Entrar em uma universidade costumava ser o sonho de qualquer pessoa
que concluía o ensino médio. Depois de terminar o curso superior dos
sonhos, era comum buscar por boas oportunidades de emprego na área de
formação em empresas privadas. No entanto, a estabilidade e os altos
salários do funcionalismo público estão mudando esta realidade. Hoje,
para muitas pessoas, o foco agora é a aprovação em concursos públicos.
De acordo com estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV),
essa mudança vem reduzindo o número de profissionais especializados para
o mercado de trabalho privado. O contingente de graduados que deixam de
lado suas áreas de atuação para buscar emprego público cresce a cada
dia em virtude do número de concursos que se espalham pelo país. O
professor Fernando Fontainha, coordenador da pesquisa, alerta que essa
busca gera déficit de talentos no mercado. "Os salários e a estabilidade
oferecidos tornam irracional que alguém faça qualquer coisa que não
concurso", explica.
Vale ressaltar que esse aumento de concursandos gera prejuízo não
só para as empresas privadas. A máquina pública é afetada pela constante
mudança de funcionários. De acordo com o levantamento da FGV, é
recorrente o número de pessoas que trocam o primeiro concurso que
passaram por outro que pague mais ou ofereça novos benefícios, deixando
vagas em aberto e exigindo a realização de novo concurso. Outro fator
que afeta a máquina pública são funcionários que não possuem afinidade
com o cargo ocupado, mas que prestaram concurso apenas pelo quesito
salário e estabilidade.
Segundo a pesquisa da FGV, nos certames, os cargos com maior
remuneração são os de Direito, Administração e Engenharia. Em
consequência, são estas as áreas que mais carecem de profissionais
especializados no setor privado. Isso gera constantes reclamações de
empresas de seleção, pois há muita dificuldade em encontrar mão de obra
especializada.
Para quem ainda prefere trabalhar em sua área de formação, é bom
seguir as tendências do mercado. Hoje a especialização é um grande
atrativo na hora da contratação. A falta de profissionais qualificados
cria para o contratante uma dificuldade e os cursos de pós-graduação são
vistos como a solução. É preciso alertar que, até para quem não
pretende atuar na área, os cursos de especialização são bem vindos. Em
alguns certames para nível superior, há análise de títulos, que coloca o
candidato com especializações (pós, mestrado ou doutorado), à frente
dos outros candidatos que possuem somente a graduação. O importante é
saber que, independentemente se o caminho a ser seguido é para o
funcionalismo público ou para o privado, o importante é se especializar.
Por Marcos Santana
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