (consciência do cidadão) dos estudantes, esperando que eles falem sobre o cenário político atual.
 
5. Patriotismo
Por conta da Copa, o Brasil parou para assistir a Seleção Brasileira. O que chamamos de verde-amarelismo ficou ainda mais pulsante durante a competição, principalmente durante as execuções do Hino Nacional Brasileiro. É importante entender como isso é refletido no dia a dia do brasileiro pós-Copa do Mundo.
 
 
6. Copa do Mundo 2014
Aqui a questão não é o futebol em si, mas como o evento pode ter afetado tanto positivamente quanto negativamente o país. Quais foram os benefícios da Copa no Brasil? E os malefícios? Que ajustes deverão ser feitos para que o Brasil, nas Olimpíadas de 2016, consiga fazer um evento de grande porte?
 
7. Olimpíadas 2016
A menos de dois anos das Olimpíadas, é crucial estar atento à importância do esporte na formação do jovem. É fundamental estar consciente de que as atividades esportivas ensinam a competir, e a reconhecer e aceitar as diferenças.
 
8. Atual Sistema de Saúde 
Que as coisas não estão fáceis, principalmente em hospitais públicos, todo mundo sabe. Mas quais seriam as suas sugestões para melhorar as condições da saúde pública brasileira? Uma proposta como essa requer ainda mais que o candidato sugira possíveis opções de desenvolvimento e melhorias.
 
9. Tecnologia dentro das salas de aulas
O que há algum tempo atrapalhava o desenvolvimento e a concentração dos alunos, hoje é usado a favor deles. Qual é a sua opinião sobre a adoção de tecnologias como computadores e até celulares durante as aulas? Você concorda? Por quê?
 
10. Novos modelos familiares
É essencial que os estudantes estejam antenados com os novos modelos de família. Hoje, é possível encontrar pais fazem o papel de mães, e vice-versa. Também temos famílias criadas pelas relações homoafetivas. Seja qual for o caso, é necessário analisá-las e manifestar um posicionamento sobre o fato. O respeito deve ser o elemento norteador para que se evitem as ofensas e o preconceito. Lembre-se: ambas as posturas que eliminam o candidato

11. Cobertura do Mundial pela mídia
O Mundial foi abordado sob diferentes aspectos pela mídia. É interessante que o estudante analise se a imprensa priorizou os jogos, as manifestações ou os estrangeiros que vieram conhecer o País, bem como se foi adotada uma postura ética.

12. Redes sociais x Direitos Humanos
Uma discussão que poderia ser levantada na redação é a questão da privacidade e os limites que englobam as redes sociais com foco nos Direitos Humanos. A proximidade do tema com o cotidiano dos alunos faz com que páginas como o Facebook e o Twitter sejam colocadas em debate quando falamos sobre o respeito e a privacidade.

13. Escassez de água
O Enem também apresenta uma forte preocupação com o meio ambiente. A escassez de água enfrentada pelo País é um dos temas mais preocupantes, e o exame pode esperar que o candidato relacione o meio ambiente com as políticas públicas que pensem no bem estar do cidadão.

14. Os 50 anos do Golpe Militar de 64
A democracia é recente no Brasil. O Enem pode tratar a sua consolidação como tema da redação. OGolpe Militar de 1964 cessou muitos dos direitos humanos. O aluno deve ter a consciência de que a democracia instaurada após esse período precisa se solidificar.

 15. Manifestações durante o Mundial
O mundo parou para assistir ao Mundial, porém muitos brasileiros continuaram tomando as ruas para protestar contra a realização do evento. É importante refletir sobre o que querem esses manifestantes e encontrar respostas para essas reivindicações.

16. Papel da mulher no século XXI
papel da mulher no século XXI é um tema social que tem grande destaque na mídia e, portanto, é a aposta para tema de redação não só do Enem como também de outros vestibulares. Sobre esse tema é preciso discutir, por exemplo, sobre uma solução para a questão do assédio nos transportes públicos
 e outros problemas comuns no cotidiano das mulheres.

Marcio Filósofo

sábado, 1 de novembro de 2014

O programa mais médicos por Alexandre Garcia


Alexandre Garcia comenta as reais intenções do mais médicos, mais um programa para beneficiar o ditador Fidel Castro. Um programa que mantem profissionais em regime precário no Brasil, ganhando menos do que um trabalhador braçal brasileiro e tornando Fidel cada vez mais rico. São milhares de médicos cubanos no Brasil, segundo o governo, uma ação salvadora para os problemas da saúde no país. Então é isso? O problema da saúde é a falta de médicos? Então porquê pessoas morrem por falta de leito no SUS? Por quê pessoas morrem devido a precariedade e falta de mecanismos do SUS. A estrutura do SUS está ótima, não é?

terça-feira, 28 de outubro de 2014

VIVA O "POVO" BRASILEIRO!





O princípio da democracia é:  "A MAIORIA VENCE" .

Temos de tirar o chapéu para o povo brasileiro, por ter o conhecimento que a EDUCAÇÃO do nosso País é a melhor e mais qualificada das AMÉRICAS, a SAÚDE vai muito bem obrigado, quando um brasileiro necessita do SUS nem precisa se preocupar, não tem dificuldade alguma para fazer qualquer exame, melhor, em alguns casos os médicos vão atender em casa, que maravilha! Ah e a SEGURANÇA!? Essa nem se fala, todos os brasileiros se sentem muito seguros, como exemplo temos nossos bancos, principalmente na Bahia, as taxas de homicídios só diminuem em todos os estados do nordeste.
                                                                   
CORRUPÇÃO: é o uso das competências legisladas por funcionários do governo para fins privados ilegítimos. 

Esta palavra CORRUPÇÃO não faz sentido em um país de políticos honestos como o nosso.

E OS PROGRAMAS SOCIAIS???? Esse sim é a melhor forma de ajudar o povo brasileiro,  alguns dizem  que o BOLSA FAMÍLIA ou BOLSA VOTO sei lá, serve para ajudar os considerados pobres a colocar seus filhos na UNIVERSIDADE, tenho que tirar o chapéu,  " princípio da democracia é:  "A MAIORIA VENCE".  

E VIVA A DEMOCRACIA !!!! PARABÉNS AO POVO BRASILEIRO!!!!


Por Marcio Filósofo

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

A Arte da Guerra

Estou consciente de vos ter falado de muitas coisas que por vós mesmos haveis podido aprender e ponderar. Não obstante, fi-lo, como ainda hoje vos disse, para melhor vos poder mostrar, através delas, os aspectos formais desta matéria,e, ainda, para satisfazer aqueles - se fosse esse o caso - que não tivessem tido, como vós, a oportunidade de sobre elas tomar conhecimento. Parece-me que, agora, já só me resta falar-vos de algumas regras gerais, com as quais deveis estar perfeitamente identificados. São as seguintes: 
- Tudo o que é útil ao inimigo é prejudicial para ti, e, tudo o que te é útil prejudica o inimigo. 
- Aquele que, na guerra, for mais vigilante a observar as intenções do inimigo e mais empenho puser na preparação do seu exército, menos perigos correrá e mais poderá aspirar à vitória. 
- Nunca leves os teus soldados para o campo de batalha sem, previamente, estares seguro do seu ânimo e sem teres a certeza de que não têm medo e estão disciplinados e convictos de que vão vencer. 
- É preferível vencer o inimigo pela fome do que pelas armas. A vitória pelas armas depende muito mais da fortuna do que da virtude. 
- Nenhuma decisão é melhor do que aquela que permanece em segredo até ao momento da sua execução. 
- Nada há de maior utilidade na guerra do que saber reconhecer uma oportunidade e não a deixar fugir. 
- A natureza produz poucos homens valentes; em contra partida, a astúcia e o treino fornecem bastantes. 
- Na guerra, a disciplina vale bem mais do que a exaltação. 
- Quando do exército inimigo saem homens para vir para o teu serviço, se forem fiéis tratar-se-á sempre de uma boa aquisição, porque as forças do adversário enfraquecem muito mais com a perda dos que desertam do que com a dos que morrem, ainda que a designação de desertor seja suspeita para os novos amigos e odiosa para os antigos. 
- Na organização para uma batalha, é preferível constituir, atrás da primeira frente, uma reserva, que possa prestar auxílio, do que, para tornar a frente maior, dispersar as suas tropas. 
- Dificilmente é derrotado todo aquele que consegue avaliar corretamente as suas forças e as do inimigo. 
- Vale mais a virtude dos soldados do que o seu número; algumas vezes, porém, o valor da posição ocupada supera a virtude dos combatentes. 
- As coisas inesperadas e repentinas perturbam os exércitos; as coisas habituais e graduais impressionam muito menos; por conseguinte, antes de travar batalha com um inimigo desconhecido, farás o teu exército habituar-se a ele através de pequenas escaramuças. 
- Perseguir desordenadamente um inimigo já derrotado é correr o risco de passar de vencedor a vencido. 
- Aquele que não prepara devidamente os abastecimentos necessários à vida do exército é derrotado sem o recurso às armas. 
- Quem confia mais na cavalaria do que na infantaria, ou mais na infantaria do que na cavalaria, que saiba escolher o terreno em conformidade. 
- Quando, durante o dia, quiseres verificar se algum espião se introduziu no acampamento, faz com que cada soldado recolha ao seu alojamento. 
- Muda o plano de operações quando te aperceberes de que o inimigo foi capaz de o prever. 
- Antes de tomares uma decisão, aconselha-te com muitos; quando souberes o que vais fazer, partilha a decisão com poucos.
- Quando estão aquartelados, os soldados dominam-se com o temor e as punições; depois, quando se conduzem ao combate, com a esperança e as recompensas. 
- Os grandes capitães nunca vão para uma batalha senão quando a isso são constrangidos ou quando a oportunidade o impõe. 
- Esforça-te para que os teus inimigos não saibam como vais organizar o teu exército para o combate. Seja qual for essa organização, faz com que as primeiras linhas possam ser recolhidas pelas segundas e pelas terceiras. 
- Se não queres criar confusão, não atribuas a uma batalha, durante o combate, uma missão diferente daquela que inicialmente lhe estava atribuída. 
- Enquanto os incidentes imprevistos com dificuldade se remedeiam, os esperados com facilidade se resolvem. 
- Os homens, o ferro, o dinheiro e o pão constituem o nervo da guerra, mas, destes quatro, os dois primeiros são os mais necessários, porque os homens e o ferro, juntos, encontram o dinheiro e o pão, mas dinheiro e pão, somados, não encontram os homens e o ferro. 
- Um rico desarmado é o prêmio do soldado pobre. 
- Acostumai os vossos soldados a desprezar o viver delicado e o vestir luxuoso. 


Maquiavel

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Seleção brasileira: A verdade oculta!

Foto UOL
Dunga desentendeu-se com membros do estafe da Argentina no dia 11 de outubro, em amistoso realizado em Pequim. Dois dias depois, já em Cingapura, discutiu com o jornalista Tino Marcos, da TV Globo. No entanto, esses não foram os únicos conflitos que o treinador da seleção brasileira expôs durante a passagem da equipe pela Ásia. Os jogos de outubro serviram para escancarar uma crise entre elenco e comissão técnica e a Pitch, empresa detentora dos direitos de partidas da equipe nacional.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tem na verdade um contrato com a ISE. A empresa árabe tem direito de explorar até 2022 os direitos comerciais de todos os amistosos da seleção brasileira, e esse trabalho é repassado para a inglesa Pitch.
Anunciado em 2012, o acordo foi descrito por Marco Polo del Nero, vice-presidente da CBF, como algo de "importância vital". O dirigente chegou a dizer que estava "encantado" por ter a Pitch como responsável por organização e comercialização dos jogos da seleção.
Até aquela época, segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", a Pitch jamais havia organizado um jogo de futebol. A agência inglesa de marketing esportivo tem como principal foco a venda de direitos de mídia.
A ISE paga US$ 1 milhão (R$ 2,4 milhões) por jogo da seleção e fica com todas as receitas. A Pitch costuma revender cada partida por um valor entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões, além de participação nas receitas.
O problema é que o contrato da CBF com a ISE dá plenos poderes à companhia. Portanto, os jogos da seleção são definidos de acordo com interesses comerciais da Pitch, que tem foco extremamente voltado ao mercado asiático, além do resultado de prospecção de mercado (é necessário encontrar alguém que desembolse a cota que a companhia cobra por partida).
Foi a Pitch que colocou o Superclássico das Américas de 2014 em uma data-Fifa – as duas edições anteriores, em 2011 e 2012, tinham sido disputadas apenas por jogadores de clubes brasileiros e argentinos. Também foi por decisão da empresa que o confronto foi realizado no Ninho de Pássaro, em Pequim. E aí começaram as reclamações.
Antes da partida contra a Argentina, Dunga fez de tudo para expressar descontentamento. Falou mal do regulamento do Superclássico (limite de três substituições), do desgaste causado por uma viagem tão longa, do excesso de poluição em Pequim e do gramado ruim do Ninho de Pássaro.
Dunga voltou a subir o tom contra a Pitch antes e depois da vitória por 4 a 0 sobre o Japão, em Cingapura. Reclamou do gramado do National Stadium, da mudança de temperatura e até por ter jogado um dia depois da seleção asiática, que havia enfrentado a Jamaica na sexta-feira (10) – o Superclássico foi realizado no sábado (11).
"Enfrentamos o Japão, que tinha jogado num dia anterior ao nosso, não tem diferença de fuso horário e trocou cinco ou seis atletas de uma partida para outra", enumerou Dunga em entrevista coletiva. "Com a poluição nós temos de jogar. O campo ruim está aí e temos de jogar. Seria bom se tivéssemos um campo melhor pelo espetáculo que as pessoas vêm assistir", completou o treinador em outro momento da conversa com jornalistas.
Jogadores também criticaram duramente as condições encontradas nos amistosos realizados na Ásia. O principal foco deles foi o gramado do National Stadium, em Cingapura. Inaugurado em 2014, o aparato de US$ 1,8 bilhão (R$ 3,4 bilhões) só havia sido usado uma vez para futebol e precisou de muita areia para corrigir falhas no campo.
"Uma dificuldade foi o gramado", avaliou Diego Tardelli. "Foi bem difícil jogar nesse gramado", concordou o meia Oscar.
As condições em campo, porém, são apenas parte do problema da seleção com a Pitch. Também há um desacordo sobre organização e estrutura do estádio. Em Pequim, funcionários da CBF reclamaram da morosidade e da falta de tato de funcionários responsáveis pelo evento. O ambiente chegou a ser descrito por pessoas da entidade como um dos "mais complicados" em que o Brasil já esteve.
Em Cingapura, uma medida do quanto a organização foi conturbada foi o excesso de filas. Na entrada, torcedores se aglomeravam no portão a mais de duas horas do início da partida. "Nós não estamos acostumados com eventos desse porte", admitiu um dos seguranças. "As pessoas trazem muitas coisas que não podem entrar. A revista demora", explicou o profissional.
O interior do estádio também teve problemas. Houve falta de energia elétrica na área de imprensa, e a internet não funcionou durante o jogo entre Brasil e Japão. Bares e lanchonetes na parte de dentro também tiveram grandes filas antes e depois da partida.
A Pitch não respondeu aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem. Contudo, funcionários da empresa culpam os responsáveis pelos jogos pelos problemas organizacionais. No caso do amistoso de Cingapura, por exemplo, toda a gestão do evento foi feita pela JFA (Associação de Futebol do Japão, na sigla em inglês).
A ISE já havia sido responsável pelos amistosos da seleção entre 2006 e 2010. O atual contrato foi selado ainda na gestão de Ricardo Teixeira à frente da CBF, em negociação intermediada por Dirk Hollstein. O executivo já foi funcionário da ISL, empresa que, segundo a Fifa, pagou R$ 29,4 milhões a João Havelange e ao próprio Teixeira.
As relações conturbadas da ISE não param por aí. De acordo com a consultoria PriceWaterhouseCoopers, a empresa esteve envolvida em operações de lavagem de dinheiro e pagamento a Mohamed bin Hammam, ex-presidente da CAF (Confederação Asiática de Futebol).

Guilherme Costa UOL

Desabafo de um cidadão indignado

Leia abaixo o desabafo de um cidadão indignado com a situação brasileira e que, segundo ele, se cansou de ficar calado. Yvan Ayres é advogado em MT e acha que é chegada a hora de nós, cidadãos, reagirmos, para pelo menos, tentar deixar algo de melhor aos nossos filhos.
O que queremos?
“Pão e circo. Educação não. Educação é prejudicial. Educar o povo é abrir seus olhos para a podridão que já causa vômitos nos que a compreendem, mas é minoria. Uma minoria esmagada por um exército de iletrados que continuam sorrindo com um pão sujo na mão, um circo armado e nenhuma visão”.  (Christian Gurtner).
No Império Romano, uma das formas de desviar a atenção da população dos problemas causados pelo Estado, era a política do pão e circo (panis et circenses).
Num país novo como o Brasil, farto em recursos naturais e climáticos, mas duramente vilipendiado por políticos e administradores inescrupulosos e corruptos, principalmente por aqueles que passaram anos na oposição pregando a ética e a honestidade, pousando de paladinos da moralidade e, quando chegaram ao poder, em vez de colocar em prática os seus princípios, preferiram o fisiologismo, a destruição da educação e cultura, a alienação do povo, em nome da pseudo erradicação da pobreza com programas assistencialistas baratos, que mais beneficiaram políticos e seus familiares desonestos do que a população pobre e principalmente miserável.
Na vida, só não é possível remediar atitudes e fatos extremos e derradeiros, mas contra o fisiologismo e a corrupção sim. A famigerada corrupção, oriunda desde o descobrimento do país, e institucionalizada nos últimos anos de forma agressiva, praticamente uma metástase, em todos os poderes Executivo, Legislativo e mais lamentavelmente no Judiciário, que abandonaram os seus papéis constitucionais, pois atualmente são plenamente dependentes e harmônicos entre si na preservação e impunidade da corrupção disseminada. Ressalte-se, que bravamente, ainda existe uma minoria disposta a combatê-la e que alimenta a esperança de pelo menos incomodar e desonrar os corruptos.
A desesperança no combate da corrupção, principalmente com a conivência do Poder Judiciário e a omissão da imprensa, preocupada exclusivamente com verbas de publicidade, no lucro, divorciando-se do seu papel maior, de divulgar e informar livremente e sem censura os fatos, transformou a grande maioria da população brasileira em partícipes na tolerância da corrupção, deixando-se destruir pela falta de elementos essências a sobrevivência como a alimentação, saúde, educação, segurança, cultura…
É preciso dar um basta! Já passou o tempo. Essas transformações não virão de cima para baixo. Os corruptos em todas as escalas, não querem a mudança. Portanto, terá que partir de baixo para cima.
Outrora, lamentavelmente, não nos importávamos com esses problemas e suas conseqüências porque eram periféricos, mas agora estão na nossa porta e, com a reincidente omissão não serão resolvidos, mas aumentados e ficarão num futuro muito próximo descontrolados.
A criação dum dispositivo legal, enquadrando a corrupção na categoria dos crimes hediondos, com a sua aplicação eficaz e independente, talvez seja o início da mudança da vontade popular, livre e soberana.
Também não podemos poupar dos agravantes, os agentes públicos e privados que deveriam pelo conhecimento de ofício, em razão do seu grau e profissão, evitá-la e combatê-la.
O que queremos? Ficarmos passivos, perdermos a esperança em nós mesmos e no legado que podemos deixar para a população mais sofrida, nossos filhos e netos ou impávidos começarmos a combater?
A filósofa russo-americana Ayn Rand (fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), já preconizava uma visão vivida: “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.
É isso que queremos?
Yvan Ayres da Silva – Advogado/ blog da Adriana Vandoni

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Viva a democracia

Dilma vai enfrentar Aécio Neves no segundo turno. É o tradicional confronto PT x PSDB que se repete. Isso significa que a “velha” Política ganhou da “nova”?
Não. Significa que a Democracia brasileira mostrou maturidade. Marina tem uma biografia respeitável, mas tentou ganhar a eleição tratando o eleitor feito criança. “Eu sou o novo” (sei…), “vou governar com os “bons” de cada partido” (só faltava escolher os maus), “quero menos Estado e mais política social” (mágica?), “no meu governo não haverá toma lá dá cá no Congresso, contaremos com a pressão das ruas” (seria um governo bolchevique, com o Congresso cercado pelas massas, enquanto o Gianeti e a Neca acertam o resto com os bancos?).
A “Nova” Política era uma miragem. E Junho de 2013? Onde foi parar? Nos 1,5% de Luciana Genro?
Marina se desmanchou. Nunca numa eleição presidencial se viu nada parecido. O Brasil não engoliu a Marina. E Marina foi engolida pela realidade. Em 2014, sai da eleição menor do que em 2010. Apesar de ter conquistado cerca de dois pontos percentuais a mais do que na ultima eleição. Mas queimou patrimônio político.
Aécio sai do primeiro turno com 33% (exatamente o mesmo percentual de Serra em 2010). Dilma sai com 42% (5 pontos abaixo de 2010; fruto das dificuldades concretas do governo, da economia que cresce menos do que em 2010). Isso aponta para um segundo turno mais difícil do que em 2010. 
Mas voltemos a Marina. No fim de agosto, a candidata chegou a aparecer 10 pontos à frente de Dilma em simulações de segundo turno. Aécio era dado como morto. Mas a política se impôs. Não a nova, nem a velha. Mas a política.
Dilma partiu para o combate aberto, fez o contraponto, mostrou as incongruências de Marina. Desmontou a tese do BC “independente”, do desprezo pelo pré-sal. Não foi uma “campanha de mentiras”. Foi o confronto político. Marina mostrou a consistência de um sorvete derretido.
Aécio fez o mesmo: mostrou o “risco” Marina, e retomou espaço.
Isso tudo mostra – sim - a maturidade da Democracia brasileira.
E o segundo turno? Será duríssimo. Dilma e Aécio, disputando em comícios, programa eleitoral e o corpo a corpo cada voto.
E viva a democracia.

Texto: Rodrigo Vianna (Adaptado)

sábado, 11 de outubro de 2014

Quem é você?



Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.
Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.
Você é aquilo que reivindica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.
Martha Medeiros