segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desafios e perspectivas do ensino de matemática num mundo tecnológico


O mundo vive em constante evolução e, obviamente, esse processo evolutivo impõe significativas mudanças na visão de mundo do homem, no seu modo de fazer, pensar e sentir as coisas. A Educação, pela própria natureza dinâmica que a caracteriza, transforma-se, aprimora-se, visando a acompanhar essas mudanças e a tender aos imperativos determinados pela vida moderna na qual a tecnologia é usada diariamente. 

Essas mudanças podem ser observadas em todos os setores da sociedade e, sendo a Educação uma prática social, é fundamental a sua importância, visto que, além de assumir o relevante papel de formar indivíduos que atuam nesta sociedade, é ainda responsável pelo desenvolvimento da capacidade criativa do homem. E, se mudanças são observadas em todas as áreas da sociedade, na Educação, as mudanças ocorrem quanto aos objetivos e aos procedimentos ou métodos ou técnicas por ela utilizados. 

Segundo Grinspun (1999, p. 32): O desenvolvimento de uma sociedade não consiste num simples movimento linear da mesma, mas na realização de um projeto em que haja interiorização na consciência dos que a integram e, também, na sua viabilidade, através dos instrumentos que esta consciência promove. Este é o papel da educação: participar da realização desse projeto. 

Desde o início do século XXI, a sociedade contemporânea produz e acolhe as inovações tecnológicas numa velocidade muito intensa, com relação aos meios de comunicação de massa (revistas, rádio, jornais, televisão, cinema), aos instrumentos de trabalho (informatização, automação, robotização), nos serviços domésticos (com eletrodomésticos cada vez mais sofisticados), e na indústria do lazer (jogos, brincadeiras eletrônicas). 

Certamente, no início deste século, os jovens são os que mais são influenciados pelas inovações tecnológicas, pois nascem e crescem interagindo com um mundo que para uma grande quantidade de adultos é novidade e, desse modo, eles conseguem com mais facilidade aprender e se vincular a situações novas. Segundo Moran (2000) os alunos estão prontos para o uso das tecnologias. 

Em contrapartida, os professores, como mediadores têm insegurança frente a essa nova ferramenta de ensino. Nesse contexto, a Educação Matemática vinculada ao uso contínuo da tecnologia em sala de aula, contribui significativamente para a inclusão e para cidadania e, desse modo, supera currículos obsoletos, ligados a concepções teórico-metodológicos que dissociam o conhecimento matemático da realidade do educando tornando o cidadão apto a viver numa sociedade em transformação que apresenta novos instrumentos nas produções e nas suas relações sociais e que se consolida continuamente com novos impactos tecnológicos. 

Segundo Pretto (1999), a escola ainda se encontra fortemente ligada ao paradigma constituído de procedimentos dedutivos e lineares. Logo, a escola desconhece o substrato tecnológico do mundo contemporâneo. A escola deverá propiciar ao aluno novas formas de aprender com o uso das tecnologias da informação e comunicação para não se tornar obsoleta. (BEEDE apud FREIRE, 1996) diz que para a que a escola não se torne obsoleta ela precisa estar inserida no mundo contemporâneo. Em suma, deverá considerar os avanços tecnológicos. 

As tendências metodológicas modernas baseiam-se em dois pressupostos: a necessidade de tornar o aluno o "sujeito", o agente ativo da construção de seu próprio conhecimento e o aproveitamento de suas experiências cotidianas no desenvolvimento de suas atividades matemáticas. Buscando novas informações e aprendizagens o sujeito amplia seus conhecimentos inerentes a conceitos e habilidades mais complexos, sabendo-se que vivemos situações desafiadoras continuamente. E, nesse ínterim, a Educação Matemática expressa ideias que têm como objetivo ir ao encontro de tais desafios. 

Essas tendências modernas preconizam uma mudança de postura, encarando o conhecimento matemático de forma viva e contextualizada, próximo à realidade do aluno e de todos aqueles envolvidos no processo educacional institucionalizado. É evidente a necessidade de saber procurar, situar o saber histórico-cultural, no contexto escolar, criando espaços para os diferentes e excluídos na busca de uma formação mais solidária do homem e procurar discutir essas ideias, sem perder de vista a necessidade de olhar para o outro e buscar aprender com ele.





Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO
Artigo por Regivaldo Cláudio de Freitas - sábado, 26 de janeiro de 2013

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