terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Karl Marx, o filósofo da revolução

Karl Marx. Foto: Hulton Archive/Getty Images
Karl Marx
O pensador alemão, um dos mais influentes de todos os tempos, investigou a mecânica do capitalismo e previu que o sistema seria superado pela emancipação dos trabalhadores.
Numa de suas frases mais famosas, escrita em 1845, o pensador alemão Karl Marx (1818-1883) dizia que, até então, os filósofos haviam interpretado o mundo de várias maneiras. "Cabe agora transformá-lo", concluía. Coerentemente com essa ideia, durante sua vida combinou o estudo das ciências humanas com a militância revolucionária, criando um dos sistemas de idéias mais influentes da história. Direta ou indiretamente, a obra do filósofo alemão originou várias vertentes pedagógicas comprometidas com a mudança da sociedade (leia quadro na página 54). "A educação, para Marx, participa do processo de transformação das condições sociais, mas, ao mesmo tempo, é condicionada pelo processo", diz Leandro Konder, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 
 


No século 20, o pensamento de Marx foi submetido a numerosas interpretações, agrupadas sob a classificação de "marxismo". Algumas sustentaram regimes políticos duradouros, como o comunismo soviético (1917-1991) e o chinês (em vigor desde 1949). Muitos governos comunistas entraram em colapso, por oposição popular, nas décadas de 1980 e 1990. Em recente pesquisa da rádio BBC, que mobilizou grande parte da imprensa inglesa, Marx foi eleito o filósofo mais importante de todos os tempos.

Márcio Ferrari (novaescola@fvc.org.br)

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

A Liberdade é um Dever


Hoje a liberdade é tida como um direito absoluto. Mas não há liberdade absoluta. A liberdade não é sequer um direito. A liberdade é um dever, um dever fortíssimo. A liberdade é o respeito pelo próximo. O Espinoza dizia: nós supomo-nos livres porque ignoramos as forças que impedem os nossos atos. De maneira que há forças que nos são estranhas, não somos nós. Eu sinto-me um joguete, uma marioneta. Sou conduzido por forças que ignoro. Eu sinto isso, eu pressinto isso. 

Manoel de Oliveira, in 'Notícias Magazine (DN) / 20040509' 

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Paris x Mariana: brasileiros criticam disparidade de reações nas redes sociais


Imagem aérea do distrito de Bento Rodrigues destruído pela onda de lama.
Imagem aérea do distrito de Bento Rodrigues destruído pela onda de lama.
REUTERS/Ricardo Moraes


Não demorou mais do que um dia para que, depois da comoção com os atentados da última sexta-feira (13) em Paris, muitos brasileiros se revoltassem com a cobertura da mídia e as reações de solidariedade dos internautas às vítimas na França. No Facebook e no Twitter, muitos usuários criticaram a falta de notícias sobre o rompimento das barragens de Mariana (MG) e do excesso de informações sobre os ataques na capital francesa.

Em uma lógica já conhecida nas redes sociais, primeiro uma onda de comoção tomou conta da internet. Em poucas horas, foram criadas as hashtags #PrayForParis (reze por Paris, em português) e #JeSuisParis ("Eu sou Paris", em referência ao movimento #JeSuisCharlie criado no começo do ano com os atentados de janeiro). Depois, foram os memes, fotos com mensagens pedindo solidariedade aos franceses. No mais célébre deles, o desenho da torre Eiffel aparece em um círculo que imita o tradicional símbolo do "paz e amor".

Para o brasileiro Diogo, que mora há seis anos em Barcelona e estava em Paris a passeio neste domingo (15), esse tipo de reação é uma consequência da popularização das redes sociais, que incitam os usuários a participar de movimentos online e a exprimir publicamente suas opiniões.
Além disso, para ele, a notícia de um atentado é vendida pela mídia como mais impactante por ser uma situação inédita no Brasil. "Em geral, os brasileiros ficam realmente mais impressionados com o terrorismo porque, apesar de termos violência urbana no país, nunca fomos palco de um atentado", diz.
Culpa da França
A onda de apoio aos franceses não durou muito tempo. No dia seguinte aos ataques de sexta-feira, mensagens circulavam nas redes atribuindo a culpa do atentado ao governo francês.
Muitos internautas argumentam que os países desenvolvidos financiam o grupo Estado Islâmico, autor dos atentados de Paris. De acordo com usuários do Twitter e do Facebook, os franceses estão pagando pelas más decisões de seus governantes. Outros ainda publicam que os responsáveis pelas violências são refugiados recebidos pela Europa.
"O problema é que a mídia está dando uma dimensão aos incidentes de Paris muito maior do que eles têm", avalia a brasileira Vanessa Cruz. Para ela, grande parte dos jornais brasileiros dão a impressão para o público de um drama muito maior na capital francesa. Em Paris a turismo, ela ressalta a tranquilidade nas ruas e diz não ter se sentido em perigo em nenhum momento neste fim de semana.
"Na África, morre gente todos os dias"
Diante do Bataclan, um dia depois do atentado, um cabo-verdiano que não quis se identificar estava indignado com toda a atenção da mídia de todo o mundo aos incidentes em Paris. "Na África, morre gente todos os dias. Lá a violência não dá trégua. E ninguém se importa. Todo esse drama existe porque os atentados aconteceram na França, e as vítimas são francesas", desabafou.
No mesmo dia, no Facebook, o meme "Mapamundi Trágico" começou a ser compartilhado. Nele, há cinco tipos de classificação sobre a importância de tragédias no planeta. Na Europa ocidental, Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, um incidente grave é "uma grande tragédia", mais dramatizado do que no resto do mundo.
Na Europa do Leste, América do Sul, México, África do Sul e Índia, a gravidade ganha a legenda "nossa, que triste!". Na Rússia, China e alguns países do Oriente Médio, as tragédias são consideradas normais, com a classificação "assim é a vida".
Uma outra parte das nações asiáticas recebe a legenda "um momento, esse país existe?". Já a quase totalidade do continente africano, de acordo com o meme, não tem nenhuma relevância para a opinião pública e recebe a classificação "foda-se".
No final da tarde de ontem, os brasileiros começaram a se revoltar sobre o excesso de notícias sobre os atentados da capital francesa e a falta de informações sobre a tragédia de Bento Rodrigues, em Minas Gerais. "Chore por Paris, coloque a bandeirinha da França no seu perfil, mas não esqueça disso", diz um meme compartilhado hoje, com uma foto de um cadáver na lama de rejeitos da Samarco.
"As duas situações são preocupantes e revoltantes"
Para a brasileira Isabela, que está na capital francesa a trabalho, é impossível comparar os incidentes de Paris com os de Minas Gerais. "Não dá para dizer que um é mais importante que o outro. Os dois acontecimentos são muito tristes."
A sul-mato-grossense Ana Paula Hermann, moradora de Paris, cansada da polêmica, publicou em sua página no Facebook: "Aos meus compatriotas brasileiros: mesmo sem nenhum índice comparativo, o desastre em Minas Gerais é tão grave quanto os atos terroristas em Paris. As duas situações são preocupantes e revoltantes".
Morador do 11° distrito, onde foram registrados os atentados de sexta-feira, o brasileiro Geraldo Prado analisa a diferença entre os dois incidentes: "O que aconteceu aqui é consequência de vários fatores em todo o mundo. Em Minas Gerais, vemos as consequências de um péssimo governo e de da escolha da população que elegeu esses governantes".
Para Prado, as reações dos brasileiros nas redes sociais também fazem parte de um comportamento que classifica como "terceirização da culpa". "É mais fácil responsabilizar a mídia do que assumir seus próprios erros e reconhecer que o problema está em nossos próprios representantes", conclui.


BRASIL/REDES - 
Artigo publicado em 15 de Novembro de 2015 - Atualizado em 16 de Novembro de 2015

domingo, 11 de outubro de 2015

A ORIGEM DO DIA DAS CRIANÇAS



O Dia das Crianças é uma data comemorada em diferentes países. De acordo com a história e o significado da comemoração, cada país escolhe uma determinada data e certos tipos de celebração para lembrar de seus menores. Ao mesmo tempo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças.

A escolha desta data se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF oficializou a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação. No caso brasileiro, a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes.

Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, aproveitando a recente realização do evento, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças.

Entretanto, a data não se tornou uma unanimidade imediata. Somente em 1955, a data começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos chamada Estrela. Primeiramente, Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da empresa, lançou a chamada “Semana do Bebê Robusto”. O sucesso da campanha logo atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos.

Com isso, lançaram uma campanha publicitária promovendo a “Semana da Criança” com o objetivo de alavancar as vendas. Os bons resultados fizeram com que esse mesmo grupo de empresários revitalizassem a comemoração do “12 de outubro” criado pelo deputado Galdino. Dessa forma, o Dia das Crianças passou a incorporar o calendário de datas comemorativas do país.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A morte cerebral das escolas públicas


A morte cerebral das escolas públicas
Ainda respira, pulsa, dá sinais de vida, mas funciona de forma vegetativa. O cérebro silencioso não permite que a mente pense, sinta ou aja. Aos poucos tudo vai atrofiando, muitas vezes só não morre pois heróicos personagens cuidam daquele ente inerte, numa esperança quase delirante de um renascimento.

Enquanto isso, na cabeceira da cama, professores, alunos, pais e funcionários tentam falar a mesma língua, se estranham, não entendem questões básicas de limite ou respeito.
A decadência há muito se anunciava quando o Estado – pai ausente, endividado, com múltiplas personalidades, incluindo a sociopática, se desinteressou de sua prole, a qual só percebe quando a mãe solteira, chamada “Educação”, ameaça dar escândalo, faz protestos e constrange o pai omisso. Sim, vale a máxima “em casa que falta pão, todo mundo briga e ninguém tem razão”. Se a família é a célula da sociedade e as escolas sua organicidade, estamos adoecidos gravemente.
Para piorar, um mundo virtual nos atacou, numa virose que se disseminou de forma epidêmica, e a geração de crianças e jovens logo sucumbiu e passou a viver como alienígenas no mundo real. Os adultos mais resistentes tentaram evitar que a hiperconexão dos jovens os alienassem. Mas a guerra se instalou, adultos no AM, jovens no FM, e, mesmo habitando o mesmo espaço, vivem em mundos absolutamente distintos.
Comunicação, comunhão de ideias, sentido de comunidade? Afinal todas essas palavras começam com o termo “comum” ou aquilo que todos compartilham.
Preparem-se, pois após essa fase tribal, egocêntrica e narcisista, mudanças grandes se avizinham, e aí a nova geração corre o risco de cair na real. E a moribunda escola terá que ser ressuscitada. Não com seus quadros negros e carteiras antigas, sua falta de atração e estímulo, com o autoritarismo histórico que gerou a falta de autoridade. Não a escola de alunos, pois estes são apenas parte desse organismo. Nem de professores que desgraçadamente foram rebatizados educadores, como se ensinar fosse educar. Nem dos pais, que terceirizam todos seus problemas e incompetências de estabelecer regras, limites, punições e gratificações no ambiente doméstico para a escola. Muito menos dos funcionários que têm que administrar o caos, dar suporte a todos e nem são reconhecidos.
A escola que tem que ressurgir é a que inspira, estimula, se move, cria. Um espaço múltiplo onde pais, alunos, professores e funcionários sintam-se em casa, onde reina o prazer, o desafio. Pois, sendo uma comunidade escolar, ela tem que vibrar, pulsar, reciclar conhecimentos, experimentar e ousar.
Derrubem-se as paredes em que já não cabem a ansiedade dos jovens, libertem das celas os adoecidos professores, que cumprem pena aguardando sua libertação via aposentadorias ou empreendem fugas para qualquer outro lugar que não o inferno escolar.
Não esperem o pai-Estado, adoecido pelo poder, arrogância e vaidade. Moram na “casa grande” com seus filhos e netos nobres. As senzalas apenas para os que, em manada, votam mal para garantir o mínimo, que é menos pior.
Sou desassossegado, inventei com meu filho que faz arquitetura a Eco-game-escola. Para reaprender a viver, todos nós, pais, filhos, professores, funcionários. Ah! Já ia me esquecendo: apresentei tal projeto para alguns pais desnaturados (políticos no exercício do Executivo). Desisti de esperar sentado.
Fonte: Jornal O TEMPO

sábado, 29 de agosto de 2015

Qual é a diferença entre asteróide, cometa e meteoro?

COMETA
É uma grande bola de gelo - formada pela junção de vários gases - que vaga pelo espaço. O cometa é uma espécie de "sobra" do processo de formação dos grandes planetas gasosos do sistema solar, como Júpiter e Saturno. Este bloco gelado que você vê aqui é só uma minúscula parte de todo o cometa, é o seu núcleo sólido, que em geral tem uns 6 km de diâmetro
ASTERÓIDE
Enquanto o cometa é uma bola de gases congelados, o asteróide é uma grande pedra espacial. Também é uma "sobra" do sistema solar, mas uma sobra do processo de formação dos planetas rochosos, como Terra e Marte. Com formato irregular, a maioria dos asteróides tem cerca de 1 km de diâmetro - mas alguns podem chegar a centenas de quilômetros!
METEORÓIDE
É um asteróide pequeno. Não há um limite exato, mas a partir de 1 km de diâmetro as pedras espaciais costumam ser chamadas de asteróides. A maior parte dos meteoróides equivale a grãos de areia. Mas esses são quase imperceptíveis: toneladas se dirigem à atmosfera da Terra todos os dias. Já meteoróides com uns 4 m de diâmetro deixam sinais mais evidentes
Rastro giganteNuvem gasosa em volta do núcleo do cometa tem diâmetro 15 vezes maior que a Terra!
O núcleo sólido é uma parte insignificante do cometa. Ele é permanentemente envolvido por uma nuvem gasosa que chega a ter um diâmetro de 200 mil km, mais de 15 vezes o diâmetro da Terra! E isso sem contar a famosa cauda, um rastro de poeira e gases que surge quando o cometa se aproxima do Sol e pode atingir 100 milhões de km de extensão!
Terra à vista!Quando entram na nossa atmosfera, pedras espaciais ganham outros nomes
METEORO
Um meteoróide que entra na atmosfera da Terra passa a ser chamado de meteoro. Com uma velocidade de 70 km/s, essas pedras queimam em contato com os gases do ar, formando um rastro de luz - as populares estrelas cadentes. A maioria dos meteoros são grãos de poeira que saíram de cometas
METEORITO
São os meteoros que não se desintegram totalmente no choque com a atmosfera. Portanto são pedras espaciais que de fato caem na superfície do planeta. O desgaste da passagem pelas várias camadas da atmosfera faz um meteoro de 4 m virar um meteorito com cerca de 1 m de diâmetro.


por Débora Pivotto | Edição 65

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Por que temos duas voltagens no Brasil?

Choque
Porque a rede elétrica do país foi implantada por empresas diferentes sem um padrão comum. Quando essa instalação ocorreu, lá no início do século 20, as companhias contratadas para o serviço eram estrangeiras e não tinham um modelo a seguir. Assim, as voltagens foram determinadas por dois fatores: o local de origem da empresa e uma análise de custo que levava em conta a quantidade de pessoas e o dinheiro que seria gasto no material e na instalação. Na região Sudeste, por exemplo, empresas canadenses optaram por estabelecer a voltagem de 110 volts, enquanto as primeiras concessionárias de energia que atuaram na região Nordeste optaram pela rede elétrica de 220 volts. Depois de implantada, a rede de energia elétrica no Brasil nunca foi padronizada, porque o custo seria altíssimo.
Fontes: Atlas da Energia Elétrica no Brasil e site Energias do Brasil

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Convicções



Ainda somos, no essencial, os mesmos homens da época da Reforma: como poderia ser diferente? Mas o fato de já não no permitirmos certos meios de contribuir para a vitória de nossa opiniões nos diferencia daquele tempo, e prova que pertencemos a uma cultura superior. Quem ainda hoje combate e derruba opiniões com suspeitas, com acessos de raiva, como se fazia durante a Reforma, revela claramente que teria queimado o seus rivais, se tivesse vivido em outros tempos, e que teria recorrido a todos os meios da Inquisição, se tivesse vivido como adversário da Reforma. Essa Inquisição era razoável na época pois não significava outra coisa senão o estado de sítio que teve de ser proclamado em todo o domínio da Igreja, que, como todo estado de sítio, autorizava os meios mais extremos, com base no pressuposto (que já não partilhamos com aqueles homens) de que a Igreja tinha a verdade, e de que era preciso conservá-la para a salvação da humanidade, a todo custo e com todo sacrifício. Hoje em dia, porém, já não admitimos tão facilmente que alguém possua a verdade: os rigorosos métodos de investigação propagaram desconfiança e cautela bastantes, de modo que todo aquele que defende opiniões com palavras e atos violentos é visto como um inimigo de nossa presente cultura ou, no mínimo, como um atrasado. Realmente: o pathos de possuir a verdade vale hoje bem pouco em relação àquele outro, mais suave e nada altissonante, da busca da verdade, que nunca se cansa de reaprender e reexaminar. (Friedrich Nietzsche, "Humano, demasiado humano", Cia de Letras, p. 303, Aforismo 633, ano 2001, São Paulo).



Por Marcio Filósofo

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desafios e perspectivas do ensino de matemática num mundo tecnológico


O mundo vive em constante evolução e, obviamente, esse processo evolutivo impõe significativas mudanças na visão de mundo do homem, no seu modo de fazer, pensar e sentir as coisas. A Educação, pela própria natureza dinâmica que a caracteriza, transforma-se, aprimora-se, visando a acompanhar essas mudanças e a tender aos imperativos determinados pela vida moderna na qual a tecnologia é usada diariamente. 

Essas mudanças podem ser observadas em todos os setores da sociedade e, sendo a Educação uma prática social, é fundamental a sua importância, visto que, além de assumir o relevante papel de formar indivíduos que atuam nesta sociedade, é ainda responsável pelo desenvolvimento da capacidade criativa do homem. E, se mudanças são observadas em todas as áreas da sociedade, na Educação, as mudanças ocorrem quanto aos objetivos e aos procedimentos ou métodos ou técnicas por ela utilizados. 

Segundo Grinspun (1999, p. 32): O desenvolvimento de uma sociedade não consiste num simples movimento linear da mesma, mas na realização de um projeto em que haja interiorização na consciência dos que a integram e, também, na sua viabilidade, através dos instrumentos que esta consciência promove. Este é o papel da educação: participar da realização desse projeto. 

Desde o início do século XXI, a sociedade contemporânea produz e acolhe as inovações tecnológicas numa velocidade muito intensa, com relação aos meios de comunicação de massa (revistas, rádio, jornais, televisão, cinema), aos instrumentos de trabalho (informatização, automação, robotização), nos serviços domésticos (com eletrodomésticos cada vez mais sofisticados), e na indústria do lazer (jogos, brincadeiras eletrônicas). 

Certamente, no início deste século, os jovens são os que mais são influenciados pelas inovações tecnológicas, pois nascem e crescem interagindo com um mundo que para uma grande quantidade de adultos é novidade e, desse modo, eles conseguem com mais facilidade aprender e se vincular a situações novas. Segundo Moran (2000) os alunos estão prontos para o uso das tecnologias. 

Em contrapartida, os professores, como mediadores têm insegurança frente a essa nova ferramenta de ensino. Nesse contexto, a Educação Matemática vinculada ao uso contínuo da tecnologia em sala de aula, contribui significativamente para a inclusão e para cidadania e, desse modo, supera currículos obsoletos, ligados a concepções teórico-metodológicos que dissociam o conhecimento matemático da realidade do educando tornando o cidadão apto a viver numa sociedade em transformação que apresenta novos instrumentos nas produções e nas suas relações sociais e que se consolida continuamente com novos impactos tecnológicos. 

Segundo Pretto (1999), a escola ainda se encontra fortemente ligada ao paradigma constituído de procedimentos dedutivos e lineares. Logo, a escola desconhece o substrato tecnológico do mundo contemporâneo. A escola deverá propiciar ao aluno novas formas de aprender com o uso das tecnologias da informação e comunicação para não se tornar obsoleta. (BEEDE apud FREIRE, 1996) diz que para a que a escola não se torne obsoleta ela precisa estar inserida no mundo contemporâneo. Em suma, deverá considerar os avanços tecnológicos. 

As tendências metodológicas modernas baseiam-se em dois pressupostos: a necessidade de tornar o aluno o "sujeito", o agente ativo da construção de seu próprio conhecimento e o aproveitamento de suas experiências cotidianas no desenvolvimento de suas atividades matemáticas. Buscando novas informações e aprendizagens o sujeito amplia seus conhecimentos inerentes a conceitos e habilidades mais complexos, sabendo-se que vivemos situações desafiadoras continuamente. E, nesse ínterim, a Educação Matemática expressa ideias que têm como objetivo ir ao encontro de tais desafios. 

Essas tendências modernas preconizam uma mudança de postura, encarando o conhecimento matemático de forma viva e contextualizada, próximo à realidade do aluno e de todos aqueles envolvidos no processo educacional institucionalizado. É evidente a necessidade de saber procurar, situar o saber histórico-cultural, no contexto escolar, criando espaços para os diferentes e excluídos na busca de uma formação mais solidária do homem e procurar discutir essas ideias, sem perder de vista a necessidade de olhar para o outro e buscar aprender com ele.





Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO
Artigo por Regivaldo Cláudio de Freitas - sábado, 26 de janeiro de 2013

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Dia Nacional dos Profissionais da Educação - ← LEI Nº 5.499, DE 14 DE JULHO DE 2015

Na próxima semana os(as) professores(as) e trabalhadores(as) da carreira assistência à educação comemorarão mais uma data especial. Criada para valorizar a categoria e os profissionais da carreira assistência, a Lei 13.054/14 institui o dia 6 de agosto como Dia Nacional dos Profissionais da Educação.
A lei foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff no dia 22 de dezembro de 2014 e publicada no Diário Oficial da União no dia seguinte. Segundo o autor do projeto, deputado Vicentinho (PT-SP), a proposta é uma homenagem ao trabalho qualificado dos profissionais que lidam com a educação no espaço escolar e com a formação das novas gerações. A data de comemoração escolhida se refere à sanção da Lei 12.014/09, que define os trabalhadores considerados como profissionais da educação.
No entanto, a criação da lei não gera a folga na rede pública de ensino, já que os professores e professoras já tem o feriado do dia 15 de outubro.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Suposta 'profecia' de Fidel gera polêmica na Internet

Em plena Guerra Fria, no ano de 1973, o líder cubano Fidel Castro fez uma "previsão" que acaba de se concretizar em 2015, mais de 40 anos depois.

fidel castro previsão 1973

Ano de 1973. A Guerra Fria está mais fria do que nunca: Richard Nixon está no seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos (renunciaria no ano seguinte) e a Guerra do Vietnã chega ao fim. Ao regressar do país situado no sudeste asiático, o líder cubano Fidel Castro participa de uma de suas habituais reuniões com a imprensa internacional.
Em um ambiente descontraído, Brian Davis, jornalista de uma agência de notícias britânica, questionou: “Quando você [Fidel] acredita que serão restabelecidas relações entre Cuba e Estados Unidos, dois países tão distantes, embora próximos geograficamente?”
O líder da revolução cubana, olhando firmemente nos olhos de Brian, respondeu em alto e bom som para que todos os presentes pudessem escutá-lo: “Os Estados Unidos só voltarão a dialogar conosco quando tiverem um presidente negro e quando houver no mundo um Papa latino-americano”.
Alguns jornalistas riram da declaração, outros, incrédulos, esboçaram expressões faciais irônicas. Ninguém acreditou na previsão de um ‘Castro metido a Nostradamus’. Todo esse episódio foi resgatado pelo jornalista e escritor argentino, Pedro Jorge Solans, durante recente viagem que fez a Cuba para produzir uma reportagem que tratava da reabertura das relações da ilha caribenha com os EUA. A matéria foi originalmente publicada no El Diario de Carlos Paz.
Esse episódio histórico é explicado por Eduardo de la Torre, que na época era estudante universitário. Naqueles tempos, era impossível imaginar que Barack Obama, um homem negro, podia chegar a ser presidente do país mais poderoso do mundo. Tampouco parecia viável que um argentino fosse eleito Papa quando a maioria dos que disputavam e assumiam o posto máximo da Igreja Católica eram nascidos na Itália, mais precisamente em Roma.

Texto originalmente publicado pelo jornal argentino Clarín, Tradução: Pragmatismo

quarta-feira, 8 de julho de 2015

A Finlândia tem muito a ensinar

ALTA AMBIÇÃO - Escola finlandesa: a ousada reforma no currículo busca manter o país no topo
Todo mundo admira a lendária neutralidade da Suíça, que se permitiu passar ilesa pelas duas guerras mundiais que devastaram a Europa no século passado. Injustamente, porém, quase ninguém conhece a histórica altivez da Finlândia, que rechaçou pelas armas dois poderosos invasores, os soviéticos e os nazistas - conseguindo também atravessar a Guerra Fria sem aderir ideologicamente a nenhum dos lados que, entre 1947 e 1991, polarizaram o mundo entre comunismo e capitalismo. Na canção Let's Do It, de Cole Porter, os finlandeses aparecem só depois dos pássaros, das pulgas, dos lituanos, espanhóis e holandeses em sua hipnótica lista de seres que se apaixonam na primavera. Mesmo tendo dado ao mundo o escorredor de pratos e os celulares Nokia, o destino da Finlândia não é ser famosa. Assim, a revolução educacional gestada nas escolas de lá está silenciosamente lançando as bases da educação que vai ajudar a moldar o ensino em todo o mundo no decorrer do século XXI. VEJA foi a Helsinque testemunhar essa saga, narrada em detalhes nas páginas seguintes desta reportagem.
Finlândia 7X0

Crianças ora hipnotizadas pela tela do computador, bem à vontade só de meias, ora ao ar livre e gelado, dissecando a geologia de uma paisagem que tem como marco uma sólida rocha encravada entre os pinheiros, como se fosse um parque temático sobre a era glacial. Bem-vindo à Finlândia, o país que se notabilizou como um dos melhores do mundo na educação, mas que, mesmo assim, já finca os pilares do ensino do futuro. Fale com qualquer professor de lá, da 1ª série à universidade, e ouvirá, como uma bem orquestrada sinfonia de Sibelius, o grande compositor finlandês, orgulho nacional: precisamos de uma escola que leve os alunos ao limite de suas potencialidades, que os prepare para um mundo cada vez mais globalizado e os ensine a se adaptar ao novo, a se virar diante do inesperado, a criar e a inovar. Que a lição se faça ouvir por aqui, onde agora se debate justamente o primeiro currículo escolar brasileiro.
Nenhum país que tem a educação como prioridade está alheio à discussão que inflama as rodas especializadas e afeta a vida de pais e estudantes: o que ensinar a crianças que não necessitam mais do saber enciclopédico, já que têm acesso a informação de qualidade ao toque do mouse, mas devem ser talhadas para enfrentar problemas e ofícios que nem sequer se imagina quais serão? "Mais do que acumular dados, o aluno precisa aprender a aprender, porque a toda hora surge um conhecimento novo e relevante no planeta", resumiu a VEJA o físico alemão Andreas Schleicher, diretor da área de educação na OCDE (organização que reúne as nações mais desenvolvidas). No fim do ano passado, líderes de toda parte encontraram-se em Genebra para falar do currículo do século XXI. Houve consenso de que é preciso preservar os conteúdos essenciais, ter coragem para eliminar o resto e dar lugar na escola ao desenvolvimento de habilidades requeridas no mercado de trabalho, como resiliência, capacidade de produzir em equipe, comunicação, abertura ao risco, criatividade. A Finlândia forçou ainda mais a barra e decidiu tornar menos estanques as divisões entre as matérias, ensinando-as muitas vezes ao mesmo tempo. A ousadia, vinda do país que lidera rankings mundiais de ensino, ocupou as manchetes. Seria o começo do fim das disciplinas?
"Os conceitos básicos de cada matéria continuarão a ser ensinados com metas claras e elevadas, ainda que as fronteiras entre elas fiquem mais flexíveis", garante Leena Maija Niemi, 42 anos, vice-diretora da escola Kasavuori, a meia hora da capital, Helsinque, espécie de laboratório dos novos tempos plantado em meio à floresta. Ali, vê-se uma mescla de economia, geografia, história, demografia, estudos sociais e finlandês num projeto chamado Minhas Raízes, um dos vários em curso, em que cada adolescente produz vasto material sobre a cidade de seus pais, avós ou tios. Nessa abordagem de "aprendizado baseado em projetos", professores de várias áreas planejam as aulas em conjunto. Fomentam independência para pesquisar e colaboração. Não se põem à frente da classe a ministrar intermináveis aulas expositivas, mas vão de mesa em mesa, resolvendo dúvidas e renovando desafios. Especialistas de Singapura, Estados Unidos, México, Espanha e Tailândia já agendaram visitas à escola Kasavuori para conhecer o modelo que, a partir do próximo ano, fará parte do currículo mínimo obrigatório da Finlândia.
De certa maneira, as inovações finlandesas são um reencontro com um passado glorioso. Na Atenas clássica, o ensino era baseado em desafios que demandavam várias áreas do saber para ser solucionados. O mentor respondia a uma pergunta com outra mais difícil, um problema levava ao seguinte, em um voo pela razão balizado pelo rigor da geometria e pela lógica, mas impulsionado pelas asas da poesia. A realidade é multidisciplinar e requer diversos domínios para ser abarcada em toda a sua complexidade. Os gregos sabiam disso. Os finlandeses estão provando que essa e outras abordagens do passado, embora esquecidas no tempo, nunca perderam seu valor. Há um século, o filósofo e matemático inglês Alfred North Whitehead escreveu The Aims of Education ("Os objetivos da educação"), um libelo contra o academicismo e a compartimentação dos campos do saber. "Nas nossas escolas a contradição é vista como uma derrota, quando deveria ser o primeiro passo rumo ao conhecimento real." Whitehead preconizava também o trabalho cooperativo. Encontra-se muito das ideias dele na adaptação das escolas da Finlândia à dinâmica do mundo atual e às exigências da economia globalizada e conectada.
Na década de 70, a Finlândia decidiu promover uma virada crucial no ensino. Era um tempo em que metade da população ainda vivia na zona rural e a economia dependia das flutuações do preço da madeira - passado que soa remoto diante do atual desempenho do país na corrida global: a chamada "terra dos 1 000 lagos" (exatamente 187 000) e dos 2 milhões de saunas (uma para cada 2,7 habitantes) desponta entre os cinco primeiros nos rankings mundiais de competitividade, inovação e transparência. Sua capital lidera o mais recente teste de honestidade da revista Reader's Digest, baseado em quantas de doze carteiras com 50 dólares deixadas em lugares-chave pela revista foram entregues de volta a seus donos ou à polícia. Em Helsinque, onze das doze carteiras foram devolvidas - no Rio de Janeiro, quatro, o mesmo número de Zurique.
Não espere encontrar na Finlândia a rigidez típica de outros campeões do ensino, como Coreia do Sul ou China. Enquanto a palavra de ordem na Ásia é estudar noite e dia, nessas bandas da Escandinávia a rotina escolar é mais suave, com jornadas de cinco horas e lição na medida certa para sobrar tempo para "relaxar" - esse é o verbo de que os finlandeses gostam. Que não se confunda isso com indisciplina ou pouca ambição. Foi só a Finlândia perder posições no ranking da OCDE (ficou em sexto lugar no último) e o exame nacional mostrar certa queda para soar o alerta e o rumo ser corrigido. Os novos tempos são de construção do conhecimento em rede, uns colaborando com os outros, como nas rodas acadêmicas. Também é visível a mudança na condução da aula pelo professor, que às vezes nem mesa tem; a ideia é que ele palestre menos e guie mais o voo dos estudantes. Os mestres não são coadjuvantes, como em muitas experiências que se autointitulam inovadoras, mas o centro de uma reviravolta sustentada em delicado equilíbrio. "O segredo está em não achar que flexibilidade é o mesmo que anarquia", pondera a doutora em educação Kristiina Kumpulainen, da Universidade de Helsinque.
A tarefa de saber qual conteúdo deve sobreviver à afiada peneira deste século não é simples, mas vem sendo testada com sinais de sucesso, e não só na Finlândia. Também na vanguarda do ensino, o distrito de Colúmbia Britânica, no Canadá, encontra-se em pleno processo de separar o descartável do essencial. "Com uma grade de matérias tão pesada, as crianças não estavam aprendendo a pensar", reconhece Rod Allen, envolvido na missão de reescrever o currículo. Os canadenses continuarão a estudar os fundamentos da democracia grega e por que todos os caminhos levavam a Roma, mas não precisarão mais "sobrevoar", como diz Allen, todas as civilizações da Antiguidade. "No lugar de cinquenta tópicos mal absorvidos, vamos agrupá-los em dez ou doze grandes áreas, enfatizando os conceitos realmente valiosos", explica ele, que ainda esclarece: datas, pessoas e eventos importantes seguem firmes na cartilha. O Japão percorre trilha semelhante. Enxugou em 30% seu currículo para ceder espaço às habilidades tão em voga. Não há nada de modismo aí. Os japoneses perceberam que os postos de trabalho que envolvem atividades rotineiras e baseadas em um único tipo de conhecimento estão sendo varridos por aqueles movidos a desafios mais imprevisíveis e complexos, que exigem flexibilidade de pensamento e de postura. Mas em um ponto ninguém mexe: ler um livro por semana foi, é e sempre será sagrado.
Há décadas se fala da importância de ensinar habilidades comportamentais, ou socioemocionais, como se diz no meio, como persistência e autodisciplina. Há décadas também elas vêm sendo subestimadas nas escolas, ainda que, nos anos 80, o americano James Heckman, prêmio Nobel de Economia, tenha demonstrado em pesquisas que são tão ou mais determinantes para o sucesso futuro do que as tradicionais matérias - e, sim, podem ser incentivadas. Mas, à medida que a cadeia produtiva muda sua lógica, exigindo cada vez mais capacidade de resolução de problemas e de adaptação em todos os níveis, o alerta de Heckman se faz reverberar na educação. Um estudo do Instituto Ayrton Senna reforça as palavras do Nobel trazendo os números à realidade brasileira: alunos mais perseverantes e organizados aprendem em um ano letivo cerca de um terço mais em matemática do que os outros; a abertura ao novo e a coragem de empreender e errar produzem o mesmo efeito positivo em língua portuguesa. "Existe o princípio geral de que só o que dá para medir tem valor. Pois já conhecemos bem o peso dessas habilidades que soam tão abstratas", observa Oliver John, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e consultor da OCDE no projeto de criar um termômetro universal para aferi-las.
E o Brasil nisso? Bem, enquanto países como Finlândia e Austrália, outro caso de sucesso, revisam seu currículo a cada dez anos e a Coreia do Sul já cravou a sétima edição do seu, o Brasil não tem nenhum. Isso mesmo: aterrissamos no século XXI sem um consenso nacional sobre o que o aluno deve aprender a cada ano em cada disciplina. A principal razão para tão profundo atraso é de cunho ideológico. Uma turma de educadores ainda acha que um script com objetivos e metas de aprendizado em comum engessaria a liberdade de lecionar e daria as costas às diferenças. "Confundem até hoje estrutura com camisa de força", diz Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann e integrante de um grupo de especialistas que debatem o teor do currículo brasileiro por vir. Previsão: 2016.
Envolvido na confecção desse currículo, o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, fez uma ala de pensadores tremular com suas afirmações a propósito do tema. Disse o ministro, acertadamente: "A tradição no Brasil é de enciclopedismo raso". A proposta conduzida por ele, portanto, mira diminuir quantidade em prol de profundidade, mas não só isso: "Desenvolver competências deve ser a principal missão da escola". Ele se refere, por exemplo, a saber ler e interpretar e afiar o raciocínio lógico. O que tirou o sono de especialistas foi a aparente contraposição que Unger fez entre conteúdos e competências (justamente relacionadas à utilização do conhecimento acumulado), como se fossem excludentes. "Não há conteúdos consagrados nem obrigatórios, sobretudo nos anos escolares mais avançados", defendeu ele a VEJA. "Também não podemos produzir um currículo engessado, que cale o experimentalismo vigoroso", foi além. Mas garantiu: a ideia é ter metas e orientações para docentes. A ver. Como professores que tropeçam no básico darão conta da transição para algo que só agora países bem mais evoluídos no ensino estão fazendo?
Muitas ressalvas cabem na comparação entre Brasil e Finlândia - a começar pela população: os finlandeses são 5,5 milhões com cultura homogênea e pouca disparidade de renda; já nós, 200 milhões com todo tipo de diversidade. Também eles não têm o mau hábito de mudar o curso da educação a cada troca de governo. A Finlândia adota um sistema parlamentarista com presidente da República que favorece coalizões entre quase todos os partidos. Tal estabilidade política contribuiu para a implantação de um sistema em que 99% das escolas são públicas e igualmente boas, segundo notou a OCDE. Tamanho é o valor que se dá à sala de aula que, mesmo na universidade, ninguém desembolsa um tostão. Ao contrário: os alunos ganham até bolsas para arcar com moradia. "Não precisamos mudar de cidade atrás de um bom ensino porque ele está por toda parte", conta a enfermeira Kirsi Ojala-Kinnunen, 42 anos, mãe de três filhos e uma entre os 35 000 habitantes da bucólica Tuusula, onde vive em uma casa de madeira típica do pós-II Guerra, com o conforto que todas essas residências têm - sauna para enfrentar o frio e as noites sem fim. Olhar para eles pode ajudar o Brasil a deixar a própria zona glacial: a dos últimos do mundo na educação.

Por: Monica Weinberg, de Helsinque - Atualizado em 

quinta-feira, 25 de junho de 2015

12 coisas estranhas encontradas na terra, algumas ainda sem explicações

12 coisas estranhas encontradas na terra, algumas ainda sem explicações


Há coisas realmente estranhas encontradas na terra ao passar da história, desde cidades antigas a objetos estranhos. Aqui estão 12 coisas que os arqueólogos encontraram:

1) A pata de uma Moa

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O animal foi extinto a mais de 500 anos, e foi uma surpresa para os pesquisadores quando encontraram essa garra em uma caverna na Nova Zelândia.

2) As Grutas Longyou

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Essas grutas feitas por mãos humanas foram encontradas na China, e ainda são misteriosas as explicações sobre ela.

3) O Portão do Sol

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É uma estrutura de pedra misteriosa até hoje. Fica em um lugar extremamente alto. As figuras gravadas na pedra acreditam-se ser sobre astronomia e astrologia.

4) Os Campos L’Anse aux

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Essa curiosa estrutura mostra que os Vikings fizeram seu caminho para a América do Norte muito antes de Cristóvão Colombo pensar em subir em seu barco.

5) Gobekli Tepe

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Encontrado em um cume de montanha na Turquia, ajudou muito a compreender os costumes antigos, a cidade foi construída o redor do tempo, mostrando como eram devotos da religião.

6) O Manuscrito Voynich

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O manuscrito exala mistério até hoje, como em que lingua está escrito. Em 2014 dois grupos afirmaram terem descoberto a chave, porem, ambos tinham teorias diferentes.

7) Estruturas de Yonaguni

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Ainda há duvidas se essa estrutura foi feita pelo Homem ou apenas é uma forma curiosa dentro do mar. Está na costa do japão e tem formas planas e bem como ângulos de 90 graus.

8) Túnels de Stone Age

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Uma enorme rede de túneis que remota a era da pedra. As perguntas permanecem em como conseguiram montar uma estrutura tão grande naquela época.

9) Esferas de pedra da Costa Rica

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Há esferas por toda a Costa Rica, desde pequenas, até muito grandes, e os arqueólogos não fazem ideia de onde vieram.

10) O Obelisco Inacabado

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Construído direto na pedra, foi abandonado após rachaduras começarem a aparecer.

11) Mohenjo-daro

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Localizado no Paquistão, é o sinal de um dos primeiros assentamentos urbanos com planejamento de cidades com sistema de drenagem. Estima-se que 40 mil pessoas viveram aqui.

12) Saksaywaman

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Pedras assentadas juntas no Perú, que é impossível ver do outro lado de tão perfeitamente encaixadas.

Fonte: Curiosidade Científica

sábado, 13 de junho de 2015

FBI INFORMA QUE BRASIL VENDEU O JOGO DA ALEMANHA NUM ESQUEMA DE CORRUPÇÃO


Informação do FBI que estão sendo levantadas nos EUA é o que o chefe da CBF ( Brasil ) preso pela Polícia Americana está envolvido no resultado do jogo entre Brasil e Alemanha. A histórica goleada na semifinal da Alemanha sobre a seleção brasileira pode ter envolvido milhões de dólares, onde cada jogador recebeu sua parte. Dentro de 30 dias será divulgado um balanço que poderá acabar com a vida profissional de muitos jogadoresbrasileiros reconhecidos pelos torcedores, afirmou o FBI. O esquema pode sobrar até para Rede Globo de Televisão.(texto sem correcção ou alteração)

“Dane-se o torcedor, vamos garantir o nosso. É melhor um na mão que dois voando” Segundo a FIFA uma frase que vai doer no coração dos brasileiros apaixonados por futebol.
Vários e-mails atualmente “denunciam” a venda desta Copa nas redes sociais. Os textos apresentam detalhes distintos, mas quase todos partem do mesmo autor: Gunther Schweitzer, o mesmo homem que denunciou a venda da Copa de 1998. Em alguns textos, Schweitzer é apresentado como diretor de jornalismo dos canais ESPN. Em outros, o nome aparece com o mesmo suposto cargo de 16 anos atrás: diretor da Rede Globo.
Além da troca de favores entre Brasil e Fifa, outra “questão” foi levantada nos últimos dias: a de que Neymar não teria efetivamente se lesionado na partida contra a Colômbia. Sites brasileiros e colombianos divulgaram imagens da chegada do atleta ao hospital de Fortaleza. Nelas, o paciente aparece com o rosto coberto e sem as tatuagens que o atacante possui no braço direito. Houve ainda quem adaptasse a história e afirmasse que Neymar simulou a lesão, pois foi o único que não concordou em vender a Copa à Fifa.
O jornal italiano “Corriere dello Sport” estampou na capa de sua edição desta sexta-feira que a Copa de 2002 teve resultados manipulados por árbitros, em favorecimento à Coreia do Sul. Entretanto, a manchete da publicação faz mais barulho do que sua reportagem.
O jornal afirma apenas que “um dia, talvez” as investigações sobre a Fifa descobrirão “ligações com a Copa do Mundo de 2002″, especialmente ao juiz equatoriano Byron Moreno, que teve arbitragem polêmica do jogo das oitavas de final contra a Itália, no qual mostrou cartões vermelhos e anulou um gol da Azzurra. O jornal lembra que o senador Raffaele Ranucci, chefe da delegação italiana naquele mundial, já havia denunciado possível favorecimento à Coreia do Sul, uma das sedes em 2002.
Na ocasião, os coreanos chegaram até a semifinal e eliminaram Portugal (fase de grupos), Itália (oitavas de final) e Espanha (quartas) – em jogos com polêmicas de arbitragem. O país sediou o Mundial junto com o Japão e terminou em quarto lugar.
A derrota por 2 a 1 para Coreia do Sul é lamentada até hoje pelos italianos. Na ocasião, o árbitro equatoriano Byron Moreno anulou um gol claro de Tommasi que daria a classificação à Azzurra – o lance aconteceu na prorrogação, numa época que o gol de ouro fazia parte do regulamento.
A Espanha também reclamou bastante. O árbitro egípcio Gamal Al Ghandour, o ugandês Ali Tomusange e o trindadense Michael Ragoonath, seus auxiliares, anularam dois gols legítimos, um de Fernando Morientes e outro de Iván Helguera, que dariam a vitória e a classificação aos espanhois para a semifinal da Copa. A Coreia do Sul, na época treinada pelo holandês Guus Hiddink, acabou beneficiada e conseguiu sua melhor campanha na história dos Mundiais com a classificação nos pênaltis.
FBI informa que Brasil vendeu o jogo da Alemanha num esquema de corrupção
Um dos focos das investigações da Justiça americana sobre o escândalo de corrupção na Fifa são transações comerciais em que a Rede Globo, da família Marinho, atua diretamente há décadas; parceira incondicional da Fifa desde o mundial 1970, a Globo é detentora da transmissão no Brasil de praticamente todos os eventos investigados pelo FBI: Copa do Mundo, Libertadores, Copa América e até a Copa do Brasil; o elo mais forte entre Globo e Fifa é o brasileiro José Hawilla, da Traffic Group, que assumiu os crimes de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro e vai devolver US$ 151 milhões; além disso, J. Hawilla é dono da TV TEM, maior afiliada da Globo no país; apesar das ligações perigosas, a Globo se limitou a dizer, no Jornal Nacional, que “o ambiente de negócio do futebol seja honesto”; também afirmou que “sobre essas empresas de mídia não pesam acusações ou suspeitas”.
Segundo a polícia federal (FBI) e a receita federal americanas, as investigações na Fifa tiveram início por causa do processo de escolha das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, mas foi expandida para analisar os acordos da entidade nos últimos 20 anos.
A investigação atua em várias frentes. Sobre a compra dos direitos de transmissão o esquema funcionava basicamente assim: para ter contratosde direitos de transmissão de eventos organizados pela Fifa, como a Copa da Mundo ou Copa Libertadores, empresas de marketing esportivo pagavam propinas milionárias aos dirigentes da Fifa. De posse dos direitos de transmissão, as empresas revendia-os a grupos de comunicação do mundo todo. Só em relação aos direitos de transmissão da Copa América de 2015, 2019 e 2023, a Datisa, formada formada pela Traffic, do brasileiro J. Hawilla, e duas companhias sul-americanas, aceitou pagar US$ 352,5 milhões e mais US$ 110 milhões em propinas para os presidentes das federações sul-americanas. A Rede Globo comprou da Datisa os direitos de transmissão da Copa América no Brasil.
A empresa da família midiática mais rica do planeta não é citada nas investigações do FBI. Mas faz transações com a Fifa sobre transmissão de eventos esportivos desde o mundial de 1970. Em 2012, a Globo anunciou a compra dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar. Os valores dos negócios não são divulgados oficialmente.
Na época do anúncio, o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, comemorou a compra da transmissão dos mundiais. “Por mais de 40 anos, a Globo e a Fifa desenvolveram uma parceria muito frutífera, que trouxe ótimos resultados para ambas as partes. Durante todos estes anos, a Fifa conseguiu fazer do futebol o esporte mais popular, com um grande público em todo o mundo, e a Globo se sente orgulhosa de ser parte desta história. Por esta razão, nós estamos orgulhosos de prolongar esta parceria’, afirmou Marinho.

J. Hawilla, parceiro dos Marinho

Entre a Fifa e a Globo aparece um elo de ligação que é peça chave nas investigações de corrupção das autoridades americanas: o empresário José Hawilla, dono da Traffic Group, maior empresa de marketing esportivo da América Latina.J. Hawilla, como gosta de ser chamado, confessou à Justiça dos EUA ser culpado pelos crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça – ele é o único brasileiro entre os réus confessos declarados culpados pela Justiça dos EUA. Ele se comprometeu a devolver US$ 151 milhões de seu patrimônio – US$ 25 milhões deste total já teriam sido pagos no momento da confissão. O mandatário da Traffic já foi classificado diversas vezes pela imprensa nacional como “dono do futebol brasileiro”.
A ligação entre J. Hawilla e a família Marinho inclui a transmissão de eventos esportivos de peso. A Traffic teve exclusividade na comercialização de direitos internacionais de TV da Copa do Mundo da Fifa no Brasil, em 2014. A empresa de J. Hawilla é a atual responsável pelos direitos de torneios como a Copa Libertadores, cujo direito de transmissão foi comprado pela Rede Globo.
Além relações perigosas no futebol, Rede Globo e J. Hawilla têm parceria comercial também nas Comunicações. Ex-repórter da área de esportes, ele se tornou afiliado da Rede Globo a partir da Traffic. Em 2003, ele fundou a TV TEM, no interior de São Paulo – hoje a maior subsidiaria do grupo, cobrindo 318 municípios e 7,8 milhões de habitantes, alcançando 49% do interior paulista. J. Hawilla também comprou, em 2009, o “Diário de S.Paulo”, mas vendeu o jornal logo em seguida.

Sonegação na Copa de 2002

A Rede Globo criou um “antecedente criminal” em sua relação comercial com a Fifa, intermediada por empresas como a Traffic. A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul e Japão, da qual o Brasil foi campeão.
A engenharia da Globo para disfarçar a operação envolveu dez empresas criadas em diferentes paraísos fiscais. Todas essas empresas pertencem direta ou indiretamente à Globo, segundo os documentos. O esquema funcionava de modo que o dinheiro para a aquisição dos direitos era pago através de empréstimos entre empresas pertencentes à Globo sediadas em outros países. Deste modo, a empresa brasileira TV Globo, não gastava dinheiro diretamente com a operação. Posteriormente, as empresas que detinham os direitos de transmissão eram compradas pela TV Globo.
“Essa intrincada engenharia desenvolvida pelas empresas do sistema Globo teve, por escopo, esconder o real intuito da operação que seria a aquisição pela TV Globo dos direitos de transmitir a Copa do Mundo de 2002, o que seria tributado pelo imposto de renda”, afirma em relatório do processo o auditor fiscal Alberto Sodré Zile.
A artimanha fiscal resultou na sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores da época. Segundo a Receita Federal, somando juros e multa, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe a R$ 615 milhões.
Em 2013, o blog O Cafezinho divulgou 29 páginas do processo da Receita Federal contra a Rede Globo. O relatório divulgado comprova que as organizações Globo criaram um esquema internacional envolvendo diversas empresas em sedes por todo o mundo para mascarar a compra dos direitos da Copa de 2002. O objetivo principal seria o de sonegar os impostos que deveriam ser pagos à União em pela compra dos direitos (leia mais).

Via Bonner, Globo diz querer “futebol mais honesto”

A única manifestação da Rede Globo até o momento sobre o escândalo na Fifa foi um editorial lido por William Bonner no “Jornal Nacional” nessa quarta-feira, 27, quando a emissora ressaltou que apoia as investigações promovidas pela justiça americana.
“A TV Globo, que compra os direitos de muitas dessas competições, só tem a desejar que as investigações cheguem a bom termo e que o ambiente de negócio do futebol seja honesto. Isso só vai trazer benefícios ao público, que é apaixonado por esse esporte, e às emissoras de televisão do mundo todo, que como a Globo fazem um esforço enorme para satisfazer essa paixão”, acrescentou Bonner.
No “Jornal da Globo” desta quarta (29), também disse que “não pesam acusações ou suspeitas sobre as empresas de mídia de todo o mundo que compraram desses intermediários os direitos de transmissão”, caso da Globo.(APC:news)
Fonte: Rius.com.br