sexta-feira, 25 de abril de 2014

Destino, Acaso ou Coincidência


Podemos muito bem, se for esse o nosso desejo, vaguear sem destino pelo vasto mundo do acaso. Que é como quem diz, sem raízes, exatamente da mesma maneira que a semente alada de certas plantas esvoaça ao sabor da brisa primaveril. 

E, contudo, não faltará ao mesmo tempo quem negue a existência daquilo a que se convencionou chamar o destino. O que está feito, feito está, o que tem se ser tem muita força e por aí fora. Por outras palavras, quer queiramos quer não, a nossa existência resume-se a uma sucessão de instantes passageiros aprisionados entre o «tudo» que ficou para trás e o «nada» que temos pela frente. Decididamente, neste mundo não há lugar para as coincidências nem para as provabilidades. 
Na verdade, porém, não se pode dizer que entre esses dois pontos de vista exista uma grande diferença. O que se passa - como, de resto, em qualquer confronto de opiniões - é o mesmo que sucede com certos pratos culinários: são conhecidos por nomes diferentes mas, na prática, o resultado não varia. 

Haruki Murakami, in 'Em Busca do Carneiro Selvagem'

sexta-feira, 18 de abril de 2014

De onde vem o costume de os médicos usarem branco?


A tradição começou no templo de Hipócrates, na ilha grega de Cos, onde os doentes recebiam tratamento por volta dos séculos V e VI antes de Cristo. Era hábito de médicos, auxiliares e pacientes usarem branco para que não fossem feitas distinções entre eles. Além disso, a região era muito quente, bom motivo para usar trajes brancos, bem mais confortáveis e refrescantes que roupas escuras. Além disso, há outra explicação prática. No final do século XIX, a higiene começou a ser mais valorizada. Como o branco é associado à limpeza, voltou a ser adotado. "Qualquer sinal de sujeira fica visível, forçando o médico a trocar-se rapidamente", diz o estudioso da história da medicina Décio Altimari, da Santa Casa de São Paulo. Nem sempre, porém, usou-se branco. Em meados do século XIX, era mais comum o uniforme escuro, sinal de classe social elevada. Foi nessa época também que foram feitas as primeiras cirurgias. As manchas de sangue apareciam menos em tecidos escuros.
Hoje em dia, nos centros cirúrgicos dos hospitais, o branco também foi abandonado, substituído por roupas coloridas, segundo dizem, com o objetivo de diminuir a depressão causada nos pacientes pelo excesso de branco dos hospitais. Como os médicos são obrigados a se trocar antes da cirurgia, vestindo roupas esterilizadas, não há mais a preocupação de usar branco para garantir a limpeza.

Por Marcio Filósofo

Por que a Globo acabou com o programa Linha Direta?

Quando ouço ou leio alguma autoridade falar sobre violência, eu ligo a antena da desconfiança e procuro saber se há sinceridade no que diz. De ordinário, trata-se apenas de falácias; de discursos que no popular chama-se conversa para encher miolo de pote – e como pote não tem miolo, então haja conversa.

E muita gente se deixa levar; muita gente acredita na competência e, principalmente, na dedicação da autoridade em controlar a violência – que se espalhou pelo País feito praga e não há mais segurança para a população na rua ou dentro de casa; no campo ou na cidade.

O poder público federal, estadual e municipal perdeu a moral, o espaço e o controle; até agora a única ação realmente eficaz veio com a iniciativa privada, mais precisamente com a Rede Globo, que lançou o programa Linha Direta apresentado pelo jornalista Domingos Meireles.

Crimes praticados há vinte anos e que estavam impunes foram desvendados e criminosos que estavam em liberdade, porque a polícia nunca os localizava, foram presos. Bastava sair no Linha Direta e o crime era esclarecido;o criminoso era preso e a lei, finalmente, era aplicada. Uma beleza!

Mas, pasmem os amigos internautas, sabem o motivo de o Linha Direta ter sido retirado do ar? É que o programa estava escancarando a falência da polícia brasileira e o jornalista Domingos Meireles estava se transformando no mais eficiente, no mais decente e no mais competente delegado de polícia do País – e a Globo, com o seu poderio, estava se transformando na delegacia de polícia do sonho de toda a sociedade. E aí os bandidos de gravata e capital, que nunca se dão mal, entraram em pânico porque poderiam finalmente ser presos.

E assim o Linha Direta, a delegacia com os policiais (repórteres, cinegrafistas, produtores, iluminadores e motorisas)  mais eficientes da história recente do País foram deletados.
No lugar da realidade entrou a ficção e, agora, a Globo exibe a novela dos policiais caçando policiais –  que pode ser o tiro saindo pela culatra, porquanto é ficção muito próxima da realidade. E sendo assim, as víceras podres da segurança pública no País continuam sendo exibidas quinta-feira à noite à sociedade – que pode agora explicar pela ficção, a realidade do cotidiano nacional: como uma polícia que primeiro precisa combater a violência dentro da própria casa, pode cuidar da segurança da vida humana e do patrimônio público?

O dia que a Rede Globo quer que você esqueça - Direito de Resposta de Leonel Brizola


Em 1992, o magnata Roberto Marinho (1904-2003), em um editorial no jornal 'O Globo' e no noticiário Jornal Nacional, dirigiu-se ao então governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola (1922-2004), chamando-lhe de "senil". Tal atitude valeu um direito de resposta a Brizola no Jornal Nacional, jornal mais assistido do Brasil, que foi lido por Cid Moreira, âncora do noticiário, dois anos depois, em 1994.

A ação de direito de resposta, obra do advogado Arthur Lavigne, foi inédita e abriu caminho para que os cidadãos buscassem amparo legal contra ilegalidades cometidas pela imprensa - neste caso específico, num editorial, Roberto Marinho, o dono das Organizações Globo, havia chamado Brizola de "senil".

O texto lido quela ocasião foi preparado pelo jornalista Fernando Brito, Secretário de Imprensa de Brizola, com a colaboração dos jornalistas Luiz Augusto Erthal e Osvaldo Maneschy, que também trabalhavam na Secretaria de Imprensa. Coube a Brizola a revisão final.

O direito de resposta foi requerido em fevereiro de 1992, em função de matéria ofensiva da TV Globo a Brizola, devido à carta que ele enviou ao político Marcello Alencar. O Tribunal de Alçada Criminal do Rio de Janeiro, por unanimidade, confirmou sentença da 1ª. instância, determinando que a Globo veiculasse no Jornal Nacional o "Direito de Resposta". Eis a íntegra do texto:

"Todo sabem que eu, Leonel Brizola, só posso ocupar espaço na Globo quando amparado pela Justiça. Aqui, citam o meu nome para ser intrigado, desmerecido e achincalhado perante o povo brasileiro. Ontem, neste mesmo Jornal Nacional, a pretexto de citar o editorial de O Globo, fui acusado na minha honra e, pior, chamado de senil.

Tenho 70 anos, 16 a menos que o meu difamador, Roberto Marinho. Se é esse o conceito que tem sobre os homens de cabelos brancos, que use para si. Não reconheço na Globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa, e, basta, para isso, olhar a sua longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura que por 20 anos dominou o nosso país.

Todos sabem que critico, há muito tempo, a TV Globo, seu poder imperial e suas manipulações. Mas a ira da Globo, que se manifestou ontem, não tem nenhuma relação com posições éticas ou de princípio. É apenas o temor de perder negócio bilionário que para ela representa a transmissão do carnaval. Dinheiro, acima de tudo.

Em 83, quando construí a Passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar, de todas as forma, o ponto alto do carnaval carioca. Também aí, não tem autoridade moral para questionar-me. E mais: reagi contra a Globo em defesa do Estado e do povo do Rio de Janeiro que, por duas vezes, contra a vontade da Globo, elegeu-me como seu representante maior. E isto é o que não perdoarão nunca.

Até mesmo a pesquisa mostrada ontem revela como tudo na Globo é tendencioso e manipulado.

Ninguém questiona o direito da Globo mostrar os problemas da cidade. Seria, antes, um dever para qualquer órgão de imprensa. Dever que a Globo jamais cumpriu quando se encontravam no Palácio Guanabara governantes de sua predileção. Quando ela diz que denuncia os maus administradores, deveria dizer, sim, que ataca e tenta desmoralizar os homens públicos que não se vergam diante de seu poder. Se eu tivesse pretensões eleitoreiras de que tentam me acusar não estaria, aqui, lutando contra um gigante como a Rede Globo. Faço-o porque não cheguei aos 70 anos de idade para ser um acomodado.

Quando me insultam por minhas relações administrativas com o Governo Federal, ao qual faço oposição política, a Globo vê nisso bajulação e servilismo. É compreensível. Quem sempre viveu de concessões e favores do poder público não é capaz de ver nos outros senão os vícios que carrega em si mesmo.

Que o povo brasileiro faça seu julgamento, e, na sua consciência lúcida e honrada, separe os que são dignos e coerentes daqueles que sempre foram servis e gananciosos".

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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Cair nos braços de Morfeu


Apesar dos milênios que nos separam dos gregos, podemos ver que o legado dessa antiga civilização ainda tem uma influência significativa em diversos aspectos de nossa vida cotidiana. As noções estéticas, a ideia de democracia, os princípios da filosofia são apenas alguns dos casos em que vemos de que modo os gregos deixaram sua marca entre as culturas ocidentais. Na verdade, caso haja um pouco mais de interesse, podemos descobrir que a cultura grega também adentra aspectos bem mais simples do nosso dia a dia.
De fato, as propriedades revigorantes do sono conhecidas por todas as pessoas e a falta do mesmo pode gerar uma série de problemas de saúde. Vários estudiosos ainda investigam de que modo essa atividade que ocupa praticamente um terço de nossas vidas interfere no funcionamento de nosso organismo. Em nosso cotidiano, é comum muitas pessoas celebrarem uma noite bem dormida dizendo que “caiu nos braços de Morfeu”. Mas afinal, de onde veio essa expressão?
Segundo a mitologia grega, Morfeu era um deus filho de Hipnos, o deus do sono. Assim como o seu pai, ele dispunha de grandes asas que o fazia vagar silenciosamente pelos mais distantes lugares do planeta Terra. Ao aproveitar do repouso dos homens, Morfeu assumia formas humanas e ocupava os sonhos de quem quisesse. Desse modo, os gregos acreditavam que uma noite bem dormida e seus vários efeitos positivos só seriam explicados pela presença dessa divindade em seus sonhos.
Foi justamente por meio dessa expressão e da história de Morfeu que um dos mais potentes analgésicos existentes, a morfina, ganhou esse nome. No fim das contas, mesmo que a mitologia não tenha embasamento científico, sabemos que uma noite de bom descanso é simplesmente divino.

Por Marcio Filósofo

O que são Danos Morais?


 




O termo jurídico “dano moral” corresponde a atos que possam abalar  a honra, a boa fé e a dignidade de pessoas físicas ou jurídicas. Trata-se de um crime previsto em lei, ao qual cabe punição.
As ocorrências de danos morais dependem da prova do nexo de causalidade entre o fato gerador do dano e suas consequências prejuciais à vida social e moral da pessoa que foi ofendida.

As vítimas desse tipo de crime devem provar que sofreram algum prejuízo moral por causa da repercussão negativa de algum ato. Ao praticante de danos morais contra outras pessoas, o ofensor, cabe o pagamento de indenização para reparar o mal causado.

O dano moral pode acontecer em razão de um sofrimento ou exposição indevida da vítima, exposição a situações constrangedoras e humilhantes.

O ofensor é condenado pela lei a pagar uma indenização que esteja de acordo com sua capacidade econômica e com o tipo de dano causado ao próximo.

Marcio Filósofo

GRAFOLOGIA


Grafologia é o nome dado ao estudo pseudocientífico que se baseia na interpretação da caligrafia de uma pessoa para analisar sua personalidade. Segundo essa ciência, a forma da escrita interfere sobre importantes traços da personalidade.
A grafologia, apesar de não apresentar uma comprovação científica, é empregada até mesmo por empresas em processos seletivos de funcionários. Acredita-se que por meio da caligrafia sejamos capazes de identificar traços como agressividade e autoritarismo na personalidade humana.

Um exemplo dessa prática pode ser visto no exame psicotécnico que os cidadãos fazem no Brasil para obter a carteira de motorista. Esse teste inclui uma parte escrita que serve para a análise grafológica.

Conheça algumas características pessoais que a grafologia aponta:
O "A" em forma de triângulo indica um temperamento agressivo e autoritário.

O "C" enrolado é sinal de egoísmo.

O "J" com perna sinuosa é sinal de trauma ou rancor.

Estudiosos dessa área ainda dizem que a falta de clareza na escrita pode ser um indício de falta de sinceridade.

Por Marcio Filósofo

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Administração Colonial no Brasil


Em dezembro de 1530, partiu de Lisboa uma esquadra que mudaria a história das terras conquistadas pelos portugueses na América. Seu comandante era Martim Afonso de Sousa, que, à frente de quatrocentos homens, deu início à ocupação efetiva do território brasileiro.


A ocupação: primeiras providências

Uma das razões pelas quais o governo de Portugal decidiu colonizar as novas terras, a partir de 1530, foi o fato de que na Europa e no Oriente a situação não era mais tão favorável para os portugueses. Os holandeses também haviam entrado no comércio de especiarias das Índias, concorrência que provocava a queda nos preços dos produtos.
Assim, para os portugueses, já não compensava investir em viagens longas e custosas para buscá-los nas Índias e vendê-los a preços pouco atraentes na Europa. Além disso, os franceses faziam constantes incursões ao litoral das novas terras para extrair pau-brasil. Entretanto, uma razão mais forte atraía as atenções da Coroa portuguesa para o Novo Mundo: a notícia de que na América Espanhola havia grandes jazidas de ouro e prata.


Martim Afonso de Sousa na colônia

Martim Afonso de Sousa recebeu do governo português ordens para combater os navios franceses, explorar o rio da Prata (segundo alguns, via de acesso a um reino cheio de riquezas) e criar núcleos de povoamento nas novas terras. Para isso, dispunha de poderes tais como o de distribuir sesmarias (grandes propriedades rurais), de nomear tabeliães e de estabelecer um sistema administrativo no novo território.
Martim Afonso percorreu o litoral até chegar à região do rio da Prata, navegando rumo ao norte. Aportou no litoral do atual estado de São Paulo, onde fundou a vila de São Vicente, em janeiro de 1532, e nessa região implantou a primeira unidade produtora de açúcar da colônia, o Engenho do Senhor Governador ou São Jorge dos Erasmos (1534). Não muito longe de São Vicente foram fundadas, naquele mesmo período, duas outras vilas: Santo André da Borda do Campo, por João Ramalho, e Santos, por Brás Cubas.


As estruturas de poder no início da colonização

Com o planejamento das estruturas político-administrativas da colônia, a Coroa portuguesa buscava viabilizar o processo de ocupação do território e criar condições para o desenvolvimento de atividades econômicas rentáveis, de acordo com o modelo de mercantilismo europeu. Para tanto, resolveu adotar na colônia os padrões administrativos da metrópole, aliados à experiência portuguesa nas ilhas do Atlântico.
Em 1532, o rei dom João III decidiu aplicar na colônia da América uma divisão administrativa que havia dado bons resultados nos Açores e na ilha da Madeira: o sistema de capitanias hereditárias.
Quase duas décadas depois, criou-se um poder central, o govemo-geral, e, no âmbito local, foram instituídas as câmaras municipais, semelhantes às já existentes em Portugal.

As capitanias hereditárias

As capitanias hereditárias eram enormes faixas de terra que se limitavam a leste com o oceano Atlântico e a oeste com a linha de Tordesilhas. Essas terras foram doadas pelo rei a militares, burocratas e comerciantes portugueses, que receberam o título de “capitães donatários”.
Para formalizar seus direitos e deveres, o governo português lançou mão de dois documentos: a Carta de Doação e o Foral.
De acordo com a Carta de Doação, o capitão donatário detinha a posse da capitania, mas não a sua propriedade.
Dessa forma, não podia nem vendê-la nem dividi-la. Já o Foral dava-lhe amplos poderes: ele podia, entre outras coisas, fundar vilas, conceder terras (as sesmarias) e arrecadar impostos. Ele também podia receber tributos sobre a produção das salinas, as moendas de água e os engenhos, além de monopolizar a navegação fluvial.
Cabia-lhe, ainda, a aplicação das leis em suas possessões, bem como a defesa militar da capitania.
Com as capitanias hereditárias foi criado um sistema político-administrativo descentralizado, ou seja, não havia um governo central. Todos os donatários reportavam-se diretamente ao rei. Os donatários eram os responsáveis pelos custos do processo de implantação e do funcionamento das capitanias. Dessa forma, a Coroa portuguesa transferia para particulares o ônus da colonização. Para si, o rei reservou o monopólio das drogas-do-sertão, que eram as especiarias da floresta Amazônica (castanha-do-pará, cravo, guaraná, canela etc.), e uma parte dos impostos arrecadados.

O governo-geral

As capitanias não desapareceram imediatamente. Pouco a pouco, foram retomando ao domínio da Coroa portuguesa, por confisco ou por meio do pagamento de indenizações aos donatários. Com isso, perderam seu caráter privado, passando à esfera pública. Entretanto, mantiveram a função de unidade administrativa até o início do século XIX, quando transformaram-se em províncias.
A transferência das capitanias para o domínio da Coroa só foi concluída no período entre 1752 e 1754, sob as ordens do marquês de Pombal, espécie de primeiro-ministro de dom José I. Contudo, em 1548 o fracasso desse sistema já havia levado o governo de Portugal a criar um órgão central para administrar a colônia: o govemo-geral.
No ano seguinte, chegou à Bahia Tomé de Sousa, o primeiro govemador-geral. Ele veio acompanhado de aproximadamente mil pessoas, entre elas um grupo de padres jesuítas chefiado por Manuel da Nóbrega, além de funcionários da administração, militares, artesãos e degredados.
O governo-geral tornou-se o centro político da administração portuguesa na América. Sua legitimidade foi estabelecida pelo Regimento de Tomé de Sousa, de 1548, que determinava as funções administrativas, judiciais, militares e tributárias do governador-geral. Para assessorá-lo, havia três altos funcionários: o ouvidor-mor, responsável pela justiça; o provedor-mor, encarregado da tributação; e o capitão-mor, responsável pela defesa.
O cargo de govemador-geral subsistiu até o século XVIII, quando foi substituído pelo de vice-rei. Os três primeiros govemadores-gerais foram:
• Tomé de Sousa (1549-1553): durante seu governo foi fundada a cidade de São Salvador, que se tomou sede do govemo-geral e capital da colônia. A Bahia passou a ser a Capitania Real do Brasil. Foram estabelecidos o primeiro bispado e o primeiro colégio da colônia. Na imagem ao lado, a representação de Tomé de Sousa desembarcando na Terra de Santa Cruz, de autor anônimo.
• Duarte da Costa (1553-1558): enfrentou grande instabilidade política, causada, entre outros fatores, pela invasão francesa do Rio de Janeiro (1555); entrou em atrito com o bispo do Brasil, Pero Fernandes Sardinha, que criticava o comportamento e a violência de seu filho, dom Álvaro da Costa. Um dos marcos de seu governo foi a fundação do Colégio de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554. O colégio, fundado pelos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, deu origem à cidade de São Paulo.
• Mem de Sá (1558-1572): fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565; juntamente com seu sobrinho, Estácio de Sá, expulsou os franceses do Rio de Janeiro. É considerado o melhor govemador-geral do século XVI.

O poder local: as câmaras municipais

A partir de cerca de 1550, a administração das cidades e vilas ficou nas mãos das câmaras municipais. Esses órgãos administrativos eram formados por três ou quatro vereadores, dois juízes ordinários, um procurador, um escrivão e um tesoureiro, eleitos pelos chamados "homens bons”. Além disso, contavam com alguns funcionários nomeados, conhecidos como "oficiais da Câmara”. Cabia aos membros da Câmara elaborar as leis e fiscalizar o seu cumprimento, assim como nomear juízes, arrecadar impostos e cuidar do patrimônio público (estradas, ruas, pontes etc.), do abastecimento e da regulamentação das profissões e do comércio.
As câmaras municipais representavam os interesses dos proprietários locais. Esse poder, delegado pelos senhores de engenho aos vereadores (membros eleitos da Câmara), às vezes entrava em conflito com o poder central, representado pelo govemador-geral. Exemplo disso foi a Câmara de Olinda, na capitania de Pernambuco, que em 1710 chegou a comandar uma luta armada contra as tropas do governo porque se opunha à elevação do Recife à condição de vila.
A partir de 1642, com a criação do Conselho Ultramarino, que detinha forte controle político-administrativo sobre a colônia, as câmaras municipais foram pouco a pouco perdendo seu poder.


Mudanças na organização administrativa colonial

A organização administrativa da colônia passou por várias mudanças entre os séculos XVI e XVIII. Em 1548 foi dado o nome de Estado do Brasil pelo governo português. Os limites territoriais do Brasil atual não eram, nem de perto, os do período colonial. Durante anos, a Coroa ficou apenas na exploração das faixas litorâneas e aos poucos foi ampliando as terra para o oeste. Em 1572 foram estabelecidos dois govemos-gerais: um ao norte, com capital em Salvador, e outro ao sul, com sede no Rio de Janeiro. Seis anos depois, os governos foram reunificados, com a capital tendo permanecido em Salvador.
Em 1621, uma nova divisão administrativa criou o Estado do Brasil, com sede em Salvador (e a partir de 1763 no Rio de Janeiro), e o Estado do Maranhão, com capital em São Luís (mais tarde, Estado do Maranhão e Grão-Pará, com sede em Belém). Em 1641, houve uma reorganização administrativa e a capital foi transferida para Salvador. Em 1774, a colônia voltou a ser reunificada administrativamente.


O papel da Igreja na administração colonial

A Igreja católica foi a grande parceira da Coroa portuguesa na tarefa de administrar a colônia. Para a instituição, os principais objetivos da conquista e da colonização das novas terras eram difundir a fé cristã em sua versão católica apostólica romana, bem como promover a catequese dos índios e administrar a vida espiritual dos colonos segundo os preceitos estabelecidos pela Santa Sé. Além de cristianizar os indígenas, buscava evitar o desregramento dos costumes entre os colonos, combater sua tendência à poligamia com as índias e educar os filhos desses colonos dentro dos preceitos religiosos da Igreja católica.
Para isso, os primeiros religiosos a chegar trataram de construir igrejas, capelas e escolas, criar paróquias e dioceses. Aos poucos ia surgindo uma estrutura material e administrativa de enorme interesse para o governo português e para a Santa Sé, que estavam preocupados em manter um rígido controle sobre as atividades e a vida religiosa da colônia.
Por: Paulo Magno da Costa Torres

A história do Mito de Atlântida


A lenda da Atlântida, que se manteve sempre viva na imaginação popular, falou também de muito perto a numerosos autores, tendo gerado uma literatura específica, na qual se formularam hipóteses para relacionar sua civilização ao povoamento original da América.
Sede de antiga civilização que supostamente existiu no oceano Atlântico, a oeste da Europa e África, essa ilha do continente lendário teria submergido, há milhares de anos, em decorrência de um cataclismo geológico.

A Atlântida de Platão
A lenda aparece pela primeira vez nos diálogos Timeu e Crítias, do filósofo grego Platão. Numa viagem ao Egito, o legislador ateniense Sólon teria ouvido de sacerdotes de Sais a tradição sobre a Atlântida. Seu neto Crítias, por sua vez, a narrara a Sócrates.
A Atlântida de Platão seria uma ilha vastíssima, perto das colunas de Hércules (estreito de Gibraltar), e fora habitada pelos atlantes, descendentes de Atlas, filho de Poseidon (deus do mar). Os atlantes, regidos por leis justas e riquíssimos, tinham empreendido a conquista do mundo mediterrâneo, mas Atenas os repelira. Finalmente, a degeneração de seus costumes provocara a ira dos deuses, e um maremoto tragara a Atlântida em um dia e uma noite. Os penhascos que afloravam e o lodo que se acumulou nos baixios tornaram suas paragens, a seguir, inavegáveis.

 
Evolução do mito
Os próprios neoplatônicos consideraram aquele relato um mito. O Ocidente cristão, na Idade Média, recebeu versões sobre a Atlântida transmitidas pelos geógrafos árabes. Tratando-se de ilha submersa, não figurou na cartografia medieval, que registrou contudo outras ilhas lendárias a oeste da Europa, cuja suposta existência se originou de tradições gregas e célticas. É possível que a localização de algumas dessas ilhas correspondesse a confusas notícias de viagens reais, como no caso das ilhas Afortunadas, identificadas mais tarde com as Canárias.
No rastro da tradição platônica, o renascentista inglês Francis Bacon descreveu em sua obra Nova Atlantis (Nova Atlântida) a cidade ideal dos sábios. No século XVII, o sueco Olof Rudfec valeu-se do velho mito para exaltar o patriotismo nórdico. Durante a Renascença catalã, no século XIX, Jacinto Verdaguer relacionou três fatos em La Atlántida: a submersão do continente, a fundação de diversas cidades hispânicas por Hércules e as ilusões que esses relatos criaram em Cristóvão Colombo.

Origem atlântida dos índios
Depois das viagens de Colombo, ao comprovar-se que ele não havia descoberto as Índias, mas sim um novo continente, surgiram diferentes hipóteses para explicar a origem de seus habitantes, impropriamente chamados índios. Vários autores europeus afirmaram que eles tinham vindo da Atlântida, antes de submersa. Entretanto, já no século XVI houve quem ridicularizasse semelhante origem, como o cronista jesuíta José de Acosta em sua Historia natural y moral de las Indias (1580).
Embora com pouca aceitação nos meios científicos, continuam a aparecer teorias sobre a origem atlântida do homem americano. Os geólogos, em geral, rejeitam a existência da Atlântida como continente, na época do aparecimento do homem na Terra. Para explicar certas correspondências do relevo, da fauna e da flora entre a África e a América do Sul, preferem outras hipóteses, como a teria de Wegener, da deriva dos continentes.
A Atlântida, apesar disso, permanece como tema de doutrinas esotéricas que descrevem em minúcias a história de seus supostos habitantes. A renovação do interesse pela Atlântida a partir do descobrimento da América motivou a publicação de muitos livros e artigos. Em Paris foi criada a Société d'Études Atlantéennes (Sociedade de Estudos Atlantianos), que em 1927 deu início à publicação da revista especializada Atlantis.

Por Marcio Filósofo

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Mistério! Monstro dos mares apavora banhistas e aparece morto




Um peixe raro e gigante, com 4,5 m de comprimento, fez uma aparição medonha na costa do México nesta quinta-feira (10). O monstro foi visto em Cortez, matando banhistas e pescadores de medo, e botando turistas pra correr. Surgiu depois nos EUA, morto e exibido como prêmio
Foto: Reprodução (http://snapzu.com/)

Vejo, logo Existo

Sou um visual. O que na memória trago, trago-o visualmente, se susceptível é de assim ser trazido. Mesmo ao querer evocar em mim uma qualquer voz, um perfume qualquer, não evito que antes que ela ou ele me vislumbre no horizonte do espírito, me apareça à visão rememorativa a pessoa que fala, a coisa donde o perfume partiu. Não dou isto por absolutamente certo; pode ser que, radicada em mim de vez a persuasão de que sou um visual, no lugar final do sofisma que é a escuridão íntima do ser me fosse desde então impossível evitar que a ideia de que sou um visual não levantasse imediatamente uma imagem falsamente inspiradora. Seja como for, o menos que sou, é um visual predominantemente. Vejo, e vendo, vivo.

Fernando Pessoa, 'Inéditos'

Devaneios reveladores

Na verdade, se nos fosse dado penetrar com os olhos da carne na consciência dos outros, julgaríamos com mais segurança um homem pelo que devaneia do que pelo que pensa. O pensamento é dominado pela vontade, o devaneio não. O devaneio, que é absolutamente espontâneo, toma e conserva, mesmo no gigantesco e no ideal, a figura do nosso espírito. Não há coisa que mais direta e profundamente saia da nossa alma do que as nossas aspirações irrefletidas e desmesuradas para os esplendores do destino. Nestas aspirações é que se pode descobrir o verdadeiro carácter de cada homem, melhor do que nas ideias compostas, coordenadas e discutidas. As nossas quimeras são o que melhor nos parece. Cada qual devaneia o incógnito e o impossível, conforme a sua natureza.

Victor Hugo, in 'Os Miseráveis'

Hoje tomei a decisão de ser Eu

 Hoje, ao tomar de vez a decisão de ser Eu, de viver à altura do meu mister, e, por isso, de desprezar a ideia do reclame, e plebeia sociabilizacão de mim, do Interseccionismo, reentrei de vez, de volta da minha viagem de impressões pelos outros, na posse plena do meu Gênio e na divina consciência da minha Missão. Hoje só me quero tal qual meu carácter nato quer que eu seja; e meu Gênio, com ele nascido, me impõe que eu não deixe de ser.
Atitude por atitude, melhor a mais nobre, a mais alta e a mais calma. Pose por pose, a pose de ser o que sou.
Nada de desafios à plebe, nada de girândolas para o riso ou a raiva dos inferiores. A superioridade não se mascara de palhaço; é de renúncia e de silêncio que se veste.
O último rasto de influência dos outros no meu carácter cessou com isto. Reconheci — ao sentir que podia e ia dominar o desejo intenso e infantil de « lançar o Interseccionismo» — a tranquila posse de mim.
Um raio hoje deslumbrou-me de lucidez. Nasci.

Fernando Pessoa, 'Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação'

quinta-feira, 3 de abril de 2014

CID MOREIRA E A MENSAGEM QUE SILENCIOU A TODOS NO ALTAS HORAS

Atores, Cantores, Humoristas e o próprio apresentador Serginho Groisman, ficaram de boca aberta com a declamação do Ex-Apresentador do Jornal Nacional da Globo, que no fim, foi aplaudido de pé.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Audiência do BBB despenca ano a ano e eu sei o culpado


 pedro bial poster Audiência do BBB despenca ano a ano e eu sei o culpado: Pedro Bial


 A final de ontem do BBB14 deu 22,6 pontos, de acordo com os dados preliminares do Ibope.  A edição do ano passado terminou  com 28 pontos. Uma queda extraordinária. Mais extraordinária ainda quando comparamos com a final do primeiro BBB, que alcançou 59 pontos inacreditáveis para os  padrões de hoje.
Os críticos de televisão são férteis para falar das razões que explicam o desmoronamento do programa. Vão desde o cansaço da fórmula até incompetência do diretor Boninho.
Acho que a fórmula realmente está desgastada, sem novidades, o popular “mais do mesmo”. Até as provas repetem-se num marasmo irritante. E também acho que Boninho ficou amarrado, engessado no tempo, e suas invencionices no BBB14, como colocar 20 brothers e introduzir mães e tias na rotina da casa, não passaram disso: invencionices, que não trouxeram nenhum fôlego para o programa. Pelo contrário. Só ajudaram a criar mais confusão e afastar o telespectador.
O ex-BBB Nasser disse recentemente que deve mudar tudo no programa, a começar pelo diretor e pelo apresentador. Concordo com ele, e vou além: Pedro Bial é a principal razão do atual fracasso do programa. Já deu. Cansou. Ninguém aguenta mais tanto blá-blá-blá.  Tanto texto indecifrável. Tanta baboseira dita com solenidade de quem declama Fernando Pessoa.
No início até era engraçado tentar ver algum sentido naquelas frases de efeito barato, mas depois desses anos  ficou só o tédio. Além de tudo, Bial anda cada vez mais vaidoso, querendo “pagar” de gatinho a todo momento e achando que todas as mulheres ficam de joelhos com o seu jeito de Rimbaud do Baixo Gávea.


Site: Tá lendo por quê