quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Quatro dicas de negociação de quem já vendeu até esterco


Quando você está muito por baixo, as oportunidades são raras e não se pode dar ao luxo de desperdiçá-las. Foi assim comigo no início. E o inverso também é verdade: quando você está por cima, as oportunidades vivem batendo na sua porta. Nesse caso, seu trabalho é selecionar quais são as melhores.

E, independentemente de seu momento, se está por baixo ou por cima, algo permanece inalterado: você vai ter que saber negociar.

Tem gente que acha que ser um bom negociador é um talento. Sem dúvida, talento ajuda em tudo. Mas podemos nos apoiar em algumas técnicas. No caso, vou me apoiar em uma técnica para manejar objeções.
Antes de mais nada, o que é uma objeção? Enfim, é tudo que te impede de fechar um negócio.


Veja esse exemplo: você acabou de apresentar a proposta para venda de um produto. Daí, o cliente responde: “Achei ótimo, mas muito caro!”. Isso é uma objeção. Veja outra resposta possível: “Ok, muito obrigado, mas vou precisar conversar com meu sócio antes de decidir”. Outra objeção!

E assim você verá que essas objeções estão em todos os lugares (na sua casa e com sua família também!).
E daí, precisamos manejá-las. 

Uma boa notícia para você: objeção é bom! Veja, o cliente que não quer comprar diz logo: “não quero”. Veja a equação abaixo:

OBJEÇÃO = DÚVIDAS + INTERESSE

Ou seja, por trás de uma objeção tem sempre algumas dúvidas e interesse. Se você consegue tirar as dúvidas, o que sobra? O interesse! Então, vamos sanar as dúvidas para deixar nosso prospect apenas com interesse e fechar negócios?

Aqui vai a técnica para manejar objeções:

1. Demonstre empatia
Empatia é a capacidade de você se colocar no lugar do outro. Não quer dizer "ser simpático". Por exemplo, o seu prospect diz "Gostei, mas é muito caro!". Antes de tentar argumentar, seja empático dizendo algo como "Entendo, o valor é sempre uma questão importante, principalmente nesses tempos de budgets apertados. Entendo você...". Faça isso de modo sincero, mostrando realmente se importar com o budget e a limitação dele. Se fizer direito, o cliente/prospect vai, certamente, gostar de você.

2. Pergunte para entender
Antes de tentar argumentar, faça perguntas para ter certeza do que o cliente está falando. Afinal, o que ele quer dizer como "muito caro"? Perguntando, você saberá como argumentar. Pergunte, por exemplo: "Quando você diz ‘muito caro’ é em relação a quê?". Faça outras perguntas, até conseguir entender exatamente a objeção. Veja que fazendo essa pergunta, ele pode revelar que está sem budget. Ou pode revelar que tem outro concorrente com valor menor. Ou que a empresa está cortando custos. Isso é valioso para o passo a seguir.

3. Argumente
Agora que já foi empático e perguntou para entender do que se tratava a objeção, você está pronto para argumentar, seguro do que está dizendo. Por exemplo, se o caso dele é budget e você já perguntou na fase anterior quando ele renova a verba, você poderia argumentar algo como: "E se eu jogar parte do pagamento para o próximo orçamento?". E continue... "Se seu problema é dinheiro, parcelamento te ajudaria? Você percebeu a importância do que estou te oferecendo, pois o nosso produto vai te dar produtividade e, no fim, reduzir custos. Não acha que vale direcionar de outra linha de seu budget?".

4. Confirme o entendimento e feche o negócio
Se conseguiu manejar a objeção, você eliminou a dúvida que restava e agora sobrou o interesse. Então, confirme o que foi falado e parta para o fechamento. Por exemplo: "Como vimos, o nosso produto conseguirá reduzir seu custo em X%. Isso será suficiente para cobrir sua falta de budget. Alguma outra dúvida?". Se o cara responder que não tem, você pode então concluir “que ótimo, podemos então partir para o fechamento?".

Obviamente, os pontos acima são exemplos de situações. Vai precisar de sua habilidade. Repare que todo produto e empresa já têm as objeções mais comuns. Recomendo que você liste todos os possíveis impedimentos que lembrar, crie perguntas para entender e argumentações para cada um deles. Você se surpreenderá como as objeções se repetem. Assim, se tiver feito esse dever de casa, não será pego de surpresa e terá mais resultados.

Blog da endeavor

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Dia da Sobrecarga da Terra


Desde o ano 2000, pesquisadores do mundo inteiro lembram o Dia da Sobrecarga da Terra, data marcada anualmente para demonstrar o desgaste dos recursos naturais do planeta. Em 2014, a Terra chegou ao limite do gasto da sua biodiversidade no dia 19 de agosto, ou seja, no oitavo mês do ano os homens já haviam estourado o “orçamento” dos recursos naturais disponíveis para o ano inteiro.

O Dia da Sobrecarga da Terra, ou Earth Overshoot Day, em inglês, é uma iniciativa da organização internacional Global Footprint Network (GFN). Esta data marca o esgotamento dos recursos naturais disponíveis para o ano, o que significa que, a partir deste dia, todos os recursos consumidos pelo homem não serão repostos pela natureza.

O Dia da Sobrecarga da Terra também demonstra que o planeta não terá mais capacidade de absorver resíduos, como o dióxido de carbono (CO2), por exemplo. De acordo com a GFN, os homens teriam que ter um planeta Terra e meio para conseguir um saldo positivo no uso dos recursos naturais mantendo o atual nível de desmatamento, erosão do solo, poluição das fontes de água e perda de biodiversidade.

A data aponta que a humanidade tem uma “dívida ecológica” preocupante com o planeta. A expectativa é que os dados piorem a cada ano, pois a demanda por energia elétrica, água potável e pela produção de alimentos aumentará de forma alarmante até o ano de 2030.

Para os pesquisadores, o uso dos recursos naturais acima da capacidade do planeta é o principal desafio do século XXI.



Site de curiosidade

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

As Pessoas Só Crescem ao Ritmo a que São Obrigadas

Os jovens de agora parece que têm dificuldade em crescer. Não sei porquê. Se calhar as pessoas só crescem ao ritmo a que são obrigadas. Um primo meu, com dezoito anos, já tinha as insígnias de auxiliar do xerife. Era casado e tinha um filho. Tive um amigo de infância que, com a mesma idade, já tinha sido ordenado sacerdote batista. Era pastor de uma igrejinha rural, muito antiga. Ao fim de uns três anos foi transferido para Lubbock e, quando disse às pessoas que se ia embora, elas desataram todas a chorar, ali sentadas no banco da igreja. Homens e mulheres, todos em lágrimas. Tinha celebrado casamento, baptizados, funerais. Com vinte e um anos, talvez vinte e dois. Quando pregava os seus sermões, a assistência era tanta que havia gente de pé no adro a ouvir. Fiquei espantado. Na escola ele era sempre tão calado.
(...) A Loretta contou-me que ouviu falar na rádio de uma certa percentagem de crianças deste país que está a ser criada pelos avós. Já não me lembro do número. Era bastante alto, pareceu-me. Os pais não querem ter esse trabalho. Conversamos sobre isso. Demos connosco a pensar que quando a próxima geração crescer e também já não quiser criar os filhos, quem é que vai tomar essa tarefa a seu cargo? Os pais deles vão ser os únicos avós disponíveis e nem os próprios filhos quiseram criar. Não encontramos resposta para isto. 

Cormac McCarthy, in 'Este País Não É para Velhos'

Provérbio Árabe

Não diga tudo o que sabes
Não faças tudo o que podes
Não acredite em tudo que ouves
Não gaste tudo o que tens

Porque:

Quem diz tudo o que sabe,
Quem faz tudo o que pode,
Quem acredita em tudo o que ouve,
Quem gasta tudo o que tem;

Muitas vezes diz o que não convém,
Faz o que não deve,
Julga o que não vê,
Gasta o que não pode.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Educação no Campo


A educação no meio rural, no Brasil, ainda tem muito a desenvolver. A falta de políticas educacionais voltadas para esse fim caracteriza a desvalorização do homem do campo, estabelecendo uma vida limitada aos seus filhos.
São grandes as dificuldades encontradas pelas trilhas por onde passam as crianças e jovens desse meio, que procuram adquirir conhecimentos, mas também um lugar para conviver com pessoas da mesma idade, ampliando suas relações sociais.
Pesquisas recentes comprovam que o insucesso nesse meio de educação atinge os 40%, além de ter 70% dos alunos em séries incompatíveis com as idades. As escolas do campo normalmente são compostas de apenas uma sala de aula, tendo que se desenvolver um trabalho de sala multisseriada, com mistura de idades e de conteúdos.
Sem contar na estrutura dos prédios, muitos deles ainda de taipa, madeira, alvenaria, sem iluminação e circulação de ar adequadas, faltando carteiras e outros materiais.
Além disso, chegar à escola é um grande problema, as distâncias são quilométricas, faça chuva ou faça sol, pondo em risco a integridade física e emocional dos alunos e funcionários, além do cansaço por ter que acordar muito cedo para chegar à escola depois de horas de caminhada.
Os currículos geralmente não são interessantes, não atraem os estudantes, pois fogem à realidade de suas vidas e não adianta incutir a cultura da cidade aos mesmos. Pelo contrário, esses devem ser adaptados à realidade local, valorizando aquilo que faz parte da vida dos alunos e de suas famílias.
Os calendários também devem ser adaptados, pois o período de férias coincide com a colheita das safras, o que causa o afastamento de muitos alunos, que precisam ajudar seus pais.
Nas faculdades, não temos formação específica em salas multisseriadas, gerando outro ponto controverso nas escolas do campo. Os profissionais que atuam dessa forma buscam alternativas por serem apaixonados pelo processo de ensinar e aprender, mas não contam com apoio das secretarias municipais, muitas vezes adquirindo materiais com recursos próprios.
Por mais que o governo lance campanhas de qualificação profissional, construção de novas escolas rurais, como as escolas-núcleo, que possuem uma estrutura melhor, essas se localizam em distintas regiões rurais, ocasionando o problema do transporte, além dos ônibus velhos, sem reparos, sem cintos de segurança, e da falta de verba para o seu abastecimento; pois muitas vezes tais problemas não são solucionados pelo governo municipal.
Vemos que os investimentos são baixos, carecendo de maior dedicação, olhares mais voltados para as verdadeiras necessidades dessa população.
E por tantos problemas, não há como fugir da evasão escolar nos meios rurais. Triste realidade do Brasil!



Por Jussara de Barros

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Somos aquilo que Pensamos


Os nossos pensamentos determinam aquilo que somos. A nossa atitude mental é o fator X que determina o nosso destino. Emerson disse: «Um homem é aquilo em que pensa o dia inteiro». Como poderia ser outra coisa qualquer? Estou convencido, sem qualquer sombra de dúvida, que o maior problema que temos de enfrentar - na realidade, trata-se praticamente do único problema que temos de enfrentar - é a escolha dos pensamentos certos. Se conseguirmos, estaremos no caminho certo para resolver todos os nossos problemas. Marco Aurélio, o grande filósofo que governou o Império Romano, resumiu esta questão em onze palavras — onze palavras que podem determinar o seu destino: «A nossa vida é aquilo que os nossos pensamentos fazem dela». 

É verdade, se pensarmos em coisas felizes, seremos felizes. Se pensarmos em desgraças, seremos uns desgraçados. Se pensarmos em coisas assustadoras, viveremos com medo. Se pensarmos em doenças, ficaremos provavelmente doentes. Se pensarmos em falhar, é certo que falhamos. Se ficarmos mergulhados em autocomiseração, vão todos afastar-se de nós e evitar-nos. Norman Vincent Peale afirmou: «Tu não és o que pensas que és; tu és o que tu pensas». 

Estarei eu a defender uma típica atitude de Pollyanna (clássico de Eleane H. Porter, que retrata uma personagem excessivamente optimista) em relação aos nossos problemas? Não, infelizmente, a vida não é assim tio simples. Mas defendo que devemos assumir uma atitude positiva em vez de uma atitude negativa. Por outras palavras, temos de dar importância aos nossos problemas, mas não preocupar-nos como eles. Qual é a diferença entre dar importância e preocupar-se? Eu dou um exemplo: sempre que atravesso as ruas congestionadas de Nova Iorque, dou importância àquilo que estou a fazer, mas não me preocupo. Dar importância significa ter consciência dos problemas e tomar calmamente as medidas necessárias. Preocupar-se significa andar inutilmente às voltas até dar em louco. 

Uma pessoa pode dar importância aos seus problemas sérios e, ainda assim, caminhar de cabeça erguida e com um cravo na lapela. 

Dale Carnegie in "Como Deixar de Se Preocupar e Começar a Viver"


Dale Carnegie

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

O Príncipe e o Povo

"...a um príncipe é preciso ter o povo como amigo, pois, de outro modo, não terá possibilidades na adversidade." ( "Príncipe", cap. IX)

Um principado também pode ser constituído pelo povo( uma democracia) ou pelos grandes (uma oligarquia). O povo procura escolher para dirigi-lo um príncipe da sua estima que cuide em não oprimi-lo e impeça com sua autoridade que os grandes o façam. O objetivo do povo é sempre mais honesto do que o dos grandes, ele apenas não deseja ser espoliado ou humilhado pelos ricaços e demais poderosos. Além do mais parece ser mais fácil para um príncipe conviver com a hostilidade dos grandes, porque são poucos, do que ter contra si o povo inteiro.
Seja como for escolhido, pela gente comum ou pelos fidalgos, o príncipe sempre tem que ter em mente garantir a amizade do povo, ganhando-o para si, bastando para tanto adotar medidas de proteção dos seus cidadãos. Entre outras razões, isto é importante porque é a amizade do povo, e somente ela, é que poderá garanti-lo em caso de adversidade. Se o líder se mantêm ativo, com coragem, sustentado sua posições com bravura, o povo o acompanhará.
É certo que o inimigo sempre hesitará em atacar uma cidade, tendo que submetê-la a sitio por um bom tempo, se a população que a habita é fiel e quer bem ao seu governante. Mais tarde ou mais cedo ele se verá obrigado a recuar, batendo em retirada com vergonha. Todavia, é bom levar em conta que se são muitos os que se oferecem para tudo no tempo de paz, quando os ventos da guerra começam a soprar e o cheiro da morte atinge os muros da cidade, certamente bem poucos serão então encontrados.

O Príncipe e o Exército
"Os principais fundamentos que o Estado têm, tanto os novos como os antigos ou misto, são as boas leis e as boas armas"("O Príncipe", cap. XII)
Era costume naqueles tempos as cidades ou reinos italianos recorrerem às tropas de aluguel. Para tanto, contratavam um condottiere (um condutor de homens), um chefe mercenário, igualmente chamado como capitano di ventura, capitão-de-aventuras, que trazia consigo, devido a sua fama de valentão, um bando de homens armados sujeito às suas ordens, cujos serviços ele colocava à disposição.



O Condottiere ( Paolo Ucello)
Maquiavel os considerava uma desgraça para o estado, pois eram destituídos de qualquer espírito cívico e não tinha nenhuma identificação com a bandeira que abraçavam. Eram tropas "desunidas, ambiciosas, indisciplinadas, infiéis... vis entre os inimigos", queriam o soldo quando impera a paz, mas fugiam quando o perigo de verdade se aproxima.
Evidentemente que ele tinha em mente como exemplo de excelência o corpo de legionários do tempo da antiga Roma, formado pelo sal da terra do Lácio, homens que lutavam com ardor patriótico e que ergueram bem alto, na glória, as águias imperiais. Para ele foi a recorrência às armas mercenárias que colocaram a Itália a perder.
Ainda que os soldados assalariados combatessem nas pequenas guerras travadas entres as cidades, havia muito de simulação. Um condottiereencenava cercar uma cidade enquanto um outro, ao serviço dos sitiados, não atacava-lhe o acampamento. Por vezes, tudo não passava de um faz-de-conta patrocinado pelo infeliz contratante.
Havia ainda um outro agravante em se manter na dependência dos soldados da fortuna. Se o patrão deles era derrotado, voltavam-se contra ele e terminavam por saquear a cidade que juraram defender. Se fosse vitorioso, acabava prisioneiro deles, pois os louros haviam sido alcançados pelo chefe dos aventureiros e não por seu empregador.
Esta é uma das razões do príncipe dever estar sempre com a cabeça voltada para a guerra. Necessita praticar a caça como exercício ao tempo em que a usa como momento para o estudo da geografia local a fim de melhor conhecer o país, suas defesas naturais e suas deficiências mais gritantes. O domínio da topografia é um meio caminho para o bom sucesso das armas, seguido de leituras da história para estudar como os grandes se comportavam nas batalhas, examinando as causas das vitórias e das derrotas deles.
Quando os valentes exércitos estrangeiros assaltaram o país, quando Carlos VIII, rei da França, atacou a Itália, em 1494, foi um salve-se quem puder, um fiasco completo. Os bandos mercenários se puseram a correr.
Além disso, um comandante de aluguel sempre é um perigo ás instituições. Se tiver alguma qualidade ele inevitavelmente desejará algum dia vir a tomar o poder, abatendo o patrão e usurpando-lhe o principado, como se deu em várias oportunidades da história recente do país. Tudo isso contribuiu para que a Itália se visse "percorrida por Carlos VIII, saqueada por Luís XII (ambos reis da França), violentada por Fernando (rei da Espanha) e desonrada pelos suíços", que a reduziram "à escravidão e à desonra".
Os estados verdadeiramente livres (*) só se mantém assim tendo suas próprias tropas, contando com sua gente, apelando para os seus, formando os quadros de oficiais junto aos seus cidadãos e nunca confiando numa espada de aluguel. E quem tem boas armas, tem sempre ao seu lado bons amigos.
Enquanto a Itália não resolvesse esse problema dificilmente ela poderia se livrar do jugo dos bárbaros (isto é, dos reis estrangeiros que a assaltavam).

(*) Entenda-se que o termo "liberdade" daquela época estava circunscrito ao direito reclamado pelas cidades-republicanas de se verem livres da ingerência externa bem como a independência política quanto ao autogoverno republicano. O direito que elas tinham de ter o governo que melhor entendessem (Q.Skinner – Os Fundações do Pensamento Político Moderno, vol I, S.P., 1996).

O Príncipe e seus Dilemas
[ a doutrina do maquiavelismo]
"...é necessário ,a um príncipe que queira se manter , aprender o poder não ser bom e usar ou não da bondade, segundo a necessidade." ( "O Príncipe", cap. XV)

Deve um príncipe ser liberal ou contido? Mão aberta ou sovina? O perigo do príncipe mostrar-se liberal é que ele termina por esbanjar dinheiro, o que conduz ao aumento dos impostos e taxas. Por vezes, o que por primeiro se apresenta como a política mais simpática, acaba se revertendo em prejuízo. É melhor, pois, gastar pouco para não ter que assaltar o bolso dos súditos. Um governante pródigo só se sustenta se dissipar o dinheiro dos outros, dos inimigos. É mais sábio levar a fama de miserável, de sovina, do que incorrer no pecado de ser dilapidador dos recursos públicos.
O mesmo ocorre quando ele se mostra indeciso em ser amado ou temido. Neste ponto Maquiavel é categórico: é melhor levar a fama de cruel e manter os súditos unidos, do que ser um governante piedoso que deixa a desordem imperar no seu sitio. Ele não tem duvida em assegurar que - se o príncipe não consegue ser amado e temido ao mesmo tempo - o melhor e mais seguro é ser temido. E isso se deve a natureza dos homens em geral: todos estão ao lado do governante quando sopram ares bons e as coisas navegam a contento. Basta, todavia, uma mudança do quadro, para todos se revoltarem. Pobre do príncipe que acredita nas palavras do povo! Logo, em tempos sombrios, todas as juras são esquecidas, todos os votos sagrados rompidos, e o príncipe se vê acuado. Somente o temor a ele o mantém, porque "o receio de castigo jamais se abandona".
A conseqüência deste seu raciocínio é que um soberano bom, íntegro, honesto, mantenedor da palavra, necessariamente não significa que ele será um bom governante. Bem ao contrário, uma tolerância excessiva, a negativa em empregar a violência, poderá fazer periclitar o estado, risco que um príncipe rude e perverso jamais incorre.
O que se deve evitar acima de tudo é atrair o ódio. E isso o príncipe consegue não expropriando os bens alheios nem ofendendo a honra dos súditos, visto que "os homens esquecem mais rapidamente a morte do pai do que a perda do patrimônio". Qualquer um tolera melhor que lhe matem um parente seu do que lhe roubem o patrimônio.
Igual conselho se aplica à palavra dada, visto que o príncipe só deve sustentar uma promessa, mantendo o que disse ou confirmando sua assinatura ou jura, se for necessário aos interesses gerais do seu governo. Passado o motivo que o forçou a tomar aquele compromisso, geralmente num momento de perigo, o melhor a fazer é esquecer tudo.
A obrigação maior dele é vencer e manter o estado, não importando os meios utilizados para tanto: os meios justificam os fins. Se ele tiver sucesso nisso sempre será louvado e honrado por todos, porque o que importa é a aparência e o resultado final da sua política e não os pecados que incorreu ou os métodos de que ele se socorreu para mantê-la.
Deve, sim, cultivar a ferocidade de um leão e a astúcia de uma raposa (Leone i Volpe), ao tempo em que procura engrandecer-se frente ao seu povo por meio de grandes feitos, arrancando-lhe admiração com exemplos de ousadia, ainda que incorra em "piedosa crueldade".
Nestas condições, o príncipe deve temer conspirações? Ora se o povo, mantido contente e satisfeito, lhe é benévolo, dificilmente uma cabala de inimigos prospera. Se agrada a gente miúda e não desgosta os grandes, poucas coisas o perderão.

Dilemas do Príncipe - Deve ser liberal ou contido?

Conselhos de Maquiavel - É perigoso ser liberal. Ser gastador significa aumentar os impostos do povo, o que gera descontentamento. Melhor a fama de sovina do que a de pródigo.

Dilemas do Príncipe - Ser amado ou temido?

Conselhos de Maquiavel - Na impossibilidade de ser ambas as coisas, é melhor ser temido, pois é o medo do castigo quem mantém o povo quieto.

Dilemas do Príncipe - Deve ou não sustentar a palavra dada?

Conselhos de Maquiavel - Se uma promessa resulta em algo incômodo aos interesses do estado, é melhor esquecer o que se jurou cumprir.

Dilemas do Príncipe - Deve ou não temer uma conspiração?

Conselhos de Maquiavel - Somente se for odiado pelo povo e cair em desgraça junto aos poderosos da cidade.


Educaterra.com

terça-feira, 5 de agosto de 2014

7 conselhos Maquiavélicos para mudar a sua vida para melhor

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Maquiavel tem muito para nos ensinar sobre a forma de nos tornarmos mais efetivos e sobre a forma de obtermos sucesso num mundo cada vez mais competitivo e interligado. Ser maquiavélico, é algo que associamos a alguém que procura o poder a qualquer custo.
No entanto, nós vivemos numa sociedade civilizada onde a competição não é assim tão óbvia ou tão brutal como era no tempo de Maquiavel. Mas os seus ensinamentos ainda prevalecem se quisermos mudar o nosso destino.
Nicolau Maquiavel era um diplomata e escritor italiano  que viveu nos finais do século 15 e inicio do século 16, numa altura em que a Itália era constituída por um grande número de cidades independentes e que lutavam entre si pelo poder de governar, num estado constante de guerra e de intriga. De entre as suas obras, a mais conhecida é O Príncipe, uma espécie de manual para a sobrevivência política e onde descreve as atitudes mentais e as estratégias necessárias para se conseguir cumprir os objetivos de poder e domínio, e para se obter sucesso num ambiente hostil.
Ora vamos então ver alguns dos conselhos de Maquiavel para se obter sucesso e mudar a nossa vida:


1 – Os empreendedores são aqueles que compreendem que há muita pouca diferença entre um obstáculo e uma oportunidade.

Existe um “mito urbano” que o carater chinês para “crise” é composto pelos caracteres de “perigo” e de “oportunidade”. Não sei se é verdade ou não, mas de qualquer forma o que importa aqui é compreender que o sentimento para enfrentar qualquer crise deve ser o de que “quando as coisas ficam feias há que fazer o que for necessário”.
Não podemos evitar os problemas e os infortúnios, mas podemos sim transformá-los em oportunidades de crescimento pessoal e profissional. Se o conseguirmos fazer como é que podemos sofrer com os problemas?


2 – Parar é a mesma coisa que morrer

Se temos a certeza de que o mundo está sempre em constante mudança, porque é que não tomamos nas nossas mãos o poder de mudar as coisas? Em vez de esperarmos que a mudança ocorra e depois irmos atrás, porque não fazer pequenas mudanças para sermos nós os líderes?
As pessoas com poderes e privilégios tendem sempre a adotar uma postura de resistência à mudança, porque isso pode retirar-lhes algum do seu poder. E isto é verdade na natureza bem como nas empresas.
As pessoas de sucesso são aquelas que sabem reconhecer a necessidade de mudança e de a provocar, em vez de esperar para se adaptarem ao que os outros dizem.


3 – Nunca nada se conquistou sem correr riscos

Todos nós sentimos um certo medo em correr riscos. Ao sair da nossa zona de conforto, sentimo-nos quase sempre impreparados e com receio de que algo corra mal. Mas se não aceitarmos como um facto de que para termos sucesso o perigo e o risco estão sempre à espreita nunca conseguiremos produzir nada que seja reconhecido pelos outros.
Afinal, todos gostamos e valorizamos os heróis, e como diz o ditado “Dos fracos não lembra a História”.


4 – Quanto mais areia escapar da ampulheta da nossa vida, com mais claridade iremos ver

Muitas pessoas sentem que a vida lhes passa ao lado, e que desperdiçam tempo inutilmente. E esta situação provoca ansiedade, mas se se entender que basta saber apreciar apenas alguns pequenos prazeres para termos consciência de que devemos aproveitar ao máximo o tempo que temos, e sendo produtivo em todas as atividades a que nos propomos, de certeza que conseguiremos obter melhores resultados do que se simplesmente nos deixarmos levar pelos acontecimentos.
Se imaginarem que estão a olhar para uma ampulheta, à medida que a areia vai descendo a visão do que está por detrás da ampulheta fica mais clara. Ou seja, a nossa experiência vai aumentando à medida que envelhecemos e assim aprendemos a ser mais objetivos nas escolhas que fazemos e que desejamos.
Há coisas que não se aprendem nos livros, que apenas a nossa experiência nos ensina e esses ensinamentos adquirem-se tentando e errando.


5 – O Homem sábio faz imediatamente aquilo que os outros fazem apenas no fim.

É excelente sabermos planear e cumprir com os nossos compromissos, mas se surge algo que deve ser feito imediatamente então é melhor fazê-lo do que deixar arrastar uma situação. Na maior parte das vezes as pessoas têm medo de tomar decisões rápidas e decisivas, ou porque receiam a confrontação ou porque acham que precisam de pensar melhor.
Uma tomada de decisão rápida é melhor do que deixar permanecer uma situação incômoda. Ou como eu costumo dizer muitas vezes “Vale mais a pena tomar uma decisão errada do que não tomar decisão nenhuma!”.


6 – Onde a vontade é grande não podem existir grandes dificuldades.

A História do mundo está recheada de pessoas que apesar de todas as dificuldades conseguiram ultrapassá-las graças, em grande parte, à sua força de vontade. Thomas Eddison, que foi expulso da escola, tornou-se um dos grandes inventores da vida moderna graças à sua tenacidade e vontade de lutar e de por em prática as suas ideias.
Enquanto tivermos vontade de lutar haveremos de conseguir encontra um caminho para vencer e ultrapassar as dificuldades que nos surgem. Afinal vencer crises e superá-las depende acima de tudo da nossa vontade de mudarmos e de melhorarmos o que nos rodeia.


7 – Quem deseja o sucesso tem que mudar a sua conduta de acordo com o tempo.

Todos temos uma grande certeza, que é a incerteza. E sabemos que tudo muda, incluindo nós próprios e a forma como vemos e abordamos as coisas que nos rodeiam. Neste momento, não somos os mesmos que éramos há, por exemplo, 5 anos atrás. Aprendemos coisas novas, desenvolvemos novas competências, crescemos.
Muitas pessoas não conseguem ser assertivas o suficiente para perceber que não basta deixarem-se ir na corrente e seguir tudo o que os outros fazem, e assim são apenas vítimas das circunstâncias, já que não controlam as mudanças nas suas vidas.
As pessoas mais efetivas e assertivas respondem às mudanças de uma forma proativa, e adequam-se de uma forma mais responsável através da auto-aprendizagem e do estudo de novas oportunidades.
Os tempos estão a mudar cada vez mais depressa, e para sobrevivermos temos que os saber acompanhar e adaptarmo-nos. Preparar, antecipar e saber viver com a mudança, ser proativo e descobrir oportunidades onde os outros vêem dificuldades é o caminho para se ter sucesso em qualquer atividade. Saber viver em circunstâncias conturbadas e ainda assim manter o controlo das situações. Foi este o grande ensinamento de Maquiavel!

Site: crise e dinheiro.com

Ex-sem terra lê Nietzsche e administra pesque-pague

Em outubro de 1985, com apenas cinco anos de idade, Élbio Jorge Castro participou da invasão de uma fazenda junto a integrantes do MST

52 Histórias Que Não Acabaram: ex-sem terra lê Nietzsche e administra pesque-pague Genaro Joner/Agência RBS
Depois de cursar filosofia, Élbio Castro comanda um pesque-pagueFoto: Genaro Joner / Agência RBS
Élbio Jorge Castro oferece a cuia de chimarrão ao freguês do pesque-pague, que lamenta o azar de não ter capturado ao menos uma traíra, conhecida pela voracidade com que ataca a isca. É fim de tarde, o cliente prepara-se para ir embora, pede à filha, de sete anos, que recolha a linha do anzol. 

— Não peguei nada. Cadê o peixe? — pergunta ele, brincando com Élbio.

Subitamente, a menina começa a gritar e a pedir ajuda. Um toco cinza-prateado vem rasgando as águas do açude, puxado pela linha de náilon que parece não suportar o peso. É uma carpa húngara, de incríveis seis quilos, confirmados depois na balança. Então, é a vez de Élbio gracejar com o pescador antes desanimado: 

— Ó, mas como é que não tinha peixe! 

A carpa é levada como troféu, talvez seja congelada para comprovar a façanha a amigos e parentes, renderá almoços e jantares só mais adiante. Élbio está feliz com a alegria do frequentador. Sobretudo, está satisfeito com a prosperidade do negócio montado pela família: o Pesque-pague Renascer, situado no bairro rural de Itapuí, em Nova Santa Rita. 

Estudou Filosofia para se descobrir 

Nem sempre foi assim. Nascido em Tenente Portela, no norte gaúcho, Élbio é filho de agricultores que não tinham terra. Em 1985, aos cinco anos, entrou na carroceria de um caminhão, numa noite chuvosa, para participar da invasão da Fazenda Annoni, em Sarandi, com os pais e outros 6,5 mil colonos. Até os oito anos, morou nas barracas de plástico preto dos acampamentos sem-terra. No verão, eram fornalhas. No inverno, iglus que gotejavam de tanta umidade. 

A insalubridade e o medo foram companheiros de infância. Élbio sentia pavor quando via os coturnos, os escudos e as armas dos policiais militares convocados para cumprir as ordens judiciais de despejo. Hoje, compara que viveu duas vidas não apenas diferentes, mas opostas entre si: 

— No acampamento, é a incerteza. No assentamento, é a segurança. 

É na legalidade do assentamento de Nova Santa Rita, com os pais e os irmãos, que Élbio se realizou. Depois de suar com a enxada nas plantações, cursava Filosofia na Unisinos. Mergulhou na obra de Engels e Marx para entender a história dos trabalhadores. Interessou-se também por Nietzsche, para desmontar preconceitos e receios ancestrais. Maravilhou-se com aforismos, de séculos passados, que continuam atuais. 

— Sempre gostei de buscar respostas para as coisas, estudar os pensadores – diz. 

Mas ele não pôde completar a faculdade, faltou dinheiro. Há quatro anos, começou a abrir o pesque-pague com o pai, Marli Castro, 54 anos, um dos líderes da fase inicial do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Atualmente, são três açudes para a pesca de tilápias, traíras e carpas. Num deles, espremem-se mais de 4,5 mil peixes. 

O local é um sítio de lazer, que oferece piscina, lago com pedalinhos, recantos para descansar, churrasqueiras, trilhas ecológicas, campinho de futebol, salão de festas e bar. Os visitantes vêm de Canoas, Sapucaia do Sul, Esteio, Portão, Triunfo, Porto Alegre. Adultos pagam R$ 6 pelo ingresso, crianças entram livremente – e são as que mais aproveitam. Quando fisgam um peixe, fazem um alarido. É aquela correria de pai, mãe, tio, avó, até o cachorro vai junto, todos apressados em elogiar a proeza. E a tirar fotos, que é indispensável provar o feito.

Élbio desdobra-se no pesque-pague, para garantir que ninguém vá embora com a frustração de ter apenas ensinado a minhoca a nadar. Também limpa a piscina, corta a grama, pinta mesas e cadeiras, poda árvores, enfeita o lugar. E não descuida da sua vocação de menino vindo da roça. Cultiva arroz ecológico – sem veneno agrícola – numa área de 13 hectares. 

A propósito, Élbio não enjoou de tanto peixe. Adora postas de traíra frita, temperadas com limão, empanadas em de farinha de trigo. E dá a receita para que fique tostadinha e saborosa: 

— O azeite na frigideira deve estar bem quente.


segunda-feira, 4 de agosto de 2014

CAUTELA



Será preciso, contudo, ser cauteloso com aquilo que fizer, e no que acreditar; é necessário que não tenha medo da própria sombra, e que aja com equilíbrio, prudência e humanidade, de modo que o excesso de confiança não o torne incauto, e a desconfiança excessiva não o faça intolerante.



A administração maquiavélica



Guerra, liderança, empresas, mercado concorrido, executivos cada vez mais preparados para qualquer desafio, espionagem, compra de informações, chantagem, corrupção, compromisso, trabalho. Varias destas ações são corriqueiras no meio administrativo. Tudo tem dois lados, pontos de vista, meios de se chegar lá. Não diferente de uma guerra prestes a estourar, administrar grandes patrimônios se faz cada vez mais difícil. Executivos de hoje são como os príncipes da Idade Média aconselhados por Nicolau Maquiavel. Estão cada vez mais visados, cada vez com mais campos de trabalho e a cada dia se abrem novas áreas pra se administrar.
  Analisando com um olhar administrativo, concluiu-se que Maquiavel olhava a política de com um olhar de administrador. Isso na Idade Média, onde sequer havia uma teoria para o conceito de administrar. Com um incrível poder de observação Nicolau formulou uma maneira atemporal de administrar tanto impérios como indústrias, empresas, lojas e até lares.
  Para tudo se tem um jeito de administrar. Enquanto usamos o termo “maquiavélico” para uma ação ou um plano maléfico, analisando a fundo podemos mudar essa ideia. “Maquiavélico” pode ser usado no meio administrativo como um conceito da boa arte de administrar.
  Confrontando os conselhos de Nicolau aos seus lideres compreendemos melhor como suas ideias eram atemporais.
As cinco funções do administrador x Conselhos maquiavélicos.
  Um administrador eficiente e eficaz que atinge a excelência tem cinco funções: planejar, organizar, dirigir, gerar e controlar.
Planejar.
  Sem planejamento não há concretização. Só se mantém no poder quem sabe planejar seu ataque. Do contrário conquistará poder mas não saberá se manter nele por muito tempo visto que não sabe o próximo passo.
Procederá, assim agindo, como um prudente arqueiro, que, sabedor da distância que a qualidade de seu arco permite-lhe atingir, e, reconhecendo como demasiado longínquo o alvo escolhido, fixa a pontaria num ponto muito mais alto que o estipulado, esperando, não que a sua flecha alcance uma tamanha altura, mas poder, ajudado pela mira mais alta, atingir o ponto visado.
(O Príncipe, pag. 24)
Organizar.
  Como se encontrar em meio um lugar sem começo nem fim? Não há quem possa exercer qualquer comando executivo em um lugar sem organização. Administrativamente temos como conceito de organização o agrupamento de tarefas
em equipes ou departamentos e alocação dos recursos necessários nas equipes e nos departamentos. A organização, portanto, é o processo de engajar as pessoas em um trabalho conjunto de uma maneira estruturada para alcançar objetivos comuns.
Não é algo de pouca importância para um príncipe [executivo] a escolha de seus ministros... O primeiro juízo que, por conjectura, formamos das faculdades intelectuais de um soberano ampara-se no conceito que fazemos dos homens que ele tem em torno de si.
(O Príncipe, pag., 112)
Dirigir.
  O objetivo que falamos no processo de organização é o foco do processo de direção. Encaminhar a organização empresarial para um foco é uma qualidade nata de um líder. Maquiavel, agia, com seus conselhos, exatamente nesta área. Fazia a concepção de todo o processo, mas, como um pensador da arte de liderar, olhava sempre pra onde queria chegar.
  Direção é o centro de todo um processo que quer culminar na excelência de uma caminhada até as conquistas. Requer a união da eficácia com a eficiência. Requer excelência para atingir objetivos.
Gerar.
  Das funções esta é a que menos cabe ao administrador. Neste ponto de ação a geração de recursos só vai se concretizar se todos os passos anteriores forem bem colocados. Neste ponto vemos uma parte das qualidades do administrador, é aqui que veremos se foram bem plantadas as sementes nos processos anteriores.
  Nicolau baseasse em experiências de grandes homens para dar seus conselhos muito bem observados. Os reinados da época não exigiam de um príncipe um dom de gerar recursos como exige hoje de um administrador. Mas exigia que seus governantes gerassem outras coisas que não recursos monetários que eram extorquidos da população com os impostos, exigiam a geração da segurança para o povo e da paz através da diplomacia.
Controlar.
  Ai está uma qualidade rara nos executivos contemporâneos, mas um adjetivo nato para os príncipes.em comparação, executivos controlam através de seu modo de liderança. Os príncipes controlavam através de seus exércitos. Muitos souberam ser mais inteligentes e controlar com seu carisma ou bondade.
  Controle é a função administrativa relacionada com a monitoração das atividades a fim de manter a organização no caminho adequado.
Maquiavel e a liderança.
  Não há conselhos “maquiavélicos” que possam dar certo sem o espírito de liderança. Príncipe ou CEO precisam saber fazer com que todos confiem neles e trilhem o caminho que foi indicado.
  Maquiavel demonstra em toda sua obra um amplo mapa de caminhos a serem tomados, estratégias para ganhar poder nas entrelinhas do bem ou do mal. Mas nada seria possível sem ter no Nobre a saliência nata de liderança.
Conclusão.
  A partir desta análise é possível afirmar que os trâmites administrativos, devido aos seus inúmeros pontos de vista torna qualquer empresário ou estudante d administração cada vez mais atraído. É quase que uma certeza de que esta experiência de aprofundamento num tema ora polêmico, ora instigante, fará cada vez mais buscar o conhecimento e o aprofundamento de outros diversos assuntos referentes a esta obra tão magnífica de intelecto indiscutível.
  É gratificante poder passar um período conversando com uma das mentes mais curiosas e inteligentes já conhecidas. Os pensamentos de Nicolau Maquiavel não devem ser vistos como meros conselhos políticos, devem estar presente na vida cotidiana como uma seta para indicar que observando os acertos e erros do passado podemos conquistar reinos e sonhos, e ter na vida uma lição sempre presente de que as conquistas começam pelo espírito a partir do momento que se quer conquistar. O resto é observação e persistência.
  Ainda é possível afirmar que esta obra não será encerrada aqui. É apenas uma exposição de uma margem de estudos amplamente rica.